VII

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     — Eiji, você está péssimo! — A voz de Mina era um misto de ternura e descrença. Então, seus olhos captaram a cena: Katsuki segurando uma colher de mingau próxima ao rosto de Eijirou. — O que vocês estão fazendo?

     Kirishima abriu a boca para falar, mas Bakugou foi mais rápido:

     — Ah... Estava... Ajudando ele a comer, porque você sabe, o braço direito... — Pulou da cadeira e levou o prato até Mina. — Você pode assumir? Eu... eu preciso fumar.

     Mina o fitava como se fosse o fantasma de alguém — alguém que definitivamente não era Bakugou Katsuki, pelo menos, não o que ela conhecia. Ela anuiu com a cabeça automaticamente, recebeu o prato e viu Bakugou deixar o quarto. Kirishima gritou algo como "coma alguma coisa" antes da porta se fechar com apenas o click do trinco se ajeitando no batente, sem bater.

     Sem bater?

     — O que aconteceu com ele? — Karin, prima de Eijirou, falou pela primeira vez desde que chegou. Não conhecia Katsuki afundo, mas claramente aquilo não era de seu feitio, Karin esperava no mínimo um rosnado...

     — Ele está com muita coisa na cabeça... — Eijirou suspirou. Não conseguia deixar de se lembrar das palavras de Katsuki na noite anterior. Conforme procurava na sua mente, se lembrou da conversa toda, ou melhor, do desabafo todo. Kirishima já imaginava que Katsuki tinha passado por muitas tensões para se portar daquele jeito, mas a imensidão do que em si construiu a barreia entre Katsuki e o mundo nunca tinha passado pela sua mente, agora estava completamente lúcida. Tudo fazia sentido.

     Bom, quase tudo.

     Mina saiu do transe e se sentou na cama ao lado de Eijirou. Karin se aproximou dos pés da cama.

     — Como você está se sentindo, Kiribaby? — Mina buscou a mão de Eijirou e a segurou gentilmente.

     — Eu estou bem, foram só algumas costelas quebradas, acontece o tempo todo com os heróis...

     — Algumas costelas quebradas? — Mina, incrédula, levantou um pouco o tom da voz — olha pra você! Parece ter sido usado de pneu pra passar por cima de pregos no asfalto e você quer dizer que foi só umas costelas quebradas?! Isso porque não consigo nem ver como estão suas pernas! — Fez menção de puxar o lençol que cobria as pernas de Eijirou, mas Karin interviu e segurou as mãos de Mina.

     — Mina, não viemos para causar, isso é um hospital, fale mais baixo. — Os olhos vermelhos de Karin vibravam por atrás dos óculos, acalmando Mina e a fazendo recuperar a postura.

     Eijirou se perguntou como sua prima conseguia ter tanta influência sobre Mina, ele mesmo nunca conseguiu, não que tentasse a controlar, mas nunca conseguiu acalmar-la com essa agilidade. Poderia ser uma nova individualidade de Karin? Ou uma nova parte de sua quirk se desenvolvendo? Como correntes invisíveis de controle instantâneo? Não, estava viajando demais...

     — Eu estou bem — disse Eijirou. — Não precisam se preocupar, Bakugou disse que falaria com a Recovery Girl também. — Ao receber um olhar persuasivo de Karin, emendou: — Sim, os médicos disseram que foi difícil cuidar do meu caso, mais alguns minutos e o veneno deixaria sequelas no meu endurecimento, mas deu tudo certo! Nada de sequelas, e em alguns dias vou poder voltar pra casa. — Por conta da rapidez de Bakugou em me trazer ao hospital deu tudo certo. Quis falar, mas somente pensou. Um sorriso se espalhou entre os curativos do seu rosto.

     Mina e Karin suspiraram audivelmente.

     — Kami-sama, que bom! Viemos assim que recebemos a mensagem. — Karin declarou.

     — Que mensagem? — Eijirou perguntou.

     — O Bakugou me mandou mensagem hoje mais cedo contando que você estava aqui — disse Mina. — Acho que ele pensou que você precisava de apoio. Raramente ele acha que você precisa de alguém além dele mesmo, então ficamos muito preocupadas. — Mina completou e Karin anuiu com a cabeça concordando.

     — É, ele está com muita coisa na cabeça... — Eijirou encarou a mão ralada em seu colo.

     Karin e Mina se olharam, e, sem usar a voz, disseram: ele é quem está com muita coisa na cabeça, temos que ajudar. Anuíram simetricamente e Mina tomou a frente:

      — Ah sim! Você tem que terminar seu café da manhã. — Se sentou ao lado de Eijirou e passou a alimenta-lo — olha o aviãozinhoooo.

     Os Kirishimas riram, Mina tinha o poder de quebrar qualquer clima de tensão com suas brincadeiras simples e ternas. Karin, mais do que ninguém, sabia disso. Sentiu algo esquentar dentro do seu peito ao vê-la cuidando do seu primo querido com tanto zelo. Suspirou e recebeu o olhar de Eijirou.

     — E vocês — Eijirou falava com a boca cheia de mingau, estranhamente adorável. — Como estão?

     As bochechas de Karin enrubesceram; já Mina precisava de muito mais para se mostrar visivelmente nervosa ou envergonhada, mas era exatamente assim que se sentia.

     — Bem... É... Eiji... — Mina tentou. Droga, talvez não fosse tão boa em esconder o nervosismo quanto pensava. Respirou fundo. — Temos uma coisa para te contar. Íamos contar ontem na plus ultra, mas vocês não apareceram e gostaríamos de esperar você se recuperar pra contar, mas... É que...

     — Nós vamos nos casar. — Karin jorrou as palavras pelo quarto como abrisse uma represa, rápida, barulhenta e de uma vez. Recolheu seus ombros e fechou os olhos com força, esperando levar o caldo da onda que deixou escapar do peito. 


✁✂︎✃


Oii, meus amores!

Como estão? 

Perdoa o cap pequeno, o próximo vai compensar no tamanho kk inclusive ele sai quinta <3

Eu to postando e fazendo a revisão dos capítulos depois de um tempo já te der escrito essa fic porque gosto de "deixar o texto amadurecer" e acompanhar os feedbacks de vocês pra revisão, e é uma loucura o tanto de coisas que eu já mudei no estilo da escrita... mas em respeito a Calisto do passado que a escreveu mantive a linha hahaha vocês sentem isso também com os textos e fics de vocês? 


Deixo aqui o convite para vocês conhecerem o  vampiro Bakugou dividindo um ap com Shinsou no especial halloween que fiz pro KatsukiProject com o nosso OTP KiriBaku, o nome da fic é Blooder e já tá postada aqui, espero que gostem e surtem comigo hahaha 

Um beijão e até quinta! ♡

Declaração Súbita | KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora