Prólogo- What makes a life perfect?

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O que faz de uma vida, perfeita? Pergunto-me isso há muito tempo. É o dinheiro? Companhias? Sucesso? Eu ainda não sei, mas todos dizem que a minha é perfeita. Acredito que estejam certos, considerando o meu patrimônio familiar e minha excelência nas notas do colégio e nos esportes. Sem deixar de fora toda a bajulação, é muito satisfatório ser adorada apenas por fazer nada mais que o normal.

Zuzu, meu irmão mais velho, discorda. Ele diz que nada disso faz de uma vida boa, e eu o acho ingrato por isso. Todos dessa pequena cidade dariam de tudo para ter o que temos ou serem como nós, como ele pode insinuar que vive infeliz? Acho que ele passa tempo demais pensando nas desculpas que nosso pai dá para não visitar a nós dois e nossa mãe. Já eu aceitei há anos que papai é um homem muito importante e ocupado para visitar seus filhos, o que não importa tanto se pensarmos que tudo que ele está fazendo é para o nosso sustento, certo?

Nossa mãe sempre parece cansada, o que para mim não faz sentido, ela tem empregados para fazer de tudo por e para ela. Quando a questiono, ela responde que é a idade. Está mentindo, mamãe mente muito, mas sei que se o faz é com uma boa intenção. Ela é diferente do pai, não é política o suficiente para mentir bem, é movida pela emoção. Eu acho que prefiro assim, mas não tenho certeza.

Como mencionei, eu e minha família moramos em uma pequena cidade, não digo de tamanho, mas sim de população. Todos parecem se conhecer por aqui, e certamente todos conhecem a mim e a Zuko. Quando meu irmão ainda frequentava a escola, as garotas mais novas costumavam fazer fila e brigarem para ver quem conseguiria sentar perto dele. Zuzu odiava receber toda essa atenção exagerada, e eu sempre me diverti em vê-lo irritado com isso.

Amanhã minhas aulas voltarão, não estou nervosa ou ansiosa com esse último ano. Ao contrário dos outros alunos, acredito que será um ano normal como todos os outros foram para mim, o máximo que pode acontecer de diferente é eu e Mai, minha melhor e única amiga, finalmente decidirmos ir naquele baile idiota que eles sempre fazem no final do período escolar. Alerta de spoiler: isso não vai acontecer! Somos boas demais para algo do tipo. De qualquer maneira tenho altas expectativas, afinal, sempre me contaram que o último ano do colégio é especial para todos de alguma forma.

Enquanto terminava de escrever a última frase, escutou duas batidas na porta de seu quarto. Não respondeu nada, permitindo com que Zuko entrasse.

Azula, você ainda 'tá acordada? É 2 da manhã, o que você tanto escreve nesse celular? perguntou seu irmão, genuinamente curioso. Azula estava tão emergida dentro de suas anotações que não percebeu o passar do tempo.

Nada que te interesse, maninho. Agora vá embora antes que eu resolva levantar daqui e fechar a porta no seu nariz. a mais nova falou com um tom debochado em sua voz. Seu irmão, com um suspiro, fez o que foi mandado. Ele sabia, por experiência, que Azula não estava brincando com a ameaça.

Quando estava novamente sozinha no quarto, a garota analisou o horário que estava e a hora em que deveria acordar, calculando quanto tempo tinha para dormir. Salvou e fechou suas notas, e então finalmente apagou as luzes e deitou em sua cama.

Antes de pegar no sono reviu tudo que tinha que fazer amanhã e montou uma lista mental. Depois de acordar tomaria banho, se vestiria com as roupas que até lá já estariam passadas e separadas em sua cama, tomaria o café da manhã e então encontraria Mai para irem juntas até o colégio, onde seriam recebidas como de costume. Após suas aulas, iria para o treino de atletismo, onde passaria a maior parte da tarde até voltar para casa e fazer suas atividades da semana. Com tudo organizado, Azula estava preparada para encarar mais um ano comum de sua vida perfeita.

I see my apocalypse when I look into your eyes- tyzula auOnde histórias criam vida. Descubra agora