"Nanna, eu vou te matar
que filme foi esse que voce me falou pra assistir
eu to chorando e eu nao sou de chorar
eu te odeio"
"HAHAHHAHAHHAHAHAHHAH que bom que você gostou
eu tambem chorei quando assisti Super Term 12, é normal"
"to morto"
"quer que eu fale alguma coisa no seu funeral?"
"ha ha ha, muito engraçado, Mars"
"mudando de assunto
vem aqui em casa amanhã
eu vou fazer mais pudim"
"vou sim
eu passo com você a virada do ano, ja que minha mae acha baboseira isso"
"eu gosto de Ano Novo e ela nao gosta
ela gosta de Natal e eu não
contraditorio"
"pois é
entao, eu to indo chorar um pouco mais
depois a gente se fala"
Nanna bloqueou a tela do seu celular e se jogou na cama. Deitada, ficou pensando em Peter. Não conversaram sobre o presente dele, sobre aquele "te amo" escrito no final do bilhete do cartão.
Desde o Natal, estava em um dilema eterno sobre o garoto. Estava se apaixonando por ele, isso era um fato. Mas não queria aceitar isso. Achava impossível. Mas Nanna realmente estava se apaixonando por cada detalhe dele: cada fio de seu cabelo negro, seus olhos azul-escuro atrás dos óculos, as roupas que usava, a pinta no canto superior direito da boca dele.
Se levantou da cama, e foi até seu computador em sua escrivaninha. Colocou uma música do The Academy Is...., uma banda que ela gostava demais, mas tinha vergonha de admitir. Era muito adolescente e emocore.
A música começou, pegou sua escova de cabelo e começou a cantar em frente do espelho de seu armário:
"Wherever you go, they say I'm bad news.
When every one agrees, whispers start sounding like screams."
Nanna cantava e dançava animadamente com a voz do maravilhoso William Beckett, o vocalista da banda.
"Oh, but I know what you want to say before the words escape your teeth.
Will you trust in me?".
Não conseguia parar de pensar em Peter enquanto cantava. A letra era tudo que gostaria de dizer para ele: Nanna, uma garota com uma reputação não muito boa, estava sozinha, até encontrar ele. Agora, só queria ficar com ele, ser dele naquela e em todas as outras noites.
Mas ela não iria cantar ou enviar a música para ele porque a) ela não sabia cantar e b) ela não era idiota. Porém, o sentimento continuava o mesmo em relação à música, que logo acabou. Como havia colocado no youtube, seu quarto se silenciou. No meio daquele silêncio, sussurrou para si mesma:
-Puta que pariu.... Eu amo o Demarco. Puta que pariu. Puta que pariu! – O último palavrão acabou saindo como um grito.
Nanna não parava de falar para si mesma que estava ficando doida, e que nunca, em hipótese alguma, poderia amar Peter Demarco. Aquilo era totalmente loucura. Não amava ninguém desde Edward. Ela já teve algumas quedinhas bem parecidas com abismos, mas nada mais sério do que namoros de no máximo três meses baseados em mentiras e falsos amores.
Batia sua mão em sua cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos de sua casa. Ela não sabia por que não aceitava o fato de amar alguém novamente, sendo que estava tentando fazer isso desde que terminou com o Banhart.
Porra, a vida podia ser mais simples!
Foi até a cozinha e, em menos de uma semana, bebeu quatro goles do uísque de sua tia. Logo em seguida, pegou um cigarro no maço da primeira gaveta da pia, o acendeu e fumou ali mesmo, tentando se acalmar. A garota estava tremendo.
Nanna voltou para seu quarto ao terminar o cigarro. Se sentou na beirada de sua cama e ficou olhando para o chão, sem conseguir fazer ou pensar em nada. Disse para si mesma:
-Preciso dormir.
Tirou a roupa que estava usando e entrou dentro de seu pijama. Deitou em sua cama e se cobriu completamente com os cobertores. Estava muito frio, provavelmente uns quatro graus célsius. Nanna estava quase congelando. Se ajeitou em sua cama até achar uma posição confortável.
Ainda era cedo, um pouco depois das cinco da tarde, mas conseguiu cair no sono rapidamente. Não se lembrava de seu último pensamento antes de dormir, mas Nanna sabia que com certeza era relacionado a Peter.
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Little Trouble Girl, Little Trouble Boy
Dla nastolatkówNanna Mars nunca teve amigos. Nunca. Nem ao menos um. Já teve alguns namorados, mas nunca alguma "melhor amiga para quem pudesse contar tudo e chorar vendo comédia romântica de madrugada". Não tinha realmente reparado em Peter, até que ele começou a...