Entramos na Academia, e nos encontramos com os outros, reunidos na sala de estar. Até Grace e Pogo estavam lá. Nenhum deles, além de Pogo e Luther, mostrava algum sinal de ressentimento pela morte de nosso "pai", pelo contrário, pareciam aliviados. Eu entendia o porquê.
Me aproximei deles, com Diego ao meu lado. Cumprimentei todos e me sentei no sofá, ao lado de Vanya. Tinha certeza de que ela não estava triste com o acontecido. Assim que me acomodei, Pogo saiu, com a desculpa de ter coisas a organizar para o funeral, levando Grace consigo.
-Klaus, você já ta usando essa merda tão cedo? Não são nem 11 da manhã! - falei, me dirigindo ao jovem de cabelo bagunçado e aparência cansada, que estava acendendo um baseado. - Por que não tenta começar o dia com um copo de suco de laranja? Ou ovos?
-Não dá para fumar ovos. - respondeu - Aliás, não sei como vocês não estão chapados, com toda essa loucura... cala a boca Ben - e lá vai ele falar com o fantasma do irmão morto.
Soltei um longo suspiro. A pior coisa é ver Klaus se afundar em seu vício em drogas, usadas para reprimir seu poder e os traumas causados pelo nosso pai cruel.
-Então, - Allison começou - já sabem como o velho morreu?
-Estamos aguardando o relatório do legista. - respondeu Luther - embora, eu ache que essa morte não foi acidental.
-E lá vamos nós - Diego sibilou.
-Como assim? - perguntei.
-Olha, papai era um homem muito rico e com muitos inimigos. Fui ao quarto dele hoje e sabe o que não encontrei? Seu monóculo. Alguém já o viu sem o monóculo? - todos balançamos a cabeça, indicando que não - pois é. Não me surpreenderia se a morte dele tivesse sido criminosa.
-Olha Luther, papai era um homem velho e já estava ficando lelé da cabeça. - Vanya disse calmamente - não tente transformar a morte dele em uma missão.
-Pela primeira vez, eu concordo com ela - disse Diego. - e agora estamos livres dele.
Luther cruzou os braços e suspirou alto, mas não falou mais nada. Um longo silêncio se instalou na sala, enquanto refletiamos o que faríamos de nossa vida agora.
-Ei, nós bem que poderiamos comer tacos agora. - disse Klaus, se levantando - alguém quer comer tacos?
-Eu aceito, ainda não comi nada hoje. - respondi.
-Papai não nos deixava comer esse tipo de comida - Vanya disse.
-É, mas ele não está aqui, está? Podemos fazer o que quisermos agora, sem aquele velho se colocar em nosso caminho - disse Allison, puxando Vanya pelo braço.
-É, tem razão. - respondeu com um pequeno sorriso enfeitando o rosto redondo.
Quando estávamos saindo da casa, meu celular tocou. Era Tom.
-Victória? - ele parecia irritado.
-Sim? - respondi.
-Onde você está?
-Eu vim para casa. Meu pai faleceu na noite passada, me deram uma semana de recesso. Não viu minha mensagem?
-Sua mensagem? Ah sim, claro, sua mensagem me dispensando e dizendo que não vai poder me ver por uma semana?
-Te dispensando? Tom, meu pai morreu - respondi, incrédula.
-Quer saber? Tem razão, você está certa. Sinto muito por te incomodar. - e desligou.
Algo em sua voz me dizia que ele não sentia muito, e muito menos achava que eu tinha razão. Não tenho tempo para pensar nisso agora. Apertei o passo para alcançar os outros seis jovens que agora andavam na minha frente. Me aproximei de Diego e peguei em seu braço, entrelaçando-o com o meu.
-Quem era no telefone? - perguntou baixo, para que os outros não escutassem.
-Meu namorado - respondi.
-Aquele babaca do Tom? - Não era novidade que Diego detestava ele. Poderia até dizer que sentia ciúmes às vezes, mas ele nunca admitiria isso.
-Ele não é um babaca. - defendi.
-Não foi o que pareceu no telefone.
Dei um tapa leve em seu braço e murmurei algo em sua defesa que nem eu consegui entender. Continuamos o caminho curto, conversando animadamente com os outros.
Paramos em um restaurante mexicano chique, chamado Sí Señor. Comemos e aproveitamos aquele momento de liberdade, que não tínhamos há muito tempo.
Chegamos em casa umas três horas depois, cansados e alegres. Não parecia que alguém havia morrido naquela residência, não muitas horas atrás. Mas como dizem, a alegria dura pouco.De repente, todas as luzes da casa se apagaram, enquanto o chão tremia sob nossos pés. Fomos em direção ao barulho, no quintal nos fundos da casa. Uma enorme e esquisita bola azul pairava no ar. Como se fosse um grande buraco de minhoca ou um portal para outra dimensão. Diego me empurrou para trás dele, segurando minha mão.
-Cuidado! - Klaus gritou atrás de nós, enquanto arremessava um extintor de incêndio no portal misterioso.
-O que você ta fazendo? - Allison perguntou.
-Eu não sei, tem uma ideia melhor? - respondeu, com a voz alterada.
De repente, algo, ou alguém, saiu do portal. Nos aproximamos para ver nosso visitante desconhecido, até que percebemos que ela não era tão desconhecido assim.
-Alguém mais está vendo o Número Cinco, ou sou só eu? - e mais uma vez, Klaus constatando o óbvio.
Quebra de tempo
Na cozinha-Eu não entendi. - disse Diego confuso.
-Bom, entenderia se fosse mais inteligente. - disparou Five.
Diego se levantou, mas eu o empurrei de volta para a cadeira, para impedir que ele cometesse um assassinato contra o próprio irmão.
-Por quanto tempo você ficou preso lá? - Vanya perguntou.
-Cinco anos, mais ou menos. - respondeu. - parece que perdi o funeral.
-Perai, como você sabe do Reginald? - perguntei.
-Que parte do futuro você não entendeu? - disse. Ele me olha como se eu fosse burra. Não que eu não seja, mas ele não sabe disso.
-Uau, vê sua família depois cinco anos e é assim que nos trata. Você não mudou nada mesmo - ironizei. Eu gostava de Cinco antes de ele partir, mas ele podia ser um babaca às vezes.
-Como se você fosse da família - disse, pegando seu sanduíche esquisito e saindo, deixando todos nós lá, sem saber o que tinha acabado de acontecer.
Não me ofendi com seu último comentário. Realmente não era parte da família e muito menos carregava o sobrenome que todos eles ostentavam. Mas eu tinha orgulho disso. Não queria ser vinculada à um nome que carregava tanta coisa ruim e fico feliz de minha mãe ter escolhido manter meu nome como o dela. Para Sir Reginald, eu era apenas uma experiência valiosa demais para ser deixada de lado.
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Mais um capítulo da nossa história. Espero que vocês estejam gostando. Se puderem deixar o voto, ajuda muito.
Até a próxima semana🦋
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Rising Umbrella
FanfictionVictória Bell é uma das crianças nascidas misteriosamente no dia 01 de outubro de 1989. Diferentemente das outras sete crianças, ela foi adotada em termos diferentes, tendo o direito de continuar com a mãe biológica, entre os treinos com os outros...