Capítulo 14

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Any Gabrielly

Entrei no quarto e encontrei Noah ardendo em febre, variando e repetindo sem parar "meu anjo", no começo achei que ele estava delirando, mas então cantou, mesmo que com dificuldade, um pedacinho da música que eu cantava pra ele.

Não sei se fico feliz por ele ter lembrado ou se fico triste. Agora ele sabe como fui boba cantando e conversando com uma pessoa que não podia responder.

Fico desesperada em ver a situação dele, não entendo, a cirurgia foi um sucesso, mas ele está ardendo em febre. Acabei demorando um pouco para vir vê-lo, porque estava passando algumas instruções a Dita, sobre a alimentação dele.

A ambulância chega e levamos Noah as pressas para o hospital. Depois de vários exames, constou que ele está com começo de pneumonia. Ainda não é nada grave, mas como ele está com a imunidade um pouco baixa, por causa da cirurgia, o corpo dele reagiu de forma mais intensa.

Suspeito que ele já estava sentindo algo e não quis me dizer. Teimoso como é, não da o braço a torcer por nada, prefere morrer de dor do que confessar que está mal.

Depois de examinado e medicado, ele é levado para o quarto. Como estou de licença do hospital, vou ficar como acompanhante dele.

Me sento na poltrona ao seu lado e fico observando seu sono, perdida dentro dos meus próprios pensamentos. Até que ponto será que ele se lembra? Passei meses contando minha vida, cantando e pedindo a Deus por sua recuperação.

Anjo, meu anjo.

Foi assim que ele me chamou. O que será que se passa em sua cabeça? E em que isso vai afetar nossa convivência a partir de agora?

Não vou negar, apesar da arrogância e mau humor, Noah é um homem lindo e bom. Me sinto fisicamente atraída por ele, mas também, quem não se sentiria? Alto, forte, bronzeado mesmo que não veja o sol já a algum tempo. Cabelos castanho e olhos esverdeados hipnotizantes.

Mas isso, é só o físico, tem também a parte da conexão inexplicável que sinto sempre que nossos corpos encostam um no outro. Como agora, pego sua mão entrelaçando nossos dedos e lá esta o familiar formigamento.

— Porque você não me contou?

Me assusto ao ouvir sua voz. Seus dedos se entrelaçam nos meus também, olho pra cima e vejo a forma intensa como ele me olha. Algo diferente se agita em meu peito.

— Não tinha nada para contar. - respondo desviando o olhar.

— Como não?

— Você era só mais um paciente Noah, eu só estava fazendo o meu trabalho.

Você sempre foi diferente...

Noah solta minha mão e vira o rosto.

— Então você nunca sentiu o que eu sinto toda vez que nos tocamos?

— Eu... - não sei o que dizer, tenho medo do que ele possa pensar.

Noah segura minha mão novamente e me encara com aqueles olhos lindos e hipnotizantes.

— Você não sente isso?

Sinto.

A eletricidade percorrendo todo meu corpo. Olho nossas mãos unidas, se encaixam tão perfeitamente. Novamente meu peito pulsa. Não adianta mentir, eu só vou estar enganando a mim mesma. Seu olhar esperançoso me deixa sem chão. Se for pra dar errado, que não seja por falta de tentar e se for pra dar certo, não terei arrependimentos.

— Sinto. - digo olhando dentro dos seus olhos.

— Eu lembro agora, mesmo que sejam lembranças distantes. Você cantava pra mim e sempre conversava comigo. Eu tentava abrir os olhos pra ver meu anjo, mas meu corpo não respondia...

— Está tudo bem.

Noah coloca sua mão no meu rosto, eu fecho os olhos me aconchegando em seu carinho. É tão bom senti-lo aqui, presente comigo.

— Você é tão linda, meu anjo!

Abro os olhos e me inclino em sua direção, Noah percorre a distancia que falta e nossos lábios se encontram. É um beijo casto na verdade, mas carregado de emoções. Seus lábios são doces e macios, sua língua pede passagem e eu cedo. Meu corpo todo se arrepia, acho que esse tempo todo, era isso que eu mais desejava.

Ele encerra nosso beijo com um pouco de falta de ar, acabei me esquecendo da sua condição atual. Ele toma fôlego e sorri para mim.

— Você literalmente me tira o ar.

— Na verdade, sua pneumonia te tira o ar.

— Pneumonia?

— Sim, se você tivesse me dito antes o que estava sentindo, essa crise poderia ter sido evitada. - respondo olhando feio pra ele.

— Por favor, me diz que vamos embora pra casa. - me lança aquele olhar de menino pidão.

— Não, dessa vez você vai ficar bem quietinho aqui, até que eu tenha certeza que você está bem para poder ir pra casa Urrea!

— Eu fico, mas com uma condição.

— Qual seria ela? - pergunto desconfiada.

— Que você fique aqui comigo Soares.

— Eu não vou a lugar algum. - respondo sorrindo.

— Acho que eu preciso de outro beijo, pra sarar mais rápido.

— Todos os beijos que você quiser!

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Soltei mais um como prometido, daqui a pouco posto o terceiro. Aliás, NOANY NATION PODEM SURTAR O BEIJO ACONTECEU!🤭 O que acharam? Por favor falem nos comentários, fico muito feliz quando vocês interagem sério.🥰

Xoxo, anonimanowunited

Eu & Você - NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora