Luma - Primavera

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A Independência de Luma

Agora o clima é ameno

Eu ando pela cidade e não me pergunto o motivo de tanta paz,

Eu agradeço por ela.

Só que também não rimo mais.

Vejo as artes na estrada e ignoro como elas me fazem lembrar de ti

Vejo fios claros e ignoro

Finjo não existir

Sigo em frente

Não olho pra trás

Não digo teu nome nem por tortura

Não quero mais ouvi-lo também.

Muralhas impenetráveis agora fazem parte de mim

E não procuro mais poesia

Todo começo é um fim.

Não quero mais isso,

Não quero mais tragédias

Sólida e bem resolvida, me sento,

Observando as pessoas dançando na pista

Me encolho.

E penso em como te encontrei na mesma posição no começo

Te chamei pra dançar

E tu aceitou.

Vergonha pra nós duas.

Agora é essa estranha que sorri pra mim

E me fala "vem comigo, vai ser divertido".

Só que não vai.

Eu já sei onde isso vai dar.

Decido ir, pego em sua mão e a deixo me conduzir.

Eu era a rainha da festa, agora estou desajeitada e tímida

Ela sorri, seus olhos brilham

Inevitavelmente começo a dançar

Me solto pela noite e deixo o tempo passar

Implorando para que ele nunca pare

Tentando não fazer com que meu coração dispare

Não sei como vivi sem esse sorriso antes

E de repente somos duas amantes

Eu nem lembro da fulana

Dou a mão pra essa menina estranha

E me deixo voar.

A desconhecida

Que sempre vi no espelho

E achei ter conhecido na vida

Me faz rimar.

Ela não me dá facas, nem espadas, me dá um beijo

Diz "estivemos há muito separadas".

"Nem me fale"...

Assim partimos, indo para algum lugar e de mãos dadas.

...

Aquela noite mesmo eu fui velada

Meus amigos choraram, mas eu sorri.

Minhas veias queimam novamente

Acendi uma lareira

Renasci das cinzas de mim

E decidi me chamar de fênix.

Chegou o fim

E com ele o recomeço.

Luma ─ Coletânea de Poemas.Onde histórias criam vida. Descubra agora