MILEVEN - AMOR ATRAVÉS DOS TEMPOS

Visitas

Depois de chegarem até a nova cidade, Onze sentiu por um breve momento uma doce energia emergente, era como se já fosse familiarizada com aquele lugar, ela olhou para casa da frente, viu o nome "Wheeler" na caixa de correio, sentiu algo meio estranho ao ver aquele nome, parece tão comum para ela, tão familiar, soa como o nome de uma pessoa que já existiu em sua vida, mas que agora ela não se lembra.
Que bom que o caminhão de mudança já descarregou as coisas, ao menos Onze não teria trabalho para levar caixas para o seu quarto. A casa estava cheirando a mofo, mas era grande, o sofá já estava montado, assim como grande parte dos armários. Sala a direita, Cozinha a esquerda, escada a frente e abaixo dela porta para o quintal dos fundos. No segundo andar, uma pequena sala com uma lareira a esquerda da escada, o corredor com três quartos, o primeiro era o de Hóspedes, o do meio o quarto que Terry havia escolhido, e por último o quarto de Jane.

- Já vai montar as cortinas? - Pergunta Onze.
- Bom, acho que devo adiantar essa parte, não é? Porque não sobe e monta suas coisas.
- Ok.

  Onze sobe as escadas com pulinhos, ela para no meio dos degraus e pega seu celular, na tela de bloqueio há uma imagem dela sorrindo e fazendo um "V" com os dedos indicadores e do meio, ela se lembra do dia feliz que foi seu aniversário de 15 anos. Tomaram sorvete, riram de piadas sem graça de Terry e até mesmo foram em um parque de diversões, Mãe e filha, só elas. Onze até sorriu um pouco sozinha.

   Então, ela se lembra de enviar mensagem para Sarah e Gabriela, mas ao abrir o Whatsapp, ela pensa...

"Talvez eu não deva..."

   Então, Onze fecha o Whatsapp e sobe as escadas, ela está de meias e seu pé desliza sobre o piso de madeira polida, Onze chega ao seu quarto, se depara com tantas caixas que quase sente uma preguiça crescente, mas como ela é pró ativa se coloca em posição de "vamos lá, vamos fazer isso agora" e abre a primeira caixa ao pé da cama. Para sua surpresa, Onze se depara com uma caixinha de som Bluetooth, ela apanha aquela caixinha cheia de adesivos de caderno, e pensa que seria uma boa ideia colocar uma musiquinha pra arrumar aquela baderna. Ela aperta o botão On/Off e Voilá, a caixa liga. Onze ativa seu dispositivo e o conecta a caixa, e vasculha a playlist.

Sweather Weather? Nop
Nickelback- Dont let it end? Quem sabe depois
The Covassettes - Twit Twoo? Nop, ela já ouviu essa durante a viagem;

Magic - Red Dress? Essa!!!

  Um reggae animado, bem ritmado, ótimo para mudanças. Claro que a cada caixa aberta, Onze iria encontrar tesouros "nunca antes vistos", e enquanto dançava entre um verso e outro, ia encontrando coisas aleatórias, como os saltos de agulha que pouco usou, juntamente com um vestido preto que ela usou apenas uma vez em um casamento de uma prima de sua mãe, a coisa mais sem graça do mundo, menos pela comida que estava maravilhosa, assim pensava Onze. Procurando Mais, ela encontrou uma foto antiga de quando era criança com sua mãe em uma carrossel quando foram a Boston.
Cada peça de roupa, em cada cabide para dentro do armário e seus pés deslizavam com facilidade como se estivesse patinando no gelo. Em instantes, o quarto sem graça cor branco e bege, agora estava cheio de pôsteres e fotos, além de um adesivo de parede que continha a frase "amigos não mentem". Ainda faltava algumas caixas com outras coisas, mas a música Red Dress que havia se repetido três vezes mudou repentinamente para uma última música, Can't stop the feeling de Justin Timberlake, o ritmo cresceu, e tomou conta de Onze novamente. Ela chegou suar de tanto dançar e arrumar coisas, tanto que nem ouviu Terry chamando lá debaixo dizendo que elas tinham visitas e estava tão distraída que nem percebeu o garoto a olhando lá debaixo na janela do outro da calçada.

Ela apenas desligou a caixinha e caminhou lá para baixo deslizando como uma bailarina feliz. Como música pode mudar o humor de uma pessoa!!!
  
  Onze imaginou que os vizinhos já estavam recepcionando as duas que haviam acabado de chegar. Onze desejou que seja lá quem fosse a visita lhe trouxesse comida (que esfomeada). Na metade da escada já sentiu o cheiro de Eggos, Onze ama eggos desde que era criança.