Capítulo 17

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Any Gabrielly

Noah recebe alta assim que amanhece, por mim ele ficava mais alguns dias no hospital em observação, mas como estou de licença não pude interferir. Fomos o caminho todo trocando beijinhos e carinhos no carro. Cada vez que ele me chama de anjo meu peito infla e meus pelos se arrepiam.

Chegamos na sua casa e eu o ajudo subir até o seu quarto, irá demorar uns dias ainda para que ele possa andar sozinho novamente.

Deixo ele no quarto e vou até a cozinha atrás da Dita. A encontro terminando de decorar um bolo e pelo que vejo é meu preferido, de cenoura.

— Ditaa?

— Jesus, Maria, José! Quer me matar de susto menina? - a coitada fala com as mãos no peito.

— Desculpa. - tento segurar o riso mas acabo ganhando uma colherzada de madeira na bunda.

— Eu não sei o que eu faço dessa vida, você e meus dois meninos ainda vão acabar me fazendo ter um ataque do coração!

— Dita minha linda, me desculpa? - faço o biquinho que ela não resiste.

— Isso é golpe baixo!

Dou um abraço bem apertado na senhorinha e passo o dedo na cobertura do bolo, o que me faz ganhar outra colherzada.

— Tira o dedo do bolo criança, já já eu deixo você comer.

Me sento no balcão e conto pra ela o que houve com o Noah. Quando termino de falar, Dita está com os olhos cheios de lágrimas.

— Dita, não fica assim, ele está bem, de verdade...

— Eu sei, mas é que meu menino já passou por tantas coisas ruins nessa vida, que eu não suporto vê-lo sofrer.

— Está tudo bem Dita. Pode ficar tranquila! - abraço e tento conforta-la.

Espero que ela se acalme e volto para o quarto. Encontro Noah pensativo, olhando para janela. Não sei porque mas parece que algo está o incomodando. Me aproximo e sento na beirada da cama.

— O que está te incomodando ahm?

— Nada que você tenha que se preocupar. - ele me da um sorriso que não chega aos olhos.

— Se você diz...

— É que tudo é tão novo entre nós dois, não quero te encher com meus problemas e fazer com que você se afaste.

— Eu estou aqui, não estou? - toco levemente sua perna fazendo leves carinhos com meus dedos.

— Está, mas eu nem sei direito o que temos, só sei que eu quero você na minha vida.

— Temos o presente, o futuro está muito longe ainda para ser decidido.

— Mas eu quero esse futuro Gabrielly! Eu estive sozinho minha vida inteira, a única família que eu tinha era o futebol e eu perdi tudo. Só me restou a Dita e o Bailey. Eu não quero ficar sozinho de novo, eu quero ter uma família de verdade, uma mulher, filhos e até um cachorro.

Ouço a emoção em sua voz ao dizer cada palavra. Pensar no futuro é assustador para alguém que até ontem nem sabia que hoje estaríamos juntos.

— Eu sei que é cedo e não estou pedindo que você abandone tudo pra ficar comigo. Eu só quero que você pense na possibilidade de construir um futuro comigo.

— Isso eu posso fazer.

Noah sorri e me beija, suas mãos seguram meu rosto e sua língua pede passagem, que eu cedo de bom grado. O beijo vai ficando mais intenso, nossa respiração vai ficando mais pesada e sinto minha intimidade pulsar com o desejo.

— Noah, não. - encerro o beijo.

— Por que? - ele pergunta confuso.

— Eu disse que isso não ia voltar a acontecer enquanto você não estivesse melhor.

— Mas...

— Sem mais, não e não!

Ele emburra e faz bico. Não aguento ver um marmanjo do tamanho dele fazendo manha e acabo rindo.

— Não estou achando graça.

— Mas eu sim! Se você for um bom menino, amanhã talvez você ganhe uma recompensa.

— Que tipo de recompensa? - pergunta interessado.

— Do tipo muito boa. - digo olhando para o volume contido na sua calça.

Sorrio e o beijo, um selinho rápido para não colocar mais lenha na fogueira.

— Eu sabia!

Urrea e eu nos assustamos com o grito vindo da Dita. A senhorinha entra no quarto trazendo uma bandeja cheia de gostosuras e a deposita na mesinha ao lado cama.

— Eu sabia que isso ia acontecer! Vocês ficam tão lindos juntos! Mal posso esperar para ver os pequeninos correndo pela casa e...

— Dita! Não exagera. - tento diminuir um pouco sua empolgação.

— Isso mesmo dona Dita, sossega. Foi só um beijo.

— Ah meus amores, estou tão feliz. - seus olhos ficam cheios de lágrimas.

Noah e eu a abraçamos assim que ela se aproxima, logo ela para de chorar e sorri para nós dois. Fico um pouco envergonhada.

— Espero que vocês sejam muito feliz meus queridos. Agora eu tenho que voltar pra cozinha. - ela dá um beijo em cada um e sai do quarto fechando a porta atrás de si.

— O que foi isso? - pergunto.

— Pode ter certeza que ela já vai começar a tricotar. - Noah diz sorrindo.

— Pena que vai ficar guardado por muitos anos...

— Talvez não...

— Tenho certeza que sim. - digo olhando feio pra ele.

— Não quer ter filhos? - percebo o quanto ele ficou decepcionado.

— Eu só nunca pensei nessa possibilidade. - falo dando com meus ombros.

— Tudo bem, ainda é cedo pra pensar nisso. Tenho muito tempo para te fazer mudar de ideia.

— Nos seus sonhos...

— Neles também.

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Como foi prometido, dois capítulos em agradecimento aos 1K de leituras. Mais uma vez obrigada pessoal! Compartilhem com os amigos de vocês para que possamos chegar aos 2K.💞

Xoxo, anonimanowunited

Eu & Você - NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora