Bianca Antunes estava cansada de procurar seu homem ideal no Brasil. Em sua mente, aquele que roubaria seu coração - e teria o prazer de experimentar um belo pão na linguiça - estaria na Escócia.
Quem nunca fantasiou se aventurar por entre os castel...
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Talvez eu devesse lhes dizer as coisas de uma maneira descomplicada, todavia, minha situação não era das mais comuns. Nem mesmo Arthur's Seat conseguiria acalmar meus pensamentos tão conturbados.
Creio que haja a possibilidade de meu mundo ter virado de ponta cabeça. Eu me sentia em uma montanha russa emocional. E tudo isto se devia a uma mulher em especial. Seria um eufemismo dizer que tudo havia se seguido como os conformes desde que Bianca se fora.
Além de me sentir encorajado a perder a cabeça, eu me mantive o mais estável possível. Contudo, mentiria se dissesse que não venho remoendo todos os malditos detalhes, me perguntando se minha conduta havia sido tão indecorosa a ponto de fazê-la fugir. Me preocupo ainda mais caso tenha a machucado de alguma forma.
Sei que a esta altura devem saber que me preocupo muito com aquela loira. Até mesmo cheguei à conclusão de que seria capaz de protege-la do que for, apesar de achar isto impossível, devido as circunstâncias.
Eu seria um babaca caso tentasse negar a mim mesmo que aquela noite não mudou minhas perspectivas. Posso dizer que estava cético ao assunto amor. Este qual tanto fascinava a mulher em questão. Depois de conviver com toda sua intensidade e saber como Bianca era incrível, não faria a idiotice de me manter cego.
Solto um suspiro, me sentindo encurralado. Mesmo que meu coração estivesse louco para viver uma loucura, eu ainda sabia que isto seria uma ilusão. Encaro o pedaço de papel amassado, este qual tardei a encontrar em sua casa. A letra cursiva me fazia sorrir, mas as palavras causavam uma reação diferente.
Não sei onde Bianca pensou que isto seria visto como uma despedida plausível. A frase ali escrita não passava de palavras jogadas nas linhas azuis. Contudo, mesmo que em meu âmbito eu me sentisse enraivecido e magoado, coisas que realmente venho nutrindo, não conseguira me manter assim por tempo o suficiente para que estes sentimentos se tornassem fortes.
Algo belo crescia em mim a cada vez que seu rosto e o sorriso surgiam em minha mente, consumindo todo o espaço que meu corpo dispunha. É claro que no restante dos momentos eu queria lhe ligar e expressar que estava furioso, mas isto era impossível devido o gelo que esta mulher vinha me dando.
Batuco meus dedos na mesa gélida. O clima lá fora soprava frio, a chuva se anunciando. O que, de todas as formas, me impedia de ir pensar no alto da colida. Diferente disto, eu estava preso diante dos olhos ávidos de Caitriona.
- Por sua cara de cachorro abandonado. - Sua voz soa curiosa. - E a ausência de Bianca, creio que as coisas não tenham saído como queria.
Apenas a olho, não lhe dando o luxo de uma resposta. Contudo, a pequena menina se manteve imparcial, não demonstrando nenhuma intenção de sair dali. E, ao prestar atenção em seu rosto, pude perceber que sabia de algo.
- Ela te disse alguma coisa?
- Só que tinha que voltar ao Brasil, e foi a contragosto, pelo o que sei. - Caite da de ombros. - Me pergunto o porquê de você não saber disto. As coisas foram feias assim?
