DE VOLTA [M]

18

Índia 🧚‍♀️

— O que?

— Teve tiroteio aqui... Ele tava no meio da trocacao...

— Onde foi? Onde foi o tiro?

— No braço... não parece muito grave mas ele ainda nao foi atendido e não pode ver ninguém.

— Tô indo aí.

— Não fica com as meninas.

— Não, eu vou. Eu posso cuidar dele, me formei em técnica de enfermagem. E os outros? Meus irmãos? Meu pai tá bem?

Silêncio.

— Brenda por favor! Onde estão os outros?

"Brenda? Brenda?" Ouvi no fundo. "BRENDA"

— Tainá? — ouvi do outro lado enquanto levava as meninas pro carro. — É o Terror. Vou liberar sua entrada.

— E o Cobra? Onde tá o Cobra?

— Vem pra cá.

— Me responde, Luan. Por favor.

— Vem pra cá, Índia. Tá tudo bem, mas vem logo.

Ele desligou e eu arranquei com o carro. As meninas perguntaram o que estava acontecendo e eu apenas disse que mais tarde conversávamos.

Passei na casa da minha mãe e expliquei a situação por cima a ela. Deixei as meninas e aí sim dirigi de verdade. Tão rápido que nem eu me reconheci.

— Cadê eles? — Perguntei a Terror assim que entrei. — Luan, é sério. Onde tá o Cobra? Você mentiu? O que aconteceu?

— Eu não sei.

— COMO NÃO SABE?

— SE ACALMA. Vamos ver o Gabriel e depois cuidamos dele e da Brenda. Tá ouvindo?

— O que teve com ela?

— Ela desmaiou. Mas tá com a irmã dela. Cê tá bem?

— Onde tá o Gabriel? — Ele saiu me puxando.

Entramos em uma sala e o Gabriel tava se contorcendo na maca.

— Tá fazendo o que aqui?

— Vim tirar a bala.

— Ficou doida? — Ele grita, mas não sei se é comigo ou pela dor.

— Fica quieto. — Procurei a luva e alguns medicamentos e utensílios.  — Segura aqui Luan.

Ele imobilizou o braço do Lobão e eu verifiquei o ferimento. Limpei a pinça e respirei fundo tentando parar de tremer. Procurei a bala com dor no coração de ver ele gritando tanto e retirei de uma vez só.

Limpei e enfaixei pra estancar.

— Não mexe. Por favor. — Sentei na cadeira e apoiei a cabeça na cama pra chorar.

Maldita TPM.

— Para com isso, porra. — Luan diz e alisa meu cabelo sem nem um pouco de carinho.

— É — Gabriel diz com a voz rouca. — Não foi você quem levou um tiro.

— Cadê eles? — Levanto a cabeça e Luan coça a testa.

— Eu tô falando sério. Não sei.