Fenômenos Paranormais

Dia V

Gizelly agonizou por horas, mesmo depois de ter apagado acordou depois de alguns minutos, ainda sentia aquela dor infernal. Não soube o certo quando a dor passou, mas finalmente parou. Chorava, gritava mais ninguém ouvia, estava sozinha e machucada tanto por fora, quanto por dentro. Ficou alguns minutos naquele pensamento encolhida na cama até que ouviu um miado ao lado de sua cama, segundos depois sentiu seu lado do colchão afundando e dedos macios encostando em sua perna levemente. 

- Gizelly? - Era Anna, o gato. Olhava a garota com pesar nos olhos, gostava da sua dona mas não entendia o prazer de machucar todas as pessoas que passavam por ali, mas Gizelly foi a primeira pessoa que se sentiu mal por ver daquele jeito. - Como você está? 

- Vai embora, Anna! - Gizelly gritou virando o rosto para Anna, seus olhos estavam vermelhos e seu rosto banhando em lagrimas, era possível ver rastros de sangue entre o rosto e pescoço de Gizelly. Ela nítido sua dor. 

- Olha, Rafaella pode ser bem radical com os visitantes as vezes, mesmo que eu esteja muito acostumado com isso tudo, não gosto de te ver desse jeito. - Anna não se intimou com o olhar da garota e continuou no mesmo lugar. Pegou nas mãos de Gizelly a puxando para se sentar, assim se fez a outra. Se sentou devagar na cama, com pouco de dificuldade por conta da tortura que sofreu a horas atrás, mesmo que não fosse possivel vizualizar os machucados, a dor continua mentalmente, aquilo ela nunca iria esquecer. 

- Porque ela faz isso? Porque ela age assim? - Ainda chorava, soluços eram ouvidos. Anna apenas puxou a garota pelos braços e a abraçou, queria passar um pouco de tranquilidade, mesmo que voce em vão. 

- Ela é um demônio, Gizelly! Não tem sentimentos. - Se afastou do abraço e limpou as lagrimas da garota com as pontas dos dedos. Gizelly suspirou e tentou se acalmar, alias tudo já tinha passado, por enquanto. - Bom, só tem sentimento quando é 5:30 da manha, todos os dias nesse horario, ela se torna humana Gizelly. 

- Mas como isso é possivel?

- Quando ela era viva, tinha uma alma muito forte, nem os demônios conseguiram drenar por completo, por isso ainda tem essa parte humana. - Anna sorriu e se sentou ao lado de Gizelly. 

- Eu realmente não me importo, eu só quero ir embora, Anna. - Novamente o choro que estava entalado saiu, lagrimas saíram de seus olhos. Deitou sua cabeça no ombro da garota e fechou os olhos tentando controlar as lagrimas. 

- Desculpa Gizelly, de verdade! Mas não tem saída... 

- Precisa existir uma saída!

*******

Manu estava em seu quarto, ainda estava muito assustada com o que tinha acontecido nas escadas, como não tinha saída? Pensou em Bianca, como aquela garota entrava e saia dali? Será que ela saberia sair dali e ajudar todos os seus amigos? Apenas não queria mais ficar ali, queria ir embora o mais rápido possível. 

A garota andava de um lado e de outro pelo quarto, seus pensamentos poderiam a matar a qualquer momento. Como uma forma de tentar se acalmar se sentou no chão e fechou os olhos, suspirou e contou até três e novamente, abriu os olhos.

- Deus... Me ajuda a sair daqui! - Abaixou a cabeça um pouco e viu algo que chamou sua atenção em baixo da cama. Se arrastou até lá e pegou um pequeno caderno e um calor ao seu lado. Pegou os objetos e se sentou. O colar era em formato de um coração que se abria, Manu encontrou uma foto de um rapaz, com vestes antigas, moreno, com um bigode e de chapéu. Deixou o colar em seu colo e olhou o caderninho, começou a folheá-lo nas primeiras paginas percebeu que se tratava de um diário. Passou as folhas até chegar a ultima pagina escrita e começou a ler. 

"Julho de 1920

A garota sem olhos continua me machucando. Esse lugar é o inferno, eu não quero que ela me leve, eu não quero ser como ela, aquele olhar frio e o sorriso dela? Eu não queria ficar presa a esse inferno de lugar, mas eu sinto que nunca irei sair daqui, porque eu fui me apaixonar logo por ele? Eu ainda não acredito que vivo aqui.