Bocejei, lutando o máximo para me manter acordada naquela aula. A noite havia sido péssima, apesar da noite inteira de sono que eu tive, os pesadelos me deixaram cansada.
- Se não quiser ser vista pelos professores, é melhor ir para o fundo da sala – A voz baixa de Ethan soou perto de meu ouvido, olhei-o, seu dedo apontava um lugar vago ao lado de Levy.
Não pensei antes de caminhar até o lugar vago, não queria ser vista pela professora Moyes e ganhar um belo sermão. Sentei-me ao seu lado, recebendo uma garrafa de presente de Levy.
- Café.
- Obrigada.
Bebi o líquido enquanto observava-o anotando as coisas em seu caderno, a voz de Moyes vinha ao fundo, como um lembrete de que eu deveria estar copiando alguma coisa também.
- Gosta de sentar na frente no laboratório, mas nas aulas de filosofia faz questão de ficar no fundo.
- É melhor para pensar, as pessoas geralmente estão dormindo aqui no fundo.
- Boa estratégia.
- Noite ruim?
- Sim.
Levy se calou, ouvindo atentamente a voz de Moyes. Tentei inutilmente fazer o mesmo, porém não obtive sucesso. Tirei foto da lição do rapaz, marcando rapidamente em minha agenda para lembrar de copiar quando voltasse para casa. Felizmente o sinal tocou, indicando o almoço.
Pela primeira vez naquele ano, os dois times de basquete estavam reunidos na mesma mesa. Não tentei entender o motivo pelo qual todos estavam juntos, eu apenas queria um lugar para descansar antes da próxima aula. Sentei-me na mesa, um pouco afastada das pessoas ali presente. Aproveitaria daquele momento para cochilar, ou não conseguiria aguentar o resto da tarde.
- Cansada do treino de ontem? – A voz de Eddie atrapalhou meus planos. O rapaz estava sentado ao meu lado com um pequeno sorriso no rosto.
- Um pouco.
- Não vai comer?
- Prefiro descansar.
- Estou atrapalhando?
- Não – Menti, ele era uma pessoa legal, não poderia ser grossa com ele.
- Posso dividir com você, se quiser.
- Obrigada Eddie, não estou com fome.
Bocejei, inclinando a cabeça para traz. Senti algo macio em minhas costas, era familiar ao ponto de me relaxar completamente. Me virei lentamente para ver em que eu havia encostado, encontrando o rosto de Brook. Nenhum de nós falou nada, o rapaz voltou a mordiscar a maçã em suas mãos e eu deitei a cabeça sobre seu ombro, o sono tira completamente a noção da pessoa.
- Ali! – A voz de Lis sobressaiu as outras, aos poucos a mesa inteira se calou para ouvi-la, diferente do que muitos pensaram, Lis não se acanhou – Depois do jogo, vamos para a casa de Charlotte, tudo bem?
- Sim, decidiram o que vamos comer?
- Ainda estamos discutindo isso, pode dar sua opinião também.
- O que vocês decidirem para mim está ok.
- Não vão nos convidar? – A pergunta de Levy fez Lis revirar os olhos. – Qual é gracinha, somos uma boa companhia.
- Noite das meninas, gracinha.
- Vou adorar ser maquiado por você gracinha.
Observei a bandeja de Brook a minha frente enquanto Levy e Lis se queimavam vivos, peguei um dos morangos ali, me aproveitando de sua distração.

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Cartas para Alice
RomansaAlice Eliott não conheceu seus pais, no entanto, nunca se abalou por conta disso, afinal, tinha pais maravilhosos que lhe davam tudo, desde de amor à bens materiais. Sua mãe adotiva nunca lhe escondeu nada sobre a biológica, exceto uma caixa de cart...