Capítulo Oito - Earth

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Capítulo Oito - Earth

Abro os meus olhos devagar e sinto os braços dele me envolvendo. Depois de tanto chorar, eu acabei dormindo no sofá e, pelo que vejo P' Kao também. Embora o sofá não seja pequeno, sinto pena que o P' durma aqui, principalmente comigo nos seus braços.

Levanto lentamente para que ele não perceba que me mexi. De joelhos diante dele, eu consigo observa-lo dormindo, sereno e lindo. Vejo os seus lábios perfeitos, parecem ter sido desenhados com delicadeza e muito amor.

─ Queria ter conhecido você há muito tempo. – digo passando a mão nos seus cabelos. – Você é um bom amigo, uma ótima companhia e me faz muito bem.

Levanto-me e vou ao meu quarto, procuro por um lençol e, assim que o encontro, eu volto e cubro o P' Kao para que ele se sinta confortável. Volto ao quarto e troco as minhas roupas para eu dormir.

─ Farei de tudo para esquecer o que me aconteceu e, espero que o Dew não me procure nunca mais. – minha alma ferve de raiva e dor, mas se Kao e Tar estiverem comigo, sei que conseguirei superar tudo isso.

Deito-me na cama e procuro esquecer o dia horrivel que tive, mas é inútil. Eu o amava muito, eu fiz de tudo para nossa relação dar certo, mas ele não valorizou nada do que fiz. Talvez eu ainda o ame. Não sei.

Tudo que passei com ele não passou de ilusão, uma mentira feita apenas para se aproveitar de mim. E o pior de tudo é que eu me doei por completo, pensando que ele sentia o mesmo por mim.

Eu estava disposto a enfrentar o meu pai. Porém agora entendo por que ele nunca tentou falar com os nossos pais sobre nós.
A verdade é que nunca existiu o nós, pois era somente eu naquela relação.

─ Fui idiota. Mas da próxima vez, me lembrarei de não me apaixonar tanto assim por alguém.
               
Depois de tantas horas tentando dormir, sinto os meus olhos pesarem e me entrego ao sono.

                               ♠♠♠♠♠♠♠

Abro devagar os meus olhos e de repente, sinto o cheiro de comida. Levanto-me da cama e perco equilíbrio. A minha cabeça dói tanto e, para evitar que eu caia em cima de algo, sento-me na cama e levo o celular para ver as horas.

Felizmente, hoje voltarei cedo da agência. Não quero que o meu pai me veja assim, caso contrário ele procuraria saber os motivos. E eu não pretendo contar nada.
Temos apenas trinta minutos para estarmos na agência. E se não quisermos decepcionar o meu pai, melhor eu me levantar e me preprar enquanto ainda há tempo.

Faço um banho rápido, lavo os dentes e coloco a minha cueca boxer azul. Separo uma calça preta, camisa azul, casaco preto e sapatos pretos. Coloco tudo na cama, levo a calça para vestir e, no mesmo instante, escuto a porta abrir e me viro na direção dela, vejo P' Kao entrar com o café da manhã. Sinto-me pouco constrangido e ele também, pois percebo a forma que olha para mim e não sabe como reagir.

─ Oh! – diz ele meio confuso. – Pensei que estivesse a dormir. Desculpa.

─ Não se preocupe. – Deixo a calça na cama e vou até ele pegar o café. Coloco sobre a escrivaninha e visto a calça. – Temos pouco tempo para ir à agência e eu não quero que o nosso chefe nos dispeça.

─ Tem razão. – responde passando a mão no cabelo. Olha de novo para mim e continua. – Eu me banhei antes de preparar o café, só preciso me trocar em casa.

─ Tem algumas roupas do... – paro antes de concluir e fico nervoso. Não seria bom que ele soubesse dem que elas são. – do seu tamanho aqui.

─ Tudo bem. – Kao sorri e eu levo as roupas.

Ele tira a camisa e numa questão de segundos, sinto um pouco de desconforto. Eu me visto às pressas e o deixo no quarto.  Fecho a porta e tento esquecer a minha reação ao vê-lo sem camisa. Um calor intenso me preenche e fico envergonhado de ter ficado assim. Com certeza p' Kao percebeu.

─ O que foi isso? – me pergunto num sussuro. – Que vergonha!
A TV está ligada e vejo as horas novamente. Suspiro nervoso, caminhando de um lado ao outro no meio da sala.

Se ele demorar estamos feitos. – penso.

Sem demoras, o vejo aparecer na sala e eu vou ao quarto para levar o celular. Volto à sala, levo a carteira, a bolsa do trabalho e as chaves do carro.

Por sorte, chegamos restando três minutos. Porém meu pai nos vê e chama Kao para a sua sala. Penso em segui-lo, mas se eu for o meu pai deixará escapar a informação que tento esconder. Não quero que P ' Kao saiba que o chefe resmungão é o meu pai.
O deixo ir sozinho e eu vou ter com P' Win.

─ Sawadee krap – digo assim que o vejo no estúdio.

─ Sawadee – ele responde e se aproxima. – Você tem certeza de que quer ficar e trabalhar hoje?
Só pelo fato de ele falar, eu já me sinto mal. Ele tinha que me lembrar de que estou a sofrer. Eu apenas não queria pensar mais nisso.

─ Tenho! – suspiro e continuo. – Não precisa se preocupar comigo.

─ Sabe que gosto de você, por isso me preocupo. – ele se aproxima e me encara. – Se precisar de companhia, me chame. – sussura para mim.

Além da minha mãe, do Tar e agora o Kao, P' Win sabia sobre o meu namoro com o P' Dew. Embora ele tentasse ficar comigo a todo o custo, ele nunca falou ao meu pai sobre isso. Talvez seja por pena de mim, porque ele, melhor do que ninguém sabe daquilo que o meu pai é capaz de fazer quando não concorda com certas coisas.

─ Não se preocupe. – finalizo a conversa e ele continua com o seu trabalho.

Alguns minutos depois, P' Kao entra e eu fico ansioso para saber o que o meu pai queria. Espero que não tenha tirado ele da agência.

─ O que ele queria? – pergunto assim que ele se aproxima.

─ Depois te explico, estou atrasado para o ensaio. – diz e vai correndo ter com o P' Win. Os deixo trabalharem e saio do estúdio.

Trabalhar com o meu pai é complicado. Principalmente porque faço apenas sua vontade e não a minha. Ele é exigente, isso é bom, mas tem sido muito mais comigo. O seu desejo, é de transformar-me numa cópia dele mesmo. Algo que eu não quero, pois tem momentos em que não dá a minha mãe a atenção que ela merece por conta de tanto trabalho.

Assim que termino o meu trabalho, envio uma mensagem a Kao dizendo a ele onde eu estaria para almoçarmos juntos. Organizo os documentos na sala do meu pai e, antes de sair entra uma mensagem no celular. Assim que vejo, minha vontade é de lançar o celular contra a parede. Mas no fundo, eu sinto que mereço uma explicação.

Dew: ‟Precisamos conversar. ˮ

Eu: ‟ Me encontre no restaurante que fica em frente à agência do meu paiˮ

Saio da sala e vou até o local marcado para o encontro. Peço algo para beber enquanto espero por ele.

Entra uma mensagem no celular e com as mãos tremendo, eu abro e leio.

Kao: ‟Vou demorar mais um pouco, pode me esperar? ˮ

Eu: ‟Claro. Diga-me apenas quando estiver a caminho. ˮ

Sinto tanto nervosismo ao ponto de tremer cada vez que alguém entra no restaurante. Olho de um lado para o outro, mas não vejo nenhum sinal dele.

Tudo o que eu quero é uma explicação por parte dele. Eu mereço saber os motivos que o levaram a fazer isso comigo.

O vejo entrar e caminhar em minha direção. Não sei por que, mas estou tão nervoso que não sei se conseguirei questiona-lo. Meus batimentos aceleram apenas por vê-lo se aproximar a mesa. O que eu quero agora, é que Kao não apareça cedo por aqui, pois tenho imensas coisas por conversar com Dew.

Oi pessoal. Desculpem-me pela demora, mas espero que tenham gostado do capítulo.
Não se esqueçam de votar no capítulo por favorzinho 😍🖤.

Na Passarela Do Amor (KaoEarth) - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora