Os lábios grossos tomavam a boca da cubana com fome. As mãos firmes puxavam a cintura fina para si, colando ainda mais os corpos sobre a cama de solteiro. Camila
embrenhou as mãos nos cabelos negros, impedindo que o beijo cessasse a qualquer momento. Queria que o tempo parasse para que pudesse aproveitar um pouco mais o que estava acontecendo.Sentiu as mãos alvas subirem sua blusa até a altura dos seios e gemeu baixinho quando as unhas bem aparadas arranharam a lateral de sua barriga. Sentiu o riso de Lauren contra seus lábios, mas a calou a puxando ainda mais para cima de si, gerando um calor maior entre as duas.
Sentiu o celular vibrar no bolso traseiro da calça jeans e o amaldiçoou mentalmente, negando-se a largar o corpo da Jauregui que já tentava escapar de suas garras quando percebeu o aparelho inquieto.
- Veja quem é. Pode ser importante. - A garota de olhos verdes se afastou em meio aos resmungos da mais nova.
Camila não se importava se poderia ser importante. Ela só queria esquecer que existia um mundo fora do quarto da Jauregui. Puxou o celular do bolso e olhou a foto da loira piscando na tela antes de aceitar a chamada.
- Diga.
- Camila!
Camila precisou afastar o celular da orelha com o grito agudo que veio do outro lado da linha,
- Kalimann Andrade. - A cubana completou seu nome, sentando-se contra a cabeceira da cama e olhando Lauren recolher alguns livros que haviam caído no chão. - O que foi, Dinah?
- "O que foi, Dinah?" - A loira repetiu do outro lado soando agitada. - Camila, você já viu que horas são? Se a minha mãe chega em casa antes de você nós estamos fodidas! E não é da maneira que você está fodendo agora.
- Dinah! - Camila a repreendeu, abaixando a blusa que ainda revelava a pele de sua barriga. - Pare com isso. Não estamos fazendo nada.
- Mila, eu não coloco minha mão no fogo nem por mim, quanto mais por vocês duas. - Camila rolou os olhos e Lauren sentou no colchão a encarando. - Você precisa vir agora.
Camila suspirou entrelaçando os dedos nos da morena a sua frente. Não queria ir, mas sabia que se não estivesse na casa da melhor amiga em poucos minutos, provavelmente ficaria sem se encontrar com Lauren por longos dias.
- Tudo bem. Já estou indo. - Informou recebendo um "anda logo" como resposta. - Okay. Tchau.
- Precisa ir? - Lauren perguntou calmamente quando viu que Camila havia encerrado a ligação.
- Sim. E realmente já está tarde. - Torceu a boca brevemente. - Não sei como minhas mães ainda não me ligaram. - Ponderou olhando estranhamente para a hora no visor do celular.
- Eu não entendo o porquê de não falarmos com suas mães. - Comentou casualmente, procurando pelos tênis que provavelmente haviam ido parar debaixo da
cama. - Não seria mais fácil e melhor se elas soubessem sobre mim?Camila riu divertida balançando a cabeça como se Lauren tivesse acabado de lhe contar uma piada. Ela já havia pensado naquilo inúmeras vezes, mas sempre era a mesma sentença. Rafaella não se oporia ao namoro das duas, Camila sabia daquilo. A Juíza era o tipo de mãe que apoiava e acompanhava seu crescimento, tanto que ela sabia sobre o interesse de Camila por Lauren desde que os castanhos encontraram-se com os verdes.
Entretanto, contar para Rafaella se remetia contar para Bianca e contar para Bianca era o real problema.
Não que Bianca fosse uma mãe ruim, pelo contrário. Camila amava Bianca tanto quanto amava Rafaella, mas o problema era que enquanto Rafaella acompanhava e apoiava o crescimento de Camila, Bianca parecia ter parado no tempo e congelado Camila como seu eterno bebê. A adolescente apreciava aquela relação com a mãe mais nova, se aproveitava bastante também dos mimos que aquilo lhe proporcionava, mas não sabia exatamente como enfrentar a fúria da Comandante na circunstância na qual se encontrava.- Disse algo errado? - Lauren olhou para cubana que ainda sorria fraco.
- Não, meu anjo. - Negou, aproximando-se da Jauregui. - Eu só não sei ainda como falar com elas.
- Não deve ser tão difícil. - Lauren deu de ombros terminando de calçar o par de tênis. - Rafaella parece gostar de mim.
Sim. Camila sabia que Rafaella seria uma ótima aliada contra a Comandante, mas o problema era que suas mães estavam em uma linha delicada no casamento e tinha medo de causar mais uma desavença entre as duas. Então, preferia manter Lauren em segredo
até as mulheres se resolverem e Bianca voltar para casa.- O problema não é a mamãe. - Camila suspirou, passando o polegar sobre o lábio inferior da garota. - O problema é a minha mãe. - Lauren riu.
- Vocês são um pouco confusas, mas eu gosto disso. - A cubana rolou os olhos. - Vem. Eu te levo até a casa de Dinah.
Camila fez um barulho com a boca em negação, enlaçando o pescoço de Lauren.
- Você precisa estudar.
- Até minutos atrás você não estava se preocupando muito com minha vida acadêmica. - A Jauregui ergueu uma sobrancelha desafiadora para a Cubana. - Eu vou te levar você querendo ou não. Pode desistir de qualquer protesto que essa cabecinha mirabolante esteja preparando.
Camila apenas riu. Não seria louca de dispensar mais da companhia de Lauren.
[...]
Bianca estava escorada na maquina de café fitando o rodapé da parede. Na verdade ela não estava enxergando nada a sua frente, só conseguia lembrar do beijo que havia recebido de Rafaella mais cedo. Não conversaram sobre nada exatamente. Rafaella só a convidou para aparecer em casa naquela noite e aquilo já era um passo enorme. Parecia que tudo estava encaixando-se outra vez, mas como nem tudo é perfeito, Dante disparou pelo corredor em sua direção.
- Comandante! - O chamado alto do homem lhe despertou automaticamente. - Encontramos mais uma vítima. - O detetive ofegava com os olhos trêmulos. - Ela ainda está viva.
Lá se ia a oportunidade de passar a noite em casa.
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Vocês achavam que a Camila havia sido sequestrada? kkkkkkk
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The Middle | Versão Rabia
Romansahistória adaptada. escritora: @likefawkes. Com uma amizade firmada ainda na faculdade, agora a capitã Bianca Andrade e a Juíza Rafaella Kalimann precisam achar meios de sobreviverem à vida arriscada a qual seus trabalhos lhes proporcionam. E em meio...