Humana: parte 1

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- Como mexe nisso?

- Meu Deus, Rafaella! É só tocar com o seu dedo na tela. - Gizelly riu pela milésima vez. Estava tentando ensinar a garota a mexer em seu celular. Já tinha falado tudo que sabia sobre todas as mudanças que ocorreram entre os séculos, Rafaella ficou tão entediada que a única coisa que realmente prendia sua atenção no momento, era o celular de Gizelly. 

- Eita porra. - Mumurrou, achava aquilo uma coisa magnifica. Gizelly só conseguia sorrir que nem idiota, todo movimento que a garota fazia, Gizelly se derretia, Rafaella era muito fofa... Rafaella mexeu em algo que não deveria, e olhava para  a tela de uma forma divertida. - Gizelly... - A menor olhou para o que a outra estava falando e no celular estavam imagens de vários tipos de posição no sexo lésbico. 

- AI BUCETA! - Gizelly gritou e tirou o celular desesperadamente das mãos da maior. - Chega de mexer no meu celular, né?

- Eu não sou burra, Gizelly! Eu sei o que era aquilo. - Diz como se fosse algo extremamente normal. - Aquilo era um livro? Até livros estão ai dentro? Credo! 

- Bom... É tipo um livro erótico... Que ensina algumas posições! - Estava que nem um pimentão, se pudesse, enfiava a cara no primeiro buraco que encontrasse pela frente.

- Posições? - Fez uma cara de dúvida. 

- Sim, tipo tesoura, sabe? - Fez movimento de tesoura com as mãos. 

- Tesoura? 

- Velcro, Rafaella! 

- Velcro? 

- Vuco-vuco...

- Que?

- Tchaca tchaca na butchaca. 

- Saúde?

- Porra, Rafaella! Transar bucetuda, significa transar, pronto, chega! - Gizelly revirou os olhos. 

- Aaah, tá...

- Tudo bem! Acho que isso já ficou constrangedor demais. - Jogou o celular na cama e se levantou, agachou e começou a mexer em sua mochila.

- O que você tá fazendo? - Rafaella tentou bisbilhotar o que a outra mexia. 

- Já que não temos nada pra fazer, vamos desenhar! - Mostrou dois lápis coloridos para a garota.

- Desenho?  Mas aonde iremos desenhar? - Gizelly abriu os braços, indicando o único lugar possível de se desenhar, a parede!

- A parede, vamos colorir um pouco esse lugar, principalmente essas escritas estranhas que estão nela... - A menor entregou um dos lápis para Rafaella que pegou sem querer.

- Ta bom né... - As duas subiram na cama e desenharam em um ponto na parede por ali. - Eu gostava de desenhar quando eu estava viva. - Comentou enquanto desenhava algo na parede.

- Você ta viva agora, Rafaella!

- Você entendeu o que eu quiz dizer... - Revirou os olhos.

As duas continuaram desenhando em silêncio, de vez em quando Gizelly olhava Rafaella, a garota pareciatao viva, mesmo que estivesse toda machucada, seu semblante estava mais feliz do que antes.

- Acabei! Eu não tenho paciência pra isso. - Rafaella terminou de desenhar e colocou o lápis na cama, se sentando logo em seguida. Olhava Gizelly na sua frente qie ainda estava com a atenção virada para o desenho.

- Seu desenho ficou lindo, mas o meu está mais. - Rafaella tinha desenhando um sol, apenas isso... Já o de Gizelly, era meio difícil decifrar.

- Você desenhou dois bonecos palitoa segurando uma coxinha? - Rafaella perguntou analisando o desenho. Gizelly a olhou com raiva e voltou sua atenção ao seu desenho.

- Isso é eu e você usando o meu celular, sua cega!

- Esse celular parece uma coxinha.  - Rafaella sorriu, Gizelly a olhou com raiva e se sentou ao lado da maior, deixando o lápis em qualquer canto. - Porque tem dois macacos transando aqui? - Rafaella apontou para outro desenho, Gizelly a olhava incrédula.

- RAFAELLA, ISSO É EU E VOCÊ SE ABRAÇANDO. - Gizelly gritoi incrédula com a interpretação da outra.

- QUE CULPA EU TENHO SE VOCÊ DESENHA QUE NEM UMA CACATUA? - Rafaella também gritou e as duas pararam e se olharam por alguns segundos antes de, caírem em uma gargalhada gostosa. 

- Voce é ridícula! 

- Eu sei... - Rafaella sorria boba para a outra, sem Gizelly esperar, Rafaella se aproximou e beijou os lábios de Gizelly. A menor levou suas mãos para o rosto dela e aprofundou o beijo, depois de um tempo, por falta de ar, terminaram o beijo com selinhos rápidos. - Isso é tão errado, sabia? - Rafaella fechou os olhos, sentia que estava fazendo tudo errado, tudo aquilo que evitou fazer depois de Alexa, estava acontecendo novamente, mas pelo menos, no fundo, ela sabia que Gizelly não era igual à Alexa...  

- Apenas o fato de eu estar presa aqui, já errado! Se eu quiser beijar um ex-demônio não ver a pior coisa. - Deixou outro selinho na garota e se afastou.

- Mas isso  tudo só aumenta o perigo que você corre, eu ainda sou um demônio, tenho certeza que, eles vão me transformar em um demônio novamente. - Rafaella suspirou e se deitou na cama. 

- Eu odeio o seu lado demoníaco, pra ser sincera! Quando você se torna humana, fica tudo tão lindo, puro, parece que em você existe uma paz, sabe? 

- Mas eu sou 90% demônio, Gizelly! Você tem noção do risco que você está correndo? 

- Se eu não tivesse noção, suponho que eu estaria fodida! - Se deitou junto de Rafaella. 

- É, você tá muito fodida. -

- Relaxa, o que de pior pode acontecer?

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Gizelly dormia enrolada em Rafaella, as duas dormiam tranquilamente, uma do lado da outra.

Mas eles não iriam deixar as coisas tão fácies assim...

Rafaella acordou com uma dor insuportável em seu peito, seus arranhões estavam se abrindo novamente, Rafaella gritou de dor e com o grito, Gizelly levantou assustada. A maior sangrava e agonizava de dor, Gizelly poderia ver o peito de Rafaella se abrindo, como se alguém estivesse, com a própria unhas, perfurando aquela região. Mas quem ou o que causasse aquela dor na outra, era invisivel, não tinha nada ali com elas, apenas Rafaeela sendo atacada por algo, invisível.

Gizelly não sabia o que fazer, queria poder de, alguma forma, ajudar a garota ao seu lado, mas como? Se lembrou apenas no que Rafaella tinha feito com ela quando foi atacada, então, com toda a sua força, socou o peito de Rafaella. A garota parou de agonizar por alguns segundos e seu peito começou a desaparecer todos os arranhões de minutos atrás, deixando apenas os arranhões do dia anterior, cicatrizado.

Rafaella se sentou e começou a chorar, não sabia o que tinha acontecido, mas não queria mais sentir aquela dor. Gizelly apenas a puxou para os seus braços, não sabia o que dizer, então apenas a abraçou, se pudesse a protegia de tudo e de todos, mas esses demônios que a perseguem, não vão descansar até mata-la e Gizelly sentia isso.

- Eu não aguento mais isso, Gizelly! Está tudo voltando igual a antes, antes mesmo de eu me tornar assim... - Gizelly apenas a apertou mais em seu peito, ouvir aquilo doía demais.

- Shh, Calma! Tá tudo bem...



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Até xx

Fenômenos ParanormaisOnde histórias criam vida. Descubra agora