XIV

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     — Vamos embora nessa moto? — Eijirou perguntou com um sorriso maior que o rosto; se aproximou da moto e assoviou.

     Katsuki ficou orgulhoso da sua decisão em não pegar o uber nos últimos três dias. Há cerca de três anos Eijirou desenvolveu um grande apreço pelos automóveis de duas ou três rodas, não que esse tenha sido o motivo da compra da sua Harley-Davidson Fat Boy Special. Ela combinava muito com seu estilo. Mas tinha que confessar: a nova paixão de Eijirou foi um grande incentivo.

     — Com certeza nós vamos. — Sorriu lascivo, passando o dorso da mão em cima da boca, como se limpasse o sorriso para Eijirou não desconfiar que deixa-lo animado ao ver a moto era o seu plano o tempo todo.

     — Yes! — Eijirou deu um pulinho.

     — Você ainda não tinha visto ela, né?

     Eijrou só balançou a cabeça, os olhos brilhavam enquanto as mãos corriam pela moto reparando nos detalhes da pintura em preto fosco.

     Katsuki tirou os capacetes da moto, passou um para Eijirou e vestiu outro, seguido da sua jaqueta de couro. Não estava frio, mas sabe como é né... Um motoqueiro completo para impressionar um amante de motos completo...

     Montou na moto e ligou o motor. Eijirou estava parado boquiaberto do seu lado; os olhos corriam da moto para Katsuki, que a montava com maestria.

     — Ei, Cabelo de Merda — seu sorriso brilhava —, você pode parar de me olhar como se eu fosse a atração de um circo ou pode pagar pela entrada. O que vai ser? — Desceu a mão no acelerador, o motor rugiu, tirando Eijirou da sua contemplação, mas ainda assim o deixando atônito. Katsuki podia passar o dia todo ali.

     — Porra, Tsuki... — Eijirou limpou a boca, estava certo: tinha babado em algum momento. Se recompôs e montou na moto, o frio na barriga subiu e ele não sabia dizer se era por estar quase colado, encoxando Katsuki, ou por estar em cima de uma Harley-Davidson Fat Boy Special — Por que não me contou que comprou uma moto? — A voz abafada pelo capacete.

     — E perder sua cara de surpresa? — Fitou Eijirou corar por cima do ombro — se segura direito aí.

     Eijirou respondeu posicionando as mãos gentilmente na sua cintura e engoliu em seco. Katsuki soltou um risinho debochado, arrancou e freiou a moto; Eijirou imediatamente grudou seu tronco nas costas de Katsuki e enlaçou sua cintura, as mãos, dessa vez, pressionando a barriga, se seguravam com afinco. Agora sim, pensou Bakugou, vamos para casa. Abaixou a viseira do capacete e saiu do estacionamento do hospital cortando o asfalto. Curtindo o corpo do seu amado-não-mais-enfermo colado no seu, sob as luzes noturnas da cidade.

     Depois de algumas voltas a mais que Bakugou deu pela cidade — e Kirishima não reclamou — chegaram ao prédio. As luzes acessas da entrada do prédio refletiam nos olhos de Eijirou como se fossem o brilho de um cristal precioso. Enfim em casa, pensou Eijirou enquanto saudou o porteiro e, seguido por Katsuki, foi até o elevador.

     Eijirou não conseguia parar de pensar no quanto estava animado em poder voltar para casa e finalmente ficarem sozinhos, tendo todo controle dos movimentos do seu corpo de novo. A porta do elevador se abriu e, se não tivesse ninguém ali, Eijirou agarraria Katsuki com todas suas forças, independente do Sr. Jhonson, o porteiro, vê-los pela câmera de segurança. Infelizmente tinha. Engoliu a frustração e entrou no elevador. Só mais alguns andares e estaremos em casa. Respirou fundo.

     Saíram do elevador. Eijirou já estava com as chaves do seu apartamento na mão, viu Katsuki tamborilar os dedos no celular e o enfiar no bolso. Rodou as chaves na fechadura e agarrou o pulso de Katsuki, o empurrou para dentro do apartamento, o prendendo na parede mais próxima, fechou a porta atrás deles e sem ligar as luzes disse:

     — Agora você vai me pagar por essa de greve, Bakugou. — Tomou ferozmente os lábios de Katsuki que o fitava atônito pelo movimento repentino.

     — Ei-ji — tentou Bakugou dentro do beijo lascivo — Eiji, para. — Afastou hesitante o corpo do seu e as luzes se acenderam.

     — SURPRESA!!! — Vozes ecoaram da sua sala. — BEM-VINDO DE VOLTA, BABY SHARK!!! — Eijirou se virou e, depois que seus olhos se acostumaram com a claridade, viu um por um de seus amigos:

     Mina e Karin seguravam um bolo estampado com um desenho de tubarão; Amajiki e Togata estouravam confetes; Denki soltava faíscas iluminando alegremente o local e até mesmo Hitoshi estava presente, rindo do namorado e batendo palmas.

     Do seu lado, Bakugou enfiou as mãos no bolso, parecia um pimentão, daqueles bem vermelhos que Eijirou adorava. Então era por isso que ele tanto mexia no celular? Riu alto e foi até o meio dos amigos, puxando Bakugou pelo pulso.

     — Que bom ver vocês, pessoal! — Sincero, mas com aquele 1% não tanto assim, Eijirou abraçou cada um dos amigos. Todos estavam muito animados e bem equipados para a festa de boas-voltas. Salgadinhos, cerveja e baralho já estavam apostos para a noite ser longa. Shinsou trouxe até seu just dance.

    O recado era claro: essa noite celebrariam juntos como há muito tempo não faziam. Nada de interrupções de trabalho por pelo menos uma noite.

    — Sentimos muito em atrapalhar vocês, Kiri — Mina falou coçando a nuca.

    — Relaxa, Priminha! — Eijirou direcionou um olhar ferroz para Bakugou — Nós vamos ter muito tempo pra isso agora. — Viu Bakugou engolir em seco e um risinho se curvar no canto da boca. Voltou se direcionar a todos no recinto: — E isso é ótimo, assim todos já estão sabendo novidade.

    — Essa não é nem novidade — Togata riu.

    — É, dessa sala acho que só vocês dois não sabiam. — Shinsou se posicionou.

    Mina e Karin anuíram com a cabeça, rindo.

    Bakugou olhou para Kaminari de subito, atônito.

    — Então você... — Não conseguiu terminar a própria fala.

    Mas Kaminari não precisava do resto dela, ele se aproximou do birimbinha, deu uma batatinha nas suas costas e disse:

    — Nada mais óbvio que o óbvio, não é mesmo, Kacchan? — Piscou para Bakugou.

    — Kirishima, segura esse Pikachu que eu vou meter bala nele!

    É, a noite seria longa, mas Eijirou tinha certeza que era exatamente disso que precisava. Não só ele, mas todos ali — uma grande noite em amigos e amores para recarregar as baterias da vida corrida do próximo top 10 pro heroes de Musutafu.


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Essa fic era pra ser só uma oneshot e no fim, aqui estamos haha

Obrigada a todes que acompanharam Declaração Súbita, amo, rio e me divirto com cada comentário, vocês são demais! 

Convido vocês pra conhecerem minhas outras fics kiribaku e do universo de bnha

Todo capítulo novo/fic nova eu aviso no twitter (@/calist0__) e no facebook (Calisto Lyra), quem quiser trocar carinho por lá vou amar também 

Beijos, 

Cali

Declaração Súbita | KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora