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Acordei com  uma batida suave na porta, Giulia me acordou. Depois do banho parei diante das minhas roupas, quanto preto, era meu pensamento todas as manhas, eu adoro preto, e minha cor favorita, a segunda e azul escuro, não gosto de cores pálidas, eu já sou demais. Puxei do cabide uma saia jeans de lavagem clara com a beira desfiada, ela ficava acima do meio das coxas, peguei uma blusa preta com uma cruz de tachinhas pratas, e uma jaqueta de couro, peguei minhas botas de salto baixo e cano folgado, vesti tudo, peguei uma touca e arrumei meu cabelo colocando ela, passei um pouco de lápis de olho e um pouco de pó e blush, peguei minha bolsa e coloquei dentro minha câmera, me fitei no espelho, me sentia bem daquele jeito, eu tinha um único pircing, era no nariz uma pedrinha brilhante muito sutil, desci para encontrar meus pais para o café

- bom dia – sentei a mesa

- bom dia – os dois falaram juntos 

 Comecei a me servir olhando para minha comida e sentindo o olhar desaprovador na Giulia, ela odiava minhas  roupas, Olavo, como um pai tradicional não ligava para isso, só se importava em me manter longe do homens e virgem, ele estava conseguindo.

Zz Não que fosse por ele, e por mim, não sei, acho que não encontrei “a pessoa”, isso e tão século passado.

- filha – Giulia ia começar 

- mãe por favor, eu não tenho outras roupas... e nem pretendo ter – completei quando ela abriu a boca para falar

- amor deixa a kath – Olavo pediu

- tudo bem

 A casa do amigo de Olavo era em um bairro onde só moravam “os ricos” de floripa, eu prefiro nossa casa, ou melhor apartamento, ele fica de frente para a praia, na avenida beira mar, e maravilhoso, mais ali também era, a casa grande com uma arquitetura do século passado, puxei minha câmera profissional (presente de Giulia) da bolsa e tirei uma foto da casa, já havia algumas pessoas no grande jardim, a vista de fora da casa também era incrível, segurei minha câmera ao lado do corpo e caminhei para alcançar Giulia e Olavo, aquele seria um dia terrível, eles pararam para cumprimentar alguém.

- filha, esses são Paulo e marcela, os donos da casa, essa e Ellen nossa filha

- ela e linda – marcela falou – uma menina linda

- obrigado senhora – murmurei

- quantos anos você tem?- ela perguntou

- vinte e um – sorri sem jeito

- e uma câmera? – ela olhou minha mao, “não e um cachorro” eu pensei

- sim

- você gosta de fotografar?

- sim, muito – sussurrei

- e você fotografa profissionalmente?

- eu me formei, mais nunca trabalhei

- você poderia fazer as fotos da minha nora – marcela falou – ela esta gravida

- hum – eu pensei um pouco – tudo bem

- ai que maravilha – marcela sorriu com afeto – vou lhe apresentar ela depois

- tudo bem – falei

- veja ai vem ela e meu filho – marcela falou – querida essa e minha nora, Vivian, veja Vivian essa e Ellen ela e fotografa

- e um prazer – Vivian era bonita pele clara cabelos castanhos, olhos da mesma cor, ela não parecia estar gravida

- digo o mesmo – falei ganhando um abraço e um beijo no rosto

- Vivian, ela disse que pode fazer suas fotos

- que bom, eu quero registrar minha gravidez, mais estava com medo, não e possível confiar em todos

- e verdade

- Ellen, esse e meu filho, Giacomo – marcela continuou

 Olhei o rapaz na minha frente, ele não deveria ter mais que vinte e cinco anos, era alto e forte pele meio bronzeada cabelos pretos crescidos olhos verdes quase muito tentadores, ele estava bem vestido com uma camisa branca de botões, e uma calça jeans, era o marido de Vivian

- e um prazer – falei

- ellen?  E um lindo nome – ele sorriu, que sorriso lindo, céus como e lindo, o sorriso e o dono

- tambem gosto – falei boba

- você e fotógrafa? – ele quis saber

- sim, sou filha de Giulia – mostrei ela que tinha se afastado com Olavo

- sim a Giulia – ele concordou – você e tão linda quanto sua mãe - ele tinha tanta verdade em seu olhar quanto em suas palavras, me perguntei se Vivian não ficava enciumada de ver seu marido tão atirado

- obrigado 

- então você e fotografa?- ele perguntou outra vez, olhei e vi, Vivian e marcela saírem, ela ia deixar o marido comigo? Que confiança

- sim, mais ou menos, eu so faço isso por hobby

- quer ver algo lindo?

- hum... sim – falei

 - venha – bruno começou a caminhar para trás da casa depois começou a subir uma escada em espiral até da laje da casa, olhei quando cheguei ao seu lado e vi floripa de uma nova pespectiva, um novo ângulo, levantei minha câmera e mirei, céus que lindo, o sol estava alto iluminando a cidade dando a ela cores novas, totalmente desconhecidas, tirei mais uma dúzia de fotos, me afastei de Giacomo, ele tinha suas mãos apoiada sobre a mureta da laje, ele era sexy e quente olhando tão profundamente o horizonte a nossa frente, mirei  a câmera e tirei mais uma foto, ele me olhou e sorriu um sorriso torto era tão lindo que chegava a ser infantil, tirei outra foto

- você me fotografou? – ele quis saber

- sim, desculpa – sorri

- você tem um belo sorriso – ele falou – eu posso ver  a foto?

- sim – mostrei na pequena tela da câmera

- ficou bom, você tem uma forma incrível de captar as coisas

- obrigado, e melhor voltarmos – falei – e lindo aqui, obrigado por ter me mostrado

- não por isso – ele disse – vamos’

  

“Céus que gato” era tudo que tinha na merda da minha cabeça quando sai da casa dos amigos de Olavo, eu não conseguia parar de olhar ele na câmera mesmo sabendo e me reafirmando a cada segundo que ele é casado, “casado é como capado” eu li em um romance, era assim para mim, homem capado não serve, nem casado, não tenho vocação para se amante, suspirei desligando a câmera, sai do carro queria ir direto para meu quarto, mais Giulia me chamou antes

- filha – ela sussurrou 

- oi mãe – virei para ela

- você vai mesmo fotografar a Vivian?

- sim, se ela quiser – falei – por que você não gostou?

- sim claro que gostei, eu fico feliz – claro que ficava, eu não estudava só lia e lia e fotografava, e o que gosto, não quero ser medica como ela ou advogado como Olavo, quero apenas tornar os momentos eternos 

- tudo bem – eu comecei a subir então ela falou

- você vai arrasar – ela riu, eu a olhei e ela piscou, eu amo ela e a verdade

- obrigado – falei continuando meu caminho

opostos e compostosOnde histórias criam vida. Descubra agora