Capítulo 14

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Paloma narrando:

Passei o domingo todo no quarto e não quis falar com ninguém, nem mesmo com a minha mãe. Meu pai ameaçou tirar os cartões dela também, caso ela me encobrisse, e claro, ela nem pensou duas vezes em obedecer o meu pai.

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Acordei mais cedo que o habitual, garantindo a minha má disposição e raiva de quem cruzar o meu caminho.

-Victória liga para o maldito táxi- falei descendo às escadas, indo em direcção à cozinha.

-Senhorita, o seu pai disse que o táxi não é particular e que eu devia levá-la ao ponto de táxis para a senhorita conhecer o caminho.
Sem acreditar no que acabei de ouvir, peguei o telefone e liguei ao meu pai.

-VOCÊ NÃO TEM CORAÇÃO, POR QUÊ ESSA HUMILHAÇÃO TODA? -falei gritando quase chorando de raiva assim que ele atendeu.

-Senhora Paloma não é o seu pai, é o secretário dele, ele mandou dizer que é tudo para o bem da senhora- e logo desligou sem me deixar falar alguma coisa.

-É melhor irmos para não atrasares -Victoria disse com voz tímida.
Peguei a minha pasta e pus-me a andar.

Andamos por alguns minutos e acho que quase morria no caminho de tanto cansaço. Victória parecia bem tranquila a caminhar, foi-me explicando algumas coisas sobre os táxis que eu tomaria durante a semana.

Chegamos no ponto dos táxis e eu quase desmaiei só de pensar na humilhação que estava a passar. Eu nunca passei perto de um táxi colectivo, e estava a achar horrível a experiência.

Várias pessoas estavam à espera do táxi, num instante e eu já estava sozinha, sem saber qual rota tomaria, no entanto, já me tinha esquecido das explicações da Victória.

Ela saiu sem o telemóvel e não deve ter chegado em casa ainda, não tinha como ligar a ela, e se esperasse mais algum tempo me atrasaria.

Ganhei coragem para falar com alguém e indicaram-me o táxi da rota 37. Fui para o táxi imundo e ficamos parados por mais algum tempo porque faltavam mais duas pessoas para encher o táxi.

O amor ensinou-me que...Onde histórias criam vida. Descubra agora