Capítulo 97

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Três dias haviam se passado desde a invasão à mansão Min e Hoseok mal conseguia acreditar que as coisas estavam quase normais depois da batalha. Tinha alguma destruição e claro, as perdas humanas, mas de certa forma, tudo parecia no lugar.

No dia anterior, os funerais tinham sido feitos e como consorte, participou de cada um; para o mundo mágico as coisas eram diferentes do que um funeral coreano comum. Eles vestiam cinza escuro — não preto —, cantavam canções melancólicas, lembravam das coisas boas que a pessoa havia feito e depois o corpo era levado para cremação. Jung ficou o mais forte possível, mas ver o marido chorando na vez do pai, doeu-lhe o coração. Yoongi havia perdido os pais de uma vez; Chul tinha sido morto de uma maneira violenta e para protegê-lo enquanto Sook tinha sido exilada após os crimes que cometera. Ela estava bem e ainda continuaria com o seu dinheiro, mas tinha perdido os poderes e foi mandada para outro país.

Porém, naquele momento, estava descansando na cama, fitando o teto e pensando em como Yoongi e ele não haviam conversado sobre a briga e nem em que patamar estavam.

— Cansado?

O ruivo levantou parte do corpo e viu o marido saindo do banheiro, de banho tomado, porém ainda tinha o olhar triste no rosto. O antigo Imperador não era uma boa pessoa, mas ainda era pai de Yoongi.

— Muito — murmurou o mais novo. — Hm... você tem um tempinho para conversamos?

Yoongi logo se aproximou da cama, sentando-se na beirada.

— Eu já disse que agora eu farei todo o tempo do mundo para você.

Hoseok não pode deixar de sorrir com a fala o marido, apesar de saber que nem sempre ele teria aquela opção. Não com o cargo que agora ocupava.

— O nosso casamento — o ruivo começou a falar, sofrendo só de imaginar um rumo ruim para a conversa.

Min já esperava por aquela conversa, claro que sim, mas ainda assim lhe trazia um pouco de temor entrar naquele assunto. Então, ele largou a toalha na poltrona e tomou as mãos do marido com carinho.

— Eu nem sei o que falar, Seok. O que eu fiz não tem perdão.

O ruivo contorceu os lábios, engolindo fundo para não chorar. Mas ele tinha uma resposta para aquilo, era a única que poderia dar.

— Tudo bem. E-eu perdoo você.

— Seok...

— Não estou dizendo que é fácil e que não doeu, mas... Compreendo que estávamos em uma situação complicado ainda teve Dawon. — O consorte respirou fundo, percebendo que era a primeira vez que mencionar a irmã após o enterro. — Ela armou para nos separar, junto com os seus pais. E isso me leva a um outro assunto: você pretende mesmo deixar sua mãe exilada?

O moreno estalou a língua.

— Pretendo, ela agiu contra a coroa. Foi crime de traição.

— Ela só queria te salvar.

— Seok... — Okay.

Hoseok não gostava de Sook, mas não queria que o marido se sentisse culpado por deixar a mãe afastada. Ele era bom demais para ter esse tipo de remorso.

E então, o quarto ficou silencioso. Não era a primeira vez naqueles três dias e nenhum dos dois sabia realmente o que fazer ou o que falar, mesmo que antes de tudo não passasse um minuto sequer em uma situação estranha entre os dois.

— Eu devo ter algo para fazer — murmurou Yoongi.

Jung respirou fundo quando suas preces para acabar com o momento estranho foram atendidas, pois alguém bateu de leve na porta.

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