Capítulo 69

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Jungkook não sabia se Yugyeom ainda estava dentro de si.

Quando havia entrado no carro, nada suspeitara e até tivera uma conversa animada com os pais, até que as coisas começaram a ficar estranhas, os olhares se tornaram pesados e foi quando percebeu o sorriso cínico no rosto do pai pelo retrovisor. Yugyeom lhe avisou que tinha algo de errado e o que antes era ilusão, tornou-se Park Junhee no banco do motorista. Após isso, o rapaz desmaiou e quando acordou, uma parte dele parecia em falta e essa parte era a voz na sua cabeça, que não lhe respondia mais.

Yug? Você está aí? Por favor, me responda. Por favor.

Mais uma vez, sem respostas.

Ele estava sentado em uma espécie de cama e tinha certo medo do que poderia acontecer com ele, contudo o que mais o apavorava era se de fato Yugyeom não estivesse mais ali.

O rapaz então resolveu olhar em volta, tentar de alguma maneira encontrar uma forma de sair dali por mais que soubesse que provavelmente não conseguiria, que agora que Junhee tinha as mãos nele, não o deixaria escapar tão facilmente.

Jeon esperava algo de ruim, claro. Esperava estar amarrado ou que a qualquer instante iriam entrar ali e o machucar gravemente, contudo não resistiu a olhar melhor o local que estava. A luz estava acesa, então pode perceber que não parecia um cativeiro e sim um quarto. O que estava realmente acontecendo? Não sabia explicar.

O moreno então saiu da cama e percebeu que ainda estava um tanto tonto, assim se apoiou na parede, mas após respirar algumas vezes, o equilíbrio pareceu voltar, então foi explorar o cômodo.

Além da cama, havia uma mesinha de cabeceira ao lado, bem pequena, com alguns livros na prateleira dela. Jungkook não pode deixar de pensar em como Taehyung adoraria uma daquelas, afinal seu namorado amava ler. Então, de imediato pensou nos namorados. Céus, eles estariam bem? E seus amigos? Precisava de respostas.

Agora, a tranquilidade já não estava mais no seu corpo, pois, não conseguia parar de imaginar o que Junhee tinha feito a todos.

Yug, você está aí? Sabe de algo? Preciso de você!

Nenhuma resposta por parte de Yugyeom.

Jungkook suspirou pesado e tentando se acalmar olhando o resto do quarto.

Além do que tinha visto, tinha uma escrivaninha, com as alguns livros e uma espécie de caderno com caneta. O rapaz abriu, mas estava tudo em branco. O moreno começou a pensar se não tinha sonhado tudo, se na verdade não estava no quarto que seus pais reformaram em Busan. Seria possível? Porém, se fosse esse o caso, porque tudo parecia tão vazio? Como se a pessoa que tivesse preparado todo o lugar nunca tivesse tido uma conversa com ele?

Como se respondesse à pergunta do rapaz, ele notou que haviam porta-retratos em cima da cômoda que ficava no canto mais afastado do quarto. O local era grande e Jungkook não gostava daquilo, parecia muito falso e tudo se confirmou ao chegar no móvel e reparar como as fotografias não eram dele com os namorados ou com os amigos e menos ainda da sua família.

Era de Park Junhee sorrindo e abraçado com uma mulher morena, que fazia careta para a câmera. O outro porta-retrato era somente da mulher, com um sorriso no rosto e o cabelo esvoaçante no que aprecia uma praça. A terceira fotografia tinha Junhee e a moça, mas ela tinha a mão sob a barriga dessa vez. Na quarta, a mulher tinha um bebê no colo, porém, não parecia feliz quanto nas outras imagens, parecia triste e prestes a chorar. Jungkook não sabia o que pensar.

— Oh, vejo que você acordou.

Jungkook se virou pronto para lutar e foi isso o que fez, murmurando a palavra "Ataque" e jogando uma rajada de ar na direção de Junhee, que foi parar na parede; a bandeja que trazia na mão foi jogada para longe, junto com os alimentos.

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