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Índia 🧚‍♀️

"Nathália: chegou?
Vamos lanchaaaaaaaar
Eu, tu, Sam...
Eu: Esqueci de avisar
Vou arrumar Ayla
se não demora
Nathália: que eu querendo te ver
Eu: 🖕😂"

Respirei fundo antes de tirar minha bela bunda cansada do sofá e ir tomar banho arrastando a bonita junto.

Me enrolei na toalha antes de começar a secar e arrumar ela é responder mil e uma perguntas sem sentido que uma criança de quatro anos é capaz de fazer.

— A gente vai sair sozinha? A vovó vai? — Perguntou quando coloquei ela sentada na cama pra me arrumar.

— Não — Respondi vestindo as roupas íntimas. — Você lembra da tia Nath?

— Sim.

— Ela vai com a gente.

Elas já tinham se falado por chamada de vídeo inúmeras vezes.

As vezes até me arrependo de ter ido embora. Mas lembro de que poderia não ter minha bebê comigo e essa idéia passa rápido.

"Nathalia: Na lanchonete de sempre
esperando"

— Vamos, Ayla — Apressei ela que tava "passando batom".

— Tô bonita? — fez pose já do lado de fora.

— Tá linda, amor. — Eu ri.

Muito folgada.

Fui rindo o caminho inteiro dela falando mal de todo mundo que encarava a gente.

E acabei paralisando quando vi com quem a Nathalia estava.

"Eu, tu e Sam..."

Samantha. Porra.

Como eu não me lembrei desse detalhe?

Engoli em seco e me aproximei.

Nathália abraçou a Ayla e falava algo a ela. Mas eu só conseguia encarar a mulher que um dia já foi minha melhor amiga... E cunhada.

— Não vai me abraçar, vagabunda? — Ela se levantou e eu respirei aliviada. — Nath me explicou tudo. Fiquei com saudades. — Sussurrou no meu ouvido entre o nosso aperto.

— Desculpa. — Foi o que consegui sussurrar de volta.

— Então — Tossiu. — Você sabe quem sou eu pequena?

— Não.

— Eu sou a titia Samantha. Mais legal que a Nath.

— Sai dessa, Sam — Nathalia colocou ela sentada em cima da mesa. — Eu sou a tia legal — apontou pra si. — Ela é a tia maluca.

— Tá. — Ela respondeu mexendo em algum celular alheio. Duvido muito que ela tenha ouvido uma só palavra.

Lanchamos na paz de Deus e ouvindo Ayla se intrometer em todas as conversas com perguntas aleatórias. Mas depois de um tempo, ficamos em silêncio e elas, estranhas.

— A gente precisa te contar algo. — Samantha começa me olhando.

Cerrei os olhos.

— Agora não é hora.

— Ela precisa saber, Nath.

Elas começam uma troca de olhares sinistra e quando eu já estou quase perdendo a paciência um grito me interrompe.

— TIA SAM

— É sobre isso que a gente precisa falar. — Nath se dá por vencida quando Samantha coloca o menino no colo.

— Vocês vão falar ou eu preciso adivinhar?

— Esse é o filho do Russo.

DE VOLTA [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora