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Era para o capitulo ter saído ontem, porém tive que ir resolver uns b.o's e não postei, como um pedido de perdão vou postar capítulo amanhã também (caso minha internet não pare de vez), Enfiim, boa leitura <3




 O barulho do relógio estava a me irritar, apesar de ser extremamente baixo e passar despercebido durante a agitação do dia, naquele momento em particular ele estava me irritando. Cada segundo que passava parecia me torturar ainda mais.

Não havia conseguido dormir, apesar de ter aula no dia seguinte e precisar acordar cedo, o sono não vinha. Eu sabia o motivo, e ele estava embaixo de mim, em uma pequena caixinha que eu ainda não havia tido a coragem para olhar. Suspirei, sentando-me na cama e puxando a caixa com cuidado para não fazer barulho.

Ethan e eu dividíamos o quarto a anos, e eu não estava disposta a acordo o ruivo, apesar que naquele momento ele já deveria ter notado a minha falta de sono. Eu não havia parado de me mexer na cama, além de bufar por conta do relógio.

Ainda no escuro do quarto, procurei pelo meu celular. Achando o de Ethan, que me serviria muito bem naquele momento. Acendi a lanterna do celular, procurando por alguma ordem nas cartas, logo encontrando. Estavam numeradas, e as três primeiras pareciam já terem sido abertas. Talvez Amber tivesse as lido, provavelmente procurava por alguma pista sobre quando deveria entregá-las para mim, ou o quanto poderia falar para mim. Peguei a primeira carta na mão, a caligrafia de Loren era bem feita, prendi um sorriso ao perceber que ela ficaria irritada comigo caso visse minha letra atualmente.

Minha pequena Alice, infelizmente não tivemos a oportunidade de se conhecer, mas quero que saiba que mamãe te ama muito. Talvez você sinta raiva ao saber da sua história, por saber que engravidei ciente que não viveria para te criar, mas eu não encontrei motivos para viver sem seu pai, não via mais uma vida sem ele. Eu tentei, juro que tentei seguir em frente e recomeçar minha vida, mas não consegui, e nessa descobri que ainda havia uma maneira de manter nosso amor vivo, de realizar nossos sonhos. Você minha pequena foi o nosso sono, infelizmente nenhum de nós conseguiu te conhecer, mas lembre-se sempre que nós te amávamos bem antes de conhecê-la. Creio que sua tia (agora "mãe"), tenha cuidado maravilhosamente bem de você, eu mesma me certifiquei que você ficasse em boas mãos. Desde que recebi o positivo passei a escrever todos os dias para você, quero que conheça a história de seus pais, que saiba como éramos. Eu te amo muito minha filha, espero que não me odeie pela minha decisão. Com amor mamãe.

Mantive um sorriso no rosto ao terminar a carta, mesmo não a conhecendo, eu me senti próxima da pessoa da carta. Em minha mente, uma voz – que não era minha – lia a carta. Nunca senti raiva de Loren, Amber sempre fez questão de deixar tudo claro para mim.

Deitei-me novamente, imaginando como deveria ter sido a amizade entre minhas duas mães, e como elas eram antes. Com tal pensamento eu adormeci, esquecendo-me completamente do barulho irritando do relógio.

A luz do sol adentrava as cortinas do quarto, me fazendo cobrir o rosto com a coberta. O despertador gritava em minha orelha, e Ethan pulará do beliche que dividíamos. Suspirei cansada, desistindo de meu sono. Olhei o cômodo, a escrivaninha completamente bagunçada com nossos livros escolares, o guarda-roupa transbordando de roupas para fora – todas bagunças e jogadas de qualquer jeito -, até mesmo as prateleiras com os troféus que ganhávamos ao longo dos anos estava bagunçada.

- Isso está uma zona. – Reclamei, vendo-o se virar para mim. Ethan lutava contra o guarda-roupa, provavelmente atrás de uma roupa não amassada.

Cartas para AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora