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Maite


A viagem tinha sido maravilhosa, mas era hora de voltar para casa. Os quatro dias que passamos na ilha foram inesquecíveis. Eu me senti a mulher mais sortuda do mundo. O nosso voo de volta foi bem demorado por causa das condições climáticas. Havia um furacão se aproximando da costa, então o piloto achou melhor esperar passar antes de levantar voo. Eu estava grata por não voar e ser espatifada pelos céus. Eu sei que estou exagerando, mas não posso evitar. William e eu nos aconchegamos no quarto provado do seu jato, esperando o tempo melhorar. Já passava das nove da noite quando finalmente decolamos. Eu não gostei da ideia de voar à noite, mas eu não falei nada. Graças a Deus, nós chegamos bem, em paz e a salvo. Eu estava exausta, mas tinha que ir para a galeria em algumas horas, então eu decidi ir
para casa. William não estava satisfeito, mas não disse nada. O seu motorista foi nos buscar no aeroporto e depois nos levou para o meu apartamento. Eu pensei que ele iria para a sua casa, mas ele pegou apenas uma muda de roupa e o seu notebook e subiu comigo. Eu sorri por dentro sabendo que ele não queria ficar longe de mim. Quando chegamos ao meu apartamento, eu tomei um banho, enquanto William trabalhava em
seu computador, depois foi a sua vez de tomar banho. Eu defini os alarmes para despertar às 10h45min da manhã. Eu queria acordar antes para pedir alguma comida antes de ir para o trabalho. A galeria só iria abrir depois do meio dia, o que me rendiam sete horas de sono.
William desligou o seu notebook e subiu na cama comigo. Puxando-me para descansar contra o seu peito, eu dormi como um bebê.


***


William e eu tivemos um pequeno almoço antes de saímos para trabalhar. Ele me deu uma carona para a galeria e falou que viria me pegar mais tarde, eu falei que não precisava, porque eu sabia que ele estaria muito ocupado.

- Você tem certeza? Eu posso pedir para Lucio vir buscá-la. – Ele falou antes de me beijar novamente.

- Eu tenho certeza. Obrigada, e o meu carro está no estacionamento da galeria, então eu posso finalmente trazê-lo para casa. – Eu o beijo mais uma vez e me despeço.

O resto da tarde na galeria passa lentamente. As pessoas não costumam visitar os museus após um feriadão, então por aqui está tudo muito parado.
Às cinco da tarde, eu arrumo as minhas coisas e decido passar no mercado antes de ir para casa. Eu preciso reabastecer a minha dispensa. Está uma noite muito fria, e eu estou com vontade de tomar sopa. Eu compro tudo para
fazer uma sopa de carne completa, com muito macarrão e verduras. A minha mãe amava sopas. Ela fazia todas as noites, e eu me acostumei. Claro que a minha não fica tão boa quanto à dela, mas dá para comer. Há duas quadras do meu apartamento tem um mercado, então eu vou até ele. Depois de conseguir tudo que eu preciso, eu pago e carrego as compras para o carro. O dia está muito frio, eu acho que vai chover. Quando eu paro em gente ao meu prédio eu vejo um pequeno gatinho preto miando a plenos pulmões. Tadinho, ele deve estar com fome e com frio. Alcançando a carne, eu pego algumas tirinhas e coloco na sua frente. Ele come rapidamente e me olha para mim, ele tem um olho furado. Alguém machucou esse pobre gatinho gravemente.

- Oh, você está machucado. – Eu acaricio a sua cabecinha, e ele mia se esfregando contra a minha mão.

Ele parece tão pequeno e indefeso. Como alguém tem coragem de machucar um animalzinho? Que falta de amor nesse mundo. Eu acaricio mais um pouco e lhe dou mais algumas tirinhas de carne, então eu me despeço.

– Vá para casa, e fique seguro. – Eu falo e aliso a sua cabecinha uma vez mais. Ele mia e se esfrega mais contra mim.
Eu ando para porta do condomínio, e o gatinho vem atrás de mim.

– Não, você não pode vir comigo. – Eu coloco as sacolas para baixo e tento fazê-lo voltar, mas é inútil. - Você é muito teimoso. – Eu falo, e ele mia.

- Tudo bem, você pode ficar comigo está noite, mas amanhã nós vamos arranjar um lar para você. – Eu abro a porta e deixo que ele passe.

Eu decido ir pelas escadas para não assustá-lo com o elevador. O gatinho corre na minha frente como se soubesse para onde está indo. Quando eu chego ao meu apartamento ele mia
esperando a porta se abrir. E assim que a porta se abre ele corre para dentro do meu apartamento como se fosse o dono do lugar. Eu não posso deixar de rir. Ele é tão pequeno. Tão esperto, e já deve ter sofrido tanto, tadinho. Ele corre para ficar embaixo da mesinha de centro. Eu coloco as compras em cima do balcão da cozinha e preparo um cantinho para ele dormir. Eu não tenho uma caixa de areia para ele fazer as suas necessidades, mas eu encontro
uma caixa de sapato e coloco ao lado da caminha que eu fiz para ele dormir. Eu não sei se ele vai entender que ali será o seu banheiro, mas vale a pena tentar. Depois de guardar as compras, eu deixo só o necessário para fazer a minha sopa e para dar um pouco mais para ele comer. Eu pego duas tijelinhas, na primeira eu coloco um pouco de
leite que eu tenho na geladeira. E na segunda um pouco de água. Eu não sei por que realmente eu estou fazendo isso, mas eu não consegui deixá-lo lá fora sozinho.

Ele parece tão indefeso.

O Bilionário e a Virgem || Levyrroni [Vol 02]Onde histórias criam vida. Descubra agora