Capítulo 16

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Paloma narrando:

Estava a olhar para a janela, quando senti um pé por cima do meu pé que me fez soltar a garganta irritada.

Me virei para ver quem era o pancrácio que pisou no meu pé e quase me joguei pela janela de tanta vergonha ao ver o garçom gato da faculdade, se sentando ao meu lado.

Ele desculpou-se. E concedi-lhe o perdão, virei a cara na janela com vontade de me atirar nela. Ele com certeza está a rir de mim, claro.

Estava tentando processar a situação, quando reparei que estava bem colada a ele, senti até um frio na barriga. Ele afastou-se e eu quase desmoronei por me sentir ignorada pelo garçom.

Idiota (pensei por dentro).

Ele não olhou para mim em nenhum momento, todavia sei que ele está a tentar imaginar mil motivos que me levaram a estar num táxi colectivo.

Tive que interromper os pensamentos dele antes que ele saísse por aí a espalhar mentiras sobre mim, ele deve ser um fofoqueiro de primeira.

-Podes perguntar o que tanto te inquieta- eu sei que não paras de te perguntar o motivo de eu estar neste "calhambeque" - falei de uma fez e continuei já nervosa - porque tenho um pai horrível, que não me ama, que agora passa a vida a humilhar-me com esses castigos estúpidos que nem ele - respirei por um segundo e continuei.

-Acho bom não ficar por aí a espalhar que viemos do mesmo táxi, se não eu me encarrego de fazer que seja demitido em dois tempos - falei atirando a porta assim que o carro parou, e saí do carro batendo à porta com força.

Na verdade, estava a morrer de vergonha por tudo que estava a passar.

O amor ensinou-me que...Onde histórias criam vida. Descubra agora