Penny, Sorry [EDITADO]

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15 DIAS PARA O FIM DO MUNDO


Decidiram ir para o parque.

Eles estavam entediados. Realmente, o que era possível se fazer quando o fim do mundo estava a quinze dias de distância? Já tinham viajado duas vezes, participaram de uma orgia, se casaram.... Estavam sem ideias

Por isso que eles decidiram ir para o parque.

Tudo estava em ordem, o que foi um pouco espantoso. Nanna e Peter pensaram que as árvores estariam queimadas, pessoas estariam transando, vendendo drogas livremente, penduradas em galhos de árvores por cordas; pensaram qualquer coisa diferente da paz irritante instalada no local.

A idosa que eles sempre conversavam, Bethany, não estava no seu banco usual. Em seu lugar, tinha uma mulher de quarenta e poucos anos, chorando, com um cachorro da raça Grand Basset Griffon deitado em seus pés. A mulher se parecia com Bethany, mas a Bethany jovem: a mesma feição, as mesmas bochechas rosadas. Só a cor do cabelo que era diferente; Bethany tinha cabelos castanhos, e a mulher no banco era loira.

Peter e Nanna foram juntos até ela. Nanna perguntou:

-Com licença, mas você é filha da Bethany Martin?

-Sim, por quê? – A moça perguntou, a voz falhando um pouco. Os olhos castanhos, idênticos aos de Bethany, estavam vermelhos e algumas lágrimas caiam deles. Seus cabelos loiros estavam despenteados.

-Eu sou a Nanna, e ele é o Peter. – A garota apontou para Peter, que estava em pé ao seu lado – E qual é seu nome? Sua mãe já nos disse, alguma vez, mas acho que esqueci.

-Penelope. Mas me chame de Penny. – Ela respondeu, agora com a voz mais calma.

-Bem, a última vez que conversamos com sua mãe faz um mês, eu acho. E queríamos saber o porquê d'ela não estar aqui hoje no parque.

-Ela.... Ela morreu. Ontem à noite. Às 22:34. – Penny disse, a voz tremula como se fosse chorar novamente. Engoliu o choro, e deixou apenas uma lágrima cair de seu olho esquerdo.

Peter e Nanna se entreolharam, e o garoto mordeu o lábio.

-Eu acho que ela já me contou uma vez sobre vocês em uma das vezes que fui visita-la – Penny falava olhando para o horizonte – Acho que ela mencionou o nome de vocês.

-Sério? – Peter perguntou, surpreso – Que bom saber disso. Eu tinha certeza que ela tinha esquecido nossos nomes – Nanna deu uma cotovelada no braço de Peter pela falta de educação.

-Ela descreveu vocês como "o casal que não sabe que é um casal, mas é um lindo casal" – Penny fez aspas enquanto citava a fala de Bethany, e riu pelo nariz – Minha mãe também disse que vocês são boas pessoas e bons amigos para ela.

-É gratificante demais saber que ela achava isso sobre nós – Nanna disse, sendo o mais sincera possível – Ela também era uma ótima pessoa, e as histórias que ela contava eram incríveis. Eu, pessoalmente, chorei em algumas.

A mulher riu, e limpou algumas lágrimas que estavam a cair pelas suas bochechas.

-Meus pêsames pela sua mãe. – Peter disse, também sendo sincero – Eu e a Nanna sentimos muito, Penny.

-Obrigada. – A mulher disse, com os olhos baixos.

Nanna se sentou ao lado de Penny, e a abraçou. No início, foi estranho para a mulher, mas ela acabou aceitando o abraço.

A menina se levantou, e Peter apertou o ombro de Penny como uma forma de conforto. Os dois adolescentes começaram a andar para longe do banco, seguindo em frente.

Little Trouble Girl, Little Trouble BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora