New haircut, yay [EDITADO]

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Na manhã do dia seguinte, Jimmy levou Amélie até sua casa. Se despediram com um beijo. Viu suas malas ainda na sala e as levou até seu quarto; jogou elas no chão e se deitou em sua cama. Ficou olhando para seu banheiro, pensando.

-Eu tenho que tomar banho. Porra, eu não quero tomar banho. Mas eu tenho.

Depois de muito tempo procrastinando, ela finalmente levantou e foi até o banheiro. Tomou um banho um pouco demorado, não queria sair debaixo da água quente. Vestiu qualquer roupa que a esquentasse, penteou seu cabelo com os dedos na frente do espelho, pegou uma mochila vazia e saiu de seu quarto.

Foi até o quarto de Nanna para escolher alguma roupa para ela usar quando sair do hospital. Calça preta, camiseta do Sonic Youth, moletom cinza, All Star preto e mais um sobretudo verde, com medo da garota passar frio. Dobrou todas as roupas dentro da mochila, pegou sua bolsa e saiu de casa.

No meio do caminho, passou em uma cafeteria e comprou dois cafés com leite – um para ela, e outro para Nanna. Amélie chegou ao hospital perto da hora do almoço. Foi até a recepção.

-Oi, bom dia, eu sou a tia da Nanna Mars, Amélie Einaudi. Vim retirar ela.

-Ah, você que é a tia da Nanna? – A recepcionista, que naquele dia era a Lindsay, perguntou com um sorriso no rosto – Ela tem sido um grande sucesso esses dias aqui, sabia?

-Sério? Por quê? – Amélie perguntou, franzindo a testa.

-O namorado dela, aquele tal de Peter, veio todos os dias visitar ela. Ele é uma ótima pessoa –Lindsay disse, enquanto digitava no computador. Pegou alguns papéis na impressora e os colocou na mesa – Isso aqui é a ficha da Nanna com todos os exames dela, relatórios, e outras coisas durante o tempo que ela ficou internada. Você só precisa rubricar todas as páginas e assinar a última onde tem seu nome, tudo bem?

Amélie assentiu, e fez o que a recepcionista pediu. Entregou os papéis para Lindsay, e ela isse que podia ir para o quarto de Nanna. Ao chegar na porta do quarto, viu Nanna falando com uma das enfermeiras, enquanto outra trocava o curativo no pulso dela.

-Francis, como você pode me emprestar esse livro? Você tem noção de como eu chorei no final? – Nanna perguntou com um livro na mão, e a enfermeira em sua frente rindo. Francis tinha quarenta e poucos anos, cabelos loiros começando a ficar grisalhos, e uma bondade enorme em seus olhos.

-Menina, eu tenho noção sim! Eu também chorei muito. Mas que bom que você gostou.

-Muito obrigada por me emprestar, sério.

-Imagina, querida.

Francis pegou o livro de volta e apertou a mão de Nanna, sorrindo. Foi então que a garota percebeu que a tia estava na porta.

-Oi tia.

-Oi, Nanna. Eu trouxe uma roupa e um café com leite para você – Amélie levantou a mochila e o café em sua mão.

-Obrigada, tia.

A outra enfermeira terminou de fazer o curativo no pulso dela, e todos saíram do quarto para Nanna se trocar.

Quando ficou sozinha no quarto, Nanna tirou a bata hospitalar e olhou para seu corpo depois de quase uma semana sem vê-lo. Tinha emagrecido, mesmo em tão pouco tempo. Viu alguns hematomas em seu corpo, mas não se lembrava de ter se machucado.

Abriu a mochila, e ficou feliz ao ver sua camisa do Sonic Youth, já que era sua favorita. Se vestiu, e ao colocar suas outras roupas de volta na mochila, hesitou um pouco. As grandes manchas de sangue na sua blusa azul a deixou triste. Deixou alguma lagrimas caírem de seus olhos, mas terminou de se vestir.

Little Trouble Girl, Little Trouble BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora