Eu tenho minhas próprias regras, aceite, quarterback. - Capítulo 5

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Quando acordei, não foi porque o sol invadia suavemente meu quarto e iluminava meu lindo rosto com seus raios, não, eu acordei porque gritos descontrolados e barulhos assustadores me obrigou a levantar da cama e quase cair.

Em passos lentos, peguei meu celular da cômoda vendo que ainda era de madrugada, mordi o lábio e abri a porta do meu quarto indo até onde vinha os barulhos, parei na porta do quarto dos meus pais, respirei profundamente e me encostei na porta na sentando com as pernas esticadas.

— Eu não quero, Yugyeom. — A voz do appa Jack saiu esganiçada, como se ele quisesse gritar, mas não pudesse fazer aquilo.

— Rapidinho, Jack, só uma. — Juntei meus joelhos no meu peito quando escutei um som de estalo, mesmo não sendo experiente eu sabia que era beijo.

— Eu já disse, Yu, não quero. — Engoli seco, meu appa não queria, então por que ele ainda insistia? 

— Você é obrigado, é meu marido. — Me encolhi todo escutando sons de algo rasgando, mas o pior foi os ruídos do meu appa, parecia que a boca dele tinha sido coberta.

Eu não consegui ficar ali, eu realmente sou fraco, não conseguia ir contra aquilo. Por que tínhamos que ser fracos? E por que os alfas não nos respeitavam? Somos pessoas também, queremos carinho, amor e respeito. 

Me levantei e sem olhar para trás, desci as escadas, peguei as chaves do portão e estava prestes a enfiar a chave na porta e sair por aí sem rumo, até meu demônio aparecer “Vai sair? Deixar as coisas assim? Igual um bebê chorão? Você precisa voltar e se vingar!”, parei pensando, aí meu anjinho apareceu “Fique em casa, mas não retribua o mal com o mal”, mordi meu lábio e desisti daquela idéia. 

Até porque sei como tratam os ômegas, mesmo que sempre fosse obrigado a acreditar que não tinha nada demais, o próprio appa Jack dizia que eu deveria aceitar tudo dos alfas, eles deveriam ser meu dominador. 

— Se meus pais querem que eu seja um ômega perfeito para dar orgulho, eu serei. — Falei comigo mesmo voltando para o quarto, tranquei e fui até o espelho. — Só que ao contrário. 

Mordi meu lábio abaixando a calça do meu pijama, apenas com uma calcinha eu pude ver a marca daquele dia em que fui na festa com o Chan, eu nunca mostrei ela, até porque eu só mostrei minha bunda para um alfa, o que eu perdi a virgindade. 

Passei minha mão na minha testa me sentando lentamente no chão do meu quarto, Santa Madalena, por que eu tinha que nascer ômega? Se eu fosse um alfa grande poderia bater nele, mas sempre falaram que eu era fraco e frágil, meu destino seria ser submisso a um alfa mau.

Mas eu não queria aquilo, porque era ruim e me fazia sentir um lixinho por ao menos ter coragem de enfrentar Yugyeom e proteger o papai. Eu posso tentar ser melhor do que sou, tentar por mim e pelo papai, não queria ser um ômega perfeito, não acabaria como meu appa e mesmo que de forma simples tentar ajudar ele. 

Então me espere, papai.

Com um misto de raiva, ódio e rancor, meus dedos foram apertados e com as grossas lágrimas escorrendo e o medo se apossando,  tremi todo e um calafrio estranho me fez morder a boca para não gritar. Cai ali mesmo de cansaço e triste.

[...]

— Han! Filho! Abre a porta, está na hora de ir para a escola. — Abri os olhos sem entender nada, e por isso, acabei gritando quando vi que estava no chão com apenas a parte de cima do pijama e deitado em uma gosma. — Jisung? Bebê? Aconteceu algo?

— N-não, appa. — Falei entrando em desespero, respondi Jack esperando que ele não me perguntasse mais nada. 

— Está bem. Se arrume. 

Bola pro mato - HYUNSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora