III

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Hey, hey, hey!


Bom dia, amades!


Nas notas iniciais desse cap preciso dizer que role alguns spoilers do último OVA lançado de bnha, nada EXTREMO, mas tem.


Espero que gostem e vejo vocês lá embaixo! Boa leitura ♡




     A surpresa fez Bakugou arregalar os olhos enquanto a encarava; o sorriso de Sakura se espalhou pelo rosto.

     — Por isso digo: tenho certeza que ter você por perto vai ajudar na recuperação dele. — Se aproximou da cama, conferiu os dados apurados do batimento cardíaco e o soro do paciente. — Bom, já terminei o que tinha para fazer aqui. Vou deixar vocês a sós. — Sakura piscou para um Bakugou atônito. — Ah! E Bakugou — buscou os lenços descartáveis no bolso inferior do jaleco — não seja tão duro com você e conte pra ele. Vou deixar mais aqui se precisar. — Frisou as palavras e, com uma piscadinha, deixou os lenços em cima do móvel mais próximo da porta fechando-a atrás de si.

     O meu nome? Bakugou estava branco, branco como se tivesse visto o fantasma do que um dia ansiou ser algo a mais da parte de Kirishima. Balançou a cabeça. Kirishima estava com ele quanto se machucou, e, não é como se chamar seu nome no leito do hospital fosse uma declaração que correspondesse aos seus sentimentos. Eles eram muito próximos, qualquer amigo faria isso. Não faria?

     Jogou o corpo sobre a cadeira ao lado do leito e levou as mãos ao rosto, apoiando os cotovelos nos joelhos. Estapeou as bochechas e os dedos subiram para se entrelaçar nos fios loiros. O seu nome, a voz de Sakura ecoava na sua cabeça. Conte pra ele. Seus sentimentos estavam tão na cara assim? Desde quando passou a ser um livro aberto? E mais, como poderia contar sem que Eijirou se afastasse? Sem perder a presença mais valiosa do seu cotidiano? O coração esmurrava o peito; o corpo todo vibrava; o cheiro doce da nitroglicerina inundou o quarto.

     Levantou rapidamente e foi até o banheiro acoplado ao quarto. Lavou as mãos na pia e em seguida jogou água no rosto, algumas gotas respigaram pela blusa, mas Bakugou não se importou. Só precisava se acalmar antes que explodisse algo perto do seu melhor amigo — as palavras ardiam até nos pensamentos — desacordado e em uma cama de hospital.

     Encarou o próprio reflexo no espelho pequeno. Os lábios remexeram em um insulto (quase) mudo: seu idiota. As mãos apoiadas na pia. Fechou os olhos e alongou o pescoço para cima, puxou o ar para os pulmões como se estivesse tragando o último fio de nicotina do cigarro. Segurou o ar por alguns segundos e o soltou devagar. Tenho certeza que ter você por perto vai ajudar na recuperação dele. Precisava se controlar, não por si próprio, mas por Eijirou.

     Respirou fundo mais algumas vezes e voltou ao quarto. Apoiou as mãos na grade ao pé da cama e começou a pensar sobre como realmente sua presença poderia ajuda-lo. Será que deveria seguir o script dos filmes clichês e conversar com Eijirou na esperança que sua voz aliviasse a dor? Mas Eijirou tomou anestésicos, não deve estar sentindo dor, e, além disso, essa não era uma recomendação para os pacientes em coma? Eijirou não estava em coma. Estremeceu com a ideia aterrorizante de Kirishima passar mais tempo naquela cama, inconsciente.

     Engoliu em seco, como se ordenasse que os próprios medos voltassem goela abaixo. Não tinha muitas ideias sobre o que poderia fazer — usar o repertório do que aprendeu vendo filmes e séries com Eijirou não parecia uma boa fonte, contudo, ficar parado e quieto não iria ajudar nenhum dos dois ali. 

Declaração Súbita | KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora