Capítulo 11

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Quando vi do que se tratava, fiquei aliviado, mas assustado ao mesmo tempo. Um boi enfurecido estava com a cabeça presa na madeira da porta que acabara de ser destruída e se agitava furiosamente. Para não agir de forma impulsiva e não machucar o animal, voltei para o quarto para avisar o que estava acontecendo e perguntar o que eu deveria fazer.

Louise estava abraçada com Betty, que estava com o rosto escondido no corpo da mãe.

- Hanzo, está tudo bem? - Louise tremia.

- Está. É um boi. Ele está furioso e quebrou a porta ao meio.

Louise respirou aliaviada e Betty se soltou da mãe.

- Não entendo muito de animais. O que posso fazer para capturá-lo sem machucá-lo?

Louise se levantou.

- Vamos até lá.

Betty a seguiu.

- O boi deve ter tido pesadelos e se assustou.

Quando descemos as escadas, o boi já não estava mais preso na porta, mas ouvia-se o barulho que ele fazia do lado de fora, correndo desenfreado e emitindo sons distorcidos.

- Betty, minha filha, é perigoso que fique aqui. Por favor, fique lá no quarto até Hanzo e eu resolvermos a situação.

- Está bem, mamãe. - Betty subiu as escadas correndo.

- Hanzo, se importa de me ajudar?

- De forma alguma. O que preciso fazer?

- Temos que laçá-lo. Sabe fazer isso?

Imediatamente me lembrei da destreza com que usava minha corrente com uma kunai na ponta.

- Sim.

Ela pegou uma corda longa e forte em um armário. Com rapidez e habilidade, fez um laço na corda.

- Jogue e puxe. Ele irá se aquietar na hora, então o levaremos para o pasto.

Saí para o gramado e o boi continuava correndo de um lado para o outro. Me aproximei, ainda há uma distância segura, e com muita destreza, joguei a corda e o lacei na primeira tentativa. Atrás de mim, Louise deu um gritinho de excitação. Puxei a corda e o boi imediatamente parou.

Louise se aproximou de mim.

- Venha, vamos levá-lo para o pasto.

Seguimos andando por alguns minutos.

- É normal animais agirem assim? - Questionei.

- Nem sempre. Ele deve ter se assustado com algo, talvez algum morcego. Isso acontece muito por aqui.

Eu não estava habituado a animais e estava preocupado por medo de Kuai Liang aparecer a qualquer momento, então qualquer sinal de alerta já me deixava assustado, mesmo que não significasse nada.

- Quer que eu conserte a porta? - Perguntei por fim.

- Não precisa ir embora?

Eu realmente precisava, mas a ideia de ficar mais um tempo com elas me agradava muito.

- Não com tanta pressa.

Ela riu.

- Tenho madeiras e ferramentas.

- Farei uma muito boa.

Ela riu novamente e sua risada invadiu meu peito como um feixe de luz iluminando um cômodo escuro e fechado há anos. Naquele momento, senti uma vontade imensa de abraçá-la.

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