Charles Roy Donnavan narrando:
Uma garota, próxima do acidente, suas mãos cobriam sua boca, estava em choque. Mesmo preocupado, mesmo hesitante, mesmo não querendo, soltei James. Corri até o local do acidente, peguei o celular ligando para a emergência.
O hospital mais perto era, por acaso, o mesmo em que eu, James e Kai trabalhávamos.
- Senhora, preciso que se afaste. - Falei para a garota em choque. Bem na hora a ligação se completou.
-Emergência, qual a ocorrência senhor?
- Acidente de carro na avenida Suel.
- Quantos feridos senhor?
- E-Eu não sei. - Falei incerto, eu não conseguia ver por dentro do carro, os vidros estavam muito quebrados, e para melhorar, eu estava ocupado segurando a garota. O choque era tanto que ela não conseguia me soltar, ela chorava muito, gritava.
Olhei ao redor tentando achar James, mas ele já não estava mais aonde eu o deixei.
- Senhor. - A voz do atendente do outro lado da linha me chamou.
- E-eu...
- CHARLES!- Viro minha cabeça para aonde estava James. - Total de cinco pessoas feridas, duas estão inconscientes, três adultos, uma criança, e um adolescente. O mais velho, tem no máximo quarenta anos.- Falou-me, agora, calmo e centrado. Ele veio até mim, puxou calmamente a garota que me agarrou e a afastou.- Senhora, eu e esse homem somos internos do hospital em que as pessoas feridas nesse acidente vão, se acalme e deixe-nos ajudar. A ambulância já esta a caminho.- Falou calmamente, e orientou-a a outra pessoa.
- Senhor.- Chamou -me novamente a voz do outro lado da linha.- Preciso que o senhor me diga quantas pessoas estão feridas para eu poder mandar as ambulâncias e avisar ao hospital.
- Cinco pessoas feridas, três adultos, uma criança e um adolescente. - Passei a informação.- Duas pessoas estão inconscientes.
- As ambulâncias já estão a caminho.
- Ok, eu vou ver os feridos, mas acho melhor chamar os bombeiros também, creio que será mais fácil de tirar as pessoas dos carros com a ajuda deles. - Falei, e não esperei o cara do outro lado falar mais alguma coisa, já que eu desliguei a chamada.
Corri para o carro vermelho, todo amassado. O outro carro era prata, James já estava ali tentando ajudar os feridos.
No carro vermelho estavam uma mulher adulta, estava consciente, ela chamava repetidamente o nome "Camille".
- Senhora? Senhora?- Chamei-a, tentei chamar a sua atenção, a mulher estava muito agitada, ela tentava virar seu corpo para trás, tentando enxergar o banco de trás. As suas pernas estavam presas devido a batida.
No banco de trás estava uma outra mulher, a moça não gritava estava bem mais calma que a mãe, apesar de chorar muito, ao seu lado havia uma criança num banquinho infantil.
A criança devia ter no máximo uns quatro anos, ela não chorava, estava calma. Sorri para ela, que prendeu sua atenção em mim. A mulher ao lado estava, ao menos, sem nenhum ferimento visível. Como a porta não tinha nada além de arranhões, arrisquei abrir.
Senhora, qual o seu nome?
- Raquel...- Estado de choque.
- Raquel, oi, o meu nome é Charles, sou interno do hospital GK. Vou te ajudar. Qual o nome da motorista?
- Grace...
- Ok, fique calma ok? Raquel você pode pegar a criança, vou abrir a porta para você sair.- Falei, ela já havia se livrado do cinto de segurança, e enquanto ela pegava a criança, tentei tranquilizar a mulher motorista.-Oi Grace, eu sou o Charles, vou te ajudar, mas para isso preciso de uma favor seu, preciso que se acalme, a criança e a moça estão bem, e já vão ser retiradas do carro, peço que se acalme.
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One love, two mouths. One love, one house
Ficción GeneralO nome já diz tudo. "Charles: que merda James! Eu não sou gay! James: um cara hétero não beija outro cara, um cara hétero não transa com outro cara. E adivinha só? Você já fez isso. Sinto em lhe dizer, Charles, só que você é gay sim!"