O início do fim

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Pov Dylan

Eu realmente acreditei que esses dias no campo poderiam ser bom para mim. Eu tenho que ser confiante e sentir que de alguma forma eu posso ficar bem com tudo isso.

Talvez aqui meu pai perceba que eu sou seu filho,independentemente de qualquer coisa, eu continuo sendo do seu sangue. E estar de férias, pode ajudar nisso, ele anda muito estressado com o trabalho e agora tem tempo para relaxar e ficar calmo. Eu só preciso demonstrar isso a ele.

Domenico: quero que cuide dos bichos hoje! Eu vou sair com o carro e devo voltar somente a tarde. Não se preocupe com a horta, sua mãe vai cuidar disso.

Disse meu pai ao tomar sua xícara com café.

Eu apenas assenti com um leve sorriso.

Danielle: que horas o sr volta papai?

Perguntou curiosa ao sentar junto a nós para o café da manhã


Domenico: isso não interessa a você, mas eu devo chegar antes das 18:00. Tenho muita coisa para resolver na fazenda do Delegado que fica à uns 10 km daqui. Eu levaria o Dylan comigo, mas certamente eu passaria muita vergonha. Decidi me poupar disso!

Danielle: vergonha em que sentido?

Eu apenas revirei os olhos já esperando o atropelamento de palavras dolorosas que sairiam da boca de meu pai em sua resposta.

Domenico: porque eu tenho uma bichinha como filho ,ora mais! Meus companheiros de trabalho jamais perdoariam isso. Seus filhos homens são excelentes rapazes, garotos fortes e sem mimimi! E pelo que sei, seguem os caminhos certos e namoram garotas! Por este motivo que não os levo comigo em muitos eventos de trabalho.

Engoli o café já sentindo a ânsia de vômitar. Eu poderia ser forte e aguentar aquelas ofensas mais uma vez. Mas uma dor insuportável tomava conta de todo o meu corpo. Era uma mistura horrível de sensação, era como se eu fosse explodir a qualquer instante.

A única coisa que consegui fazer, foi sair o mais rápido daquela mesa e ir para a varanda. Mal consguia respirar e minhas forças já nem existiam.

" pensei que já estivesse se acostumado com o seu pai"

Disse mamãe tocando em meu ombro atrás de mim.

Dylan: ele me odeia cada dia mais...

Mãe: ele é seu pai!

Dylan: e eu sou filho dele! Ele não tem um pingo de amor em mim. Isso é horrível mãe, eu não sei até quando vou aguentar.

Mãe: você deveria fazer o que seu pai diz. É claro que ele ama você. Ele só quer o seu bem.

Dylan: você realmente acredita nisso mãe?

Perguntei em meio a lágrimas que escorriam em meu rosto.


Mãe: é claro que sim e você também deve acreditar. Seu pai diz que essa coisa de você ser gay é apenas uma fase e logo você vai parar com isso. Ele diz que você ainda faz para confrontá-lo.


Eu apenas fechei os olhos tentando encontrar forças para permanecer em pé. Minha mãe era igual meu pai, só que mais delicada! Mas ainda sim pensava igual a ele, e eu sabia que ela me odiava da mesma forma,ela apenas não dizia com todas as letras.

Mãe: termine seu café e cuide nos serviços logo, não temos tempo para tanto drama garoto! Lembre-se: você ainda é um rapaz.

Ela disse friamente ao se retirar.

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