Capítulo 23

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Paloma narrando.

Sentamos numa mesa que estava bem no centro do refeitório, o refeitório estava bem vazio como de costume. Ele fica lotado, apenas a partir das quintas-feiras.

A garçonete já recolheu os pedidos e daqui a pouco trará.

-Ainda bem que a Alice não está aqui para buzinar o meu ouvido a falar do garçom - Daniela disse colocando a sua bolsa na mesa.

Apenas dei uma pequena gargalhada sem dizer mais nada.

Sim o garçom! E se ele perguntar sobre a experiência do táxi na frente da Daniela? E se ele disser que viemos juntos para eu passar vergonha? - Pensei por dentro, preocupa e com vontade de sair voando.

Mas também pode ser que não seja ele a trazer a comida, "Paloma fica calma" - pensei na possibilidade.
Esperamos mais algum tempo. E porque não tenho muita sorte, sim, era ele quem trazia o pedido.

Olhei para o meu telemóvel e tinha uma mensagem da minha mãe.
"Filha venha até a clínica do centro da cidade, o seu pai acabou de ser levado para lá, ele teve um ataque cardíaco na empresa. Não posso ligar para ti agora, mas vem logo filha, os médicos disseram que o estado clínico dele é grave.

Entrei em choque e comecei a chorar como se o pior já tivesse acontecido, não tinha forças para me levantar.

-Desculpa, senhoras, posso ajuda-las? - Ouvi o garçom a dizer com uma certa preocupação.

-Não precisamos da sua ajuda, pode retirar-se - Daniela disse fria e arrogante para o garçom.

Eu não estava em condições de assimilar nada, pensava somente no meu pai, eu queria correr para chegar logo a clínica.

-Podemos chamar um táxi Paloma, o meu motorista não está disponível agora e acredito que seu também não deve estar - Daniela disse ao ver-me a levantar.

-O táxi até chegar aqui vai demorar, eu não posso esperar nem mais um minuto, vou pegar algum dos táxis colectivos que ficam aí perto, e vai deixar-nos lá na clínica num só minuto- falei sem me importar com a cara de nojo que a Daniela fez.

-Você ficou louca? Você vai se misturar ali?- Ela disse gritando ao me ver decidida.

-Daniela cala a boca e vamos -falei com raiva.

-Não vou poder acompanhar-te, desculpa, eu não subo nesses táxis- ela disse e logo comecei a andar em direcção ao balcão para fazer o pagamento. Não chegamos a comer, mas a comida já foi feita e tínhamos que pagar.

O amor ensinou-me que...Onde histórias criam vida. Descubra agora