"Dias atuais"
-Ainda trabalhando? - Valentina perguntou da porta do escritório de Laurent.
Eram quase oito da noite, seu turno havia acabado e ela pensou em passar para tirá-lo do transe em que ficava sempre que começava a trabalhar, teria ido direto para casa se houvesse a mínima possibilidade dele já ter saído do escritório.
-Estava só analisando os documentos antes de ir buscá-la no hospital. Decidiu sair mais cedo?
-Olhe para a janela atrás de você, querido, não fui eu quem saiu mais cedo, você quem trabalhou até tarde.
-Perdi a noção do tempo novamente, desculpe.
Val sorriu e sentou na ponta da enorme mesa, ela entendia o porque seu companheiro se dedicava tanto. Seu pai era o representante dos linhagens na época do sequestro dos adolescentes, Laurent estava entre eles, foi uma falha ridícula na segurança que causou danos suficientes em toda uma cidade.
-Foi você quem se distraiu, dessa vez - Laurent brincou - Pra qual pensamento perdi você?
-Desculpe, estava pensando no seu sequestro durante a adolescência.
-Um descuido, mas valeu a pena, os outros linhagens puderam derrubar um laboratório que fazia os mesmos experimentos.
-Foi quando vocês conheceram Rage e Sun, não foi?
-Sim, Star tinha falecido no dia anterior ao resgate. Lion, Lleaud, Thunder e eu fomos levados para algum lugar ao norte da cidade vizinha, Sun já estava lá, mas Rage e Star chegaram no dia seguinte.
-Sinto muito, vocês são bons demais para aguentar todo esse ódio.
-Não só nós, os humanos também. Não consigo entender todo o destilar de intolerância contra os da própria espécie, a identidade de gênero, a orientação sexual ou religiosa, cor da pele, opinião política, tudo e qualquer coisa é motivo de ódio. Vocês usam toda e qualquer diferença como razão para discriminar e machucar o outro.
-Alguns de nós tem o hábito de achar que todos precisam viver sob nossas crenças e costumes, tudo aquilo e todos aqueles, que fogem do molde são atacados. Somos uma raça fadada a ser extinta, por nossa própria culpa.
-Vamos para casa, preciso de um pouco de paz.
Val assentiu e segurou a mão dele enquanto caminhavam, eles tinham isso como um hábito, moravam um quarteirão depois do trabalho de ambos e não gostavam de dirigir. Laurent seguiu para um banho quente enquanto Val conversava com Lara que os esperava na porta da casa, ele não ouviu quando ela pediu que levasse Lucien pela noite e o dia seguinte, mas percebeu o momento exato em que entrou no chuveiro com ele.
-Senti falta de tomar banho com você - Val falou quando passou os braços ao redor dele, colando seu seios as costas molhadas.
-Eu também. Será que Lucien consegue abrir mão de você por tempo suficiente para aproveitarmos a água quente?
-Lara o levou, ela e Lion vão visitar Rage amanhã para ver Safira e Lucien vai com eles.
-Quer dizer que temos a noite de folga?
-E o dia de amanhã.
A risada dela ecoou pelo banheiro quando sentiu o azulejo frio contra suas costas, mas foi interrompida com a boca dele colidindo com a sua. Era disso que eles precisava nesse momento, deixar o desejo tirar qualquer pensamento lógico que os dois pudessem ter. A pele dela arrepiava a cada mordida leve que Laurent dava em seu pescoço, as mãos quentes passeavam pelo seu corpo com a segurança de quem sabia o que fazer em cada parte dele.
-Senti sua falta - Laurent sussurrou contra sua orelha.
Val pensou em dizer alguma coisa, mas a imagem do linhagem se ajoelhando fez seus pensamentos descarrilharem em uma linha reta à direita do oceano. A trilha de beijos que ele deixou na sua barriga a fez ofegar, Laurent reservou um carinho especial pra pequena cicatriz que seu filho deixou nela quando nasceu, ele sabia fazer com que ela amasse cada centímetro de seu próprio corpo. Val agarrou os cabelos negros do linhagem assim que sentiu a primeira carícia preguiçosa em seu clitóris e o sentiu rosnar contra ela quando puxou os fios. Não fazia ideia de quando fora a última vez em que eles usaram o banheiro dessa forma, mas ele fazia valer a pena esperar, a língua dele conhecia cada sinal institivo dela e respondia de acordo, jogando-a cada vez mais perto de um orgasmo que sempre a deixava incapaz de se manter em pé.
-Laurent!
O nome dele quase não saiu da boca dela, ele havia levantado sua perna e apoiado em cima de seu ombro, aumentando o acesso a ela. Suas costas arquearam e suas mãos apertaram e puxaram os fios ainda mais, quando Laurent introduziu o primeiro dedo, o polegar brincando próximo do clitóris onde sua língua ainda estava. Ele precisaria abrandar se quisesse que ela durasse mais, ao invés disso, Val pôde sentir dois dedos dessa vez e as estrelas começaram a dançar por trás das pálpebras fechadas, sua respiração ficou mais curta e ela poderia facilmente sufocá-lo se continuasse a empurrar seu quadril em direção a boca dele.
O aperto afrouxou minutos depois, Val mal conseguia respirar e seu corpo parecia ser feito de geleia. Laurent beijou as marcas de seus dedos ao redor da coxa branca, antes de levantar e apoiar sua companheira.
-Também senti sua falta - ela falou com um sorriso preguiçoso enquanto ele a enrolava em uma toalha.
-Demorou todo esse tempo pra falar? Não sei se devo acreditar - Laurent brincou.
-Não é minha culpa se sua boca tem o maravilhoso dom de fazer com que eu perca a capacidade de formar qualquer pensamento coerente.
Laurent riu quando Val passou os braços ao redor do seu pescoço e apoiou a cabeça em seu ombro, ele adorava o transe que ela entrava depois de um orgasmo e sabia que Val despertaria assim que ele a pusesse na cama e eles iriam continuar o que começaram.
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Linhagens - Laurent
RomanceO passado e presente da história de Valentina e Laurent é contada, equilibrando o relacionamento entre a descoberta crescente de laboratórios que buscam criar mais da espécie e conseguir dominá-los e a vida do casal quando se conheceram. OBS: Quarto...