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Maite


William me convidou para morar com ele há mais ou menos um mês, mas eu ainda não tinha realmente pensado na ideia. Não pra valer. Eu pensei que ele só estava sendo gentil, porque o meu apartamento é velho e bem abaixo
daquilo que ele entende como lar, mas é tudo que eu posso pagar. E eu não me envergonho disso. Eu sei que parece precipitado ir morar com alguém que você conhece há tão pouco tempo,
mas é importante para ele, então é importante para mim também. Além do mais, a quem eu estou enganando? Eu quero isso tanto quanto ele. Eu não contei a minha melhor amiga que eu estava me mudando para viver com o meu namorado bilionário, em uma mansão isolada nos arredores de Seattle. Eu sei que ela provavelmente vai me matar por ter a mantido longe das novidades, mas quase não consigo
acompanhar a sua agenda. Ela está viajando com um escultor que faz sua arte de paisagens aleatórias de pessoas em pequenas cidades. O trabalho é incrível pelo que vi nos esboços, mas também sei que Anahi deve estar uma
pilha por ter que viajar de cidade em cidade como uma cigana. William bate na porta, e eu corro para abrir.

– Olá, senhor Levy. – Eu o cumprimento sorrindo.

- Eu senti a sua falta. – Ele me puxa e me beija.

- Foi apenas uma noite, William. – Eu falo quando nos afastamos.

- Uma noite sem você ao meu lado parece como uma eternidade. – Ele responde indo inspecionar as minhas coisas.

Eu terminei de arrumar durante a noite passada. Não havia muito que eu pudesse levar para uma casa como a de William, então decidi doar os meus móveis para a senhora Carlos do
segundo andar. Ela tem cinco netos e pouca renda para sustentá-los. E ela ficou radiante quando eu ofereci os meus poucos móveis usados. Eu tinha comprado quase tudo de segunda mão, com exceção da minha cama. Eu não me senti bem com a ideia de dormir em uma cama de quem eu não conhecia. Aí vem aquela pergunta que tem passado pela minha cabeça desde o momento que eu decidi ir morar com ele. E se não der certo? Se não der certo, eu vou viver a minha vida da mesma forma que eu sempre fiz. Com o coração partido, é claro, mas os móveis são apenas objetos. Eles podem ser substituídos.
Não importa o que aconteça, eu ainda estou feliz de dar esse passo. Poucas pessoas na vida podem dizer que encontraram o amor da sua vida. E isso aconteceu comigo. É bobo? Pode ser, mas eu sou uma tola romântica e acredito no amor. Eu quero viver isso. Eu quero me permitir ser feliz ao lado do homem que eu amo. E eu não deixarei que o medo de quebrar o meu coração tome conta de mim. Tornando-me uma pessoa infeliz e sem amor.

- Isso deve caber no carro, mas se não couber, podemos voltar mais tarde e levar o que ficou para trás.

- Parece bom. – Eu olho ao redor, e sinto um aperto no meu coração. Esse lugar tem sido o meu lar por tanto tempo, e agora eu estou partindo.

- Você está bem? – William me pergunta ao me abraçar.

- Eu vou ficar, obrigada.

- Eu vou levando essas mais pesadas. – Ele fala empilhando três caixas e dirigindo-se para a porta.

Leva menos de quinze minutos para carregar tudo para o seu carro, que está estacionado na frente do prédio. Lucio, o seu motorista ajeita as caixas na mala e algumas vão ao banco de trás conosco. Tudo está pronto. É hora de dizer adeus ao meu antigo lar. William parece entender o que eu estou prestes a fazer.

– Eu vou esperar por você lá embaixo. Tome o tempo que precisar, querida. – Ele beija a minha cabeça e saí.

Só então quando ele sai, eu me permito deixar que uma lágrima deslize pelo meu rosto.

– Obrigada por ter sido o meu lar por todo esse tempo. Eu vou sentir a sua falta. Espero que a próxima pessoa que vier morar aqui seja tão feliz quanto eu fui.

Eu fecho a porta e saio. Eu encontro William encostado contra a porta do carro. Ansiedade toma conta do meu
estômago. Ele sorri para mim com amor.

– Você está pronta para ir para casa? – Ele pergunta e me puxa para os seus braços.

- Sim. – Eu digo abraçando-o com tudo que eu tenho.

Na verdade, o que eu estou pedindo
silenciosamente é para ele não me machucar. Ele abre a porta do carro e me ajuda a entrar, subindo logo atrás de mim. Lucio dá vida ao carro, e aos poucos nós afastamos do meu antigo lar.

Lar. Uma palavra tão simples, mas com tanto significado. Depois que a minha mãe morreu essa palavra deixou de ter o mesmo significado, mas hoje com William eu acho que eu posso chamá-
lo de lar. William é o meu novo lar. Ele faz com que tudo seja mais simples, mesmo nos momentos mais complexos. Nós não falamos nada durante toda a viagem até a sua casa.
Nossa casa. Ele entrelaçou os nossos dedos, e eu me senti realmente em casa. Tudo mudou no momento em que eu saí de casa naquela manhã em que eu bati na traseira do seu carro luxuoso. E eu não poderia estar mais feliz.

- Eu te amo. – William diz beijando as nossas mãos unidas.

Eu olho para o homem sentado ao meu lado e sorrio.

– Eu também te amo, querido.

Esse é um grande passo em nossas vidas. Uma nova jornada começa aqui. Eu tenho um lindo gatinho que eu amo com todo o meu coração, e um homem lindo que me faz a mulher mais feliz do mundo.

O que mais eu posso pedir?







Continua...

O Bilionário e a Virgem || Levyrroni [Vol 02]Onde histórias criam vida. Descubra agora