Charles Roy Donnavan narrando:
Dividir o apartamento com um gayzinho é muito, mais muito irritante. Você não pode simplesmente andar de cueca ou nu na sua própria casa sem se preocupar com um viadinho olhar para o seu saco de uma forma maliciosa.
E além de dividir o apartamento, ele faz faculdade na mesma que eu, e faz estagio no mesmo hospital que eu. Ou seja esse cara esta em todo lugar que eu.
Só não sei por que eu me incomodei com o fato de um paciente bichinha dando em cima do James. E eu não sei por que eu o chamei de "JJ" não temos intimidade, não temos nem ao menos contato, para vocês terem noção, eu nem ao menos chego perto dele.
Mas me incomodou muito ver um viadinho excitado dando em cima do James. Deve ser nojo mesmo. Mas pelo menos eu pude me divertir, fazendo ele ficar com medo de mim.
Assim que acabamos de cuidar do senhor viadinho, James foi correndo para casa e foi para a balada aonde ele trabalha, acho que vocês devem estar se perguntando como um gayzinho e um cara que não gosta de viadinho acabaram dividindo num apartamento no centro de Alexandria, uma cidade da Virginia.
Bem, é o seguinte, eu tinha acabado de chegar aqui no estado, e eu não tinha muito dinheiro, mas por "sorte" um amigo do meu pai, falou que tinha um aluno um ano mais novo que eu, estava procurando um lugar para morar para poder estudar na faculdade, e não tinha dinheiro para pagar um apartamento sozinho, então foi assim que eu vim parar aqui. Porem eu achei que só ia ficar um tempinho aqui, só que esse "tempinho" virou três ou quatro anos.
E nenhum de nós nos importamos com isso.
Fico na sala assistindo alguma porcaria na TV, e... para mim meio que já virou rotina eu ficar acordado até o horário que James chega em casa, só que eu não o deixo saber. Na madrugada passada, quando eu peguei o braço do James, eu não estava querendo machuca-lo.
Sei que vocês devem achar que eu sou um tremendo de um babaca que é homofobico, e que foi corno e é por isso que foi lá descontar a raiva no colega de apartamento gay, mas eu não quis. Eu simplesmente queria mexer com ele.
Fico tanto tempo pensando que eu nem percebo que as horas passam voando, e só percebo isso quando vejo James entrando, e ficando surpreso ao me ver acordado.
Olho para o meu celular e percebo que já são 03:56 da manha, detalhe que ele acorda antes de mim, e eu acordo 07:15. Não sei como consegue não ficar com olheiras, por que eu sei que ele não dorme quando não esta no estagio, já que ele tem estagio todo domingo, terça e quinta. Sim eu sei o horários dele.
Ele não fala nada para mim, e vai para o seu quarto. Desligo a TV, pego meu celular e apago as luzes, deixando apenas a do corredor acesa, já que ele tem que comer alguma coisa, e vou para o meu quarto.
Tiro as minhas roupas, ficando só de cueca e já vou me deitar mexendo no meu celular numa das minhas redes sociais, até que batem na minha porta, estranho isso já que James parece ter medo de mim, já que ele vive de evitando.
Charles: entra. - falo e assim que eu falo, a porta é aberta e logo James aparece em meu quarto. - O que foi?
James, tenho que confessar, é um cara até que bonito, ele é alto, cabelos castanhos escuros meio avermelhados, não sei explicar direito, não é magro, e não é bombado, mesmo que ele faz academia, e como eu já tinha dito, eu sei a rotina dele. Branco e se você chegar bem mais bem pertinho, pode reparar algumas leves sardinhas. E os seus olhos? São algo muito intensos são azuis que chega a se tornar um pouco metálico, e ele também tem uma barba rala.
"Por que eu estou reparando tanto nele?"
James: Kai pediu para eu ver como você esta? - porque isso meio que me deixou com um gostinho de tristeza na boca.
Charles: eu estou bem.- aposto que é por causa da Jassie, a minha ex que me traiu com o meu irmão. Um puta de um canalha que eu simplesmente detesto. Meu relacionamento com Jonathan Adam Donnavan é muito complicado.
James: ok... vou avisar ele.- falou já pronto para sair do meu quarto.
Charles: ahm... Boa noite James.- falo, e ele se vira olhando para mim, com certeza, estranhando muito o que eu cabei de falar.
James: boa noite Charles.- fala e sai me deixando sozinho no meu quarto.
[...]
Kai: não sei por que você é tão escroto com o JJ.- fala assim que eu chego na faculdade.
Charles: bom dia para você também, sim eu estou bem. Mas acho que você não precisa nem perguntar, não é? Afinal você já falou com o James.- falo me lembrado de quando James invadiu o meu quarto.
Kai: não fique bravo com ele, eu sei que gostou dele perguntando de como você estava.- na mente idiota e imatura do meu melhor amigo, eu e James deveríamos ter um caso. Muito ridículo.
Charles: cala a boca Kai.- falo sendo grosseiro com ele. Eu nunca ficaria com outro cara. Mulheres já dão dor de cabeça, imagina homens?! Não mesmo. Mais tudo bem que James não é de se jogar fora, né?
"Pera o que?"
Tomo um tapa na barriga, e quando estou prestes a dar um murro e depois questionar a ação do idiota do meu amigo, eu vejo James com um curativo na cabeça. Ele não estava assim hoje de madrugada, ele não estava mesmo. Me seguro muito para não ir lá e perguntar a merda que ele fez.
Kai: eu espero mesmo que você não tenha nada haver com esse machucado nele.- fala bravo, Kai é sempre assim, ele é bem protetor com quem ele gosta. É isso até que é bem legal. Menos quando ele quer te jogar para o seu colega de apartamento.
Charles: eu não tenho nada haver com isso seu idiota. E ele não estava assim quando chegou em casa depois do trabalho.- falo meio irritado com a sua acusação. Sei que não sou o cara mais exemplar do mundo. Mas eu nunca machucaria James, posso não gostar dele, mas eu nunca faria nada com ele.
A minha fase de "dar uma surra nesse viadinho para ver se vira macho" já passou, eu era assim no começo, bem lá no começo mesmo. Mas eu não faço uso mais.
Kai pega o meu pulso, e me arrasta até onde James está se afundando num livro que pela capa de ser sobre sistema neurológico. Assim que no aproximamos, ele tira o seu foco no livro e nos olha.
James: está tudo bem?- fala estranhando o fato de eu estar perto dele. Eu não chego perto dele nem no apartamento, na faculdade muito menos, e eu tolero ele no hospital.
Um fato muito interessante sobre nós dois é que, eu trabalho apenas no hospital, e o meu pai é quem paga as contas de casa(a minha parte) e a faculdade. Já James, ele tem dois empregos, um que é o estágio e o outro é como barman numa boate que sempre está muito bem movimentada. O cara quase nunca dorme ou descansa, não sei como ele não fica dormindo nas aulas.
Kai: o que aconteceu na sua cabeça?- pergunta, e eu bem que fiquei bem curioso para saber a sua resposta.
James: bati a cabeça no armário hoje de manha, só isso, estou bem Kai.- fala já se levantando, e eu sei que já vai dar o horário? Por que ele sempre se levanta para ir à sala de aula quando faltam exatamente cinco minutos para as aulas começarem. - As aulas já vão começar, licença.
Kai: ok, já estamos indo também, JJ toma maus cuidado, ok?- James sorri para ele e acena com a cabeça, o que foi que eu disse em relação a Kai ser super protetor? Olho para Kai com o meu olhar de "eu falei" e ele revira os olhos para mim.
Seguimos o exemplo do viadinho e já vamos para a sala. Uma coisinha que eu descobri recentemente sobre James é o fato dele ter pulado uma série, ou seja, o viadinho é inteligente, muito inteligente.
Assim que chegamos na sala, nos sentamos nos nossos devidos lugares, conversamos com alguns amigos nossos até o sinal bater, e a professora entrar para dar a sua aula. No meio da aula começou a chover bastante, e eu detesto dias chuvosos. Qual o problema de ter o Sol por perto?
Mantenho o foco na aula tentando ignorar a chuva forte que caia no lado de fora da minha faculdade, ou pelo menos eu tento. Os dois últimos períodos não ocorreram por causa da falta de professores então fomos liberados mais cedo. (Amém. Pelo menos a chuva teve o seu lado positivo.)
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One love, two mouths. One love, one house
Ficción GeneralO nome já diz tudo. "Charles: que merda James! Eu não sou gay! James: um cara hétero não beija outro cara, um cara hétero não transa com outro cara. E adivinha só? Você já fez isso. Sinto em lhe dizer, Charles, só que você é gay sim!"