12. Demons On The Loose.

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Hope Wayne's Point of view.

Já estávamos a horas dentro desse carro, seguindo viagem pra sei lá onde, e pelo pouco contexto que eu tenho sei que estamos tentando resgatar a Rachel de algum perigo novo que ela se meteu.

Ah, e tem mais! Segunda Donna, a nossa "querida" rosinha é uma alienígena, que veio para a terra com o objetivo de matar a Rachel e assim salvar seu Planeta Natal.

A vida é realmente cheia de surpresas.

— Ainda falta muito? — Reclamei mais uma vez, bem no ouvido de Donna.

— Já é a terceira vez que você pergunta isso, Hope. E a última vez foi a cinco minutos atrás. — Dick respondeu deixando evidente a sua raiva.

— Eu não perguntei pra você, se quisesse ter uma viagem tranquila, teria voltado e me deixado na rodoviária e além disso só estou perguntando por que quero saber quanto mais vou ter que aguentar vocês.

— Hope, um minuto. Fica quieta, por favor.

— Babaca. — Reclamei, voltando a me reencostar no banco de trás.

Entediada, peguei meu caderno de desenhos na mochila e comecei um novo desenho de flores.

Mas, como Deus é muito bom, depois de mais uns vinte minutos finalmente o carro parou, logo atrás de uma velha caminhonete branca.
Dick logo se virou pra mim, me dando aquele olhar severo de sempre dele.

— Fica no carro. — Mandou.

Esperei que ele e Donna entrassem e por fim, saí do carro, seguindo para dentro do barracão velho, ficando a uma distância segura deles, e ao longe vi eles conversando com a alienígenasinha.

Me escondi atrás de uma pilastra, vendo o exato momento em que uma luz roxa surgiu do nada, fazendo tipo um Scan nos três.

Ao terminar, uma coisa foi surgindo no meio do armazém, cada vez ganhando mais forma, até revelar uma nave espacial.

Os três entraram, mas eu permaneci onde estava, alguns minutos depois, Dick saiu de lá completamente pálido, parecendo que havia visto um fantasma.

Ao me ver sua expressão assustada se transformou em raiva, e com um pouco de brutalidade, ele agarrou meu braço e me levou pra fora, enquanto eu gritava pra ele me soltar, ele apenas prosseguiu, logo me jogando dentro do carro e entrando também.

A velocidade em que aquele carro se movia era muita, fazendo com que eu me agarrasse ao sinto de segurança.

— Dick. — Tentei chamar sua atenção, mas tudo que ele fez foi pisar mais no acelerador. — Dick, Por favor, fala comigo. O que tá acontecendo?

— Angela nos enganou esse tempo todo. O hospício, a tal organização, tudo era pra ter a Rachel de volta. — Disse ele com raiva.

— Espera aí, então você está me dizendo que esse tempo todo o inimigo real era a mãe da Rachel? — Ele acentiu, confirmando minhas palavras. — Okay, mas e a rosinha, ela não estava aqui para matar a Rachel?

— Eu tenho um nome, sabia disso?

— Sabia, mas não estou nem aí.

— Filha da...

— Meninas! Chega, agora não. — Donna nos interrompeu, também irritada com a situação.
Ao me virar, percebi o livro antigo nas mãos da moça maravilha, ao qual ela lia compulsivamente.

— Só tem um jeito de detê-lo..

Me inclinei um pouco, conseguindo ler um breve trecho do livro, mas que continha toda a informação que precisávamos.

— Rachel. — Completei.

Repentinamente, os faróis do carro começaram a piscar e a velocidade foi diminuindo, até parar completamente.

Dick bateu com as mãos no volante, fazendo um barulho alto, e sem mais nem menos ele saiu do carro, começando a correr pela floresta.

Rosinha, Donna e eu logo saímos do carro e corremos atrás dele, o encontrando no meio do nada, olhando espantado para o show de luzes a sua frente.

O céu estava luminoso, e a nossa frente uma parede verde havia sido levantada ali, protegendo alguma coisa que não podíamos ver.

— Mas que merda é essa? — Sussurei para mim mesma fazendo uma careta.

Me aproximei daquela "coisa" e levei meu dedo indicador na direção da parede luminosa e assim que minha pele entrou em contato com aquilo senti uma descarga elétrica passar por todo meu corpo, fazendo com que eu me afastasse com um grito.

— Hope! — Donna caminhou em minha direção, me puxando pra longe de lá. — Você está bem?

Acentiu, ainda um pouco assustada.

— Okay, já sabemos que é impossível passar por isso, então só o que nos resta é ficar aqui e esperar...

Dick não ouviu o restante da frase de Donna, apenas tomou impulso e pulou pra dentro da parede, desaparecendo completamente do nosso campo de visão.

— Dick! — Donna e Kory gritaram correndo atrás do antigo Robin, mas foram apenas jogadas longe pela parede luminosa.

— Como? Como ele conseguiu passar por essa coisa? — Kory perguntou, claramente irritada com a situação.

Ajudei as duas a se levantarem e olhei novamente para a grande parede luminosa. Uma luzinha pareceu se acender em minha mente e então eu tinha uma teoria.

— Talvez você só precise da motivação certa. — Falei em voz alta, voltando a me aproximar da "coisa".

Respirei fundo e fechei os olhos, pensando em todos os meus amigos, pensei em quantas coisas horríveis devem estar acontecendo com eles do outro lado.

Então, arrumei um pouco de coragem, e mesmo com Donna gritando para que eu não fizesse isso, eu pulei pra dentro daquela parede mágica caindo imediatamente do outro lado.

Olhei brevemente para trás, vendo a parede brilhar ainda mais. Eu conseguia ouvir os gritos das duas outras garotas do outro lado, mas apenas ignorei e corri em direção da velha casa, entrando sem fazer barulho.

Comecei a ouvir vozes, me escondi atrás de uma parede observando a cena no cômodo a frente.

Rachel gritava com aquele que eu acreditava ser o seu pai que mantinha um sorriso orgulhoso e ao mesmo tempo maléfico em seu rosto.

Dick estava com eles, os olhos estavam totalmente coloridos de pretos, e não havia expressão alguma em seu rosto.
— LIBERTA ELE! — O grito de Rachel me assustou, fazendo com que eu me escondesse mais.

O Pai de Rachel se aproximou, analisando o estado do Antigo Robin.

— Eu não fiz isso, querida. Ele mesmo fez isso com ele. — Respondeu.

Seja lá o que estivesse acontecendo, não era bom, eu sabia que não era. Senti um aperto enorme no peito e logo a vontade de chorar apareceu.

— Ele abraçou os demônios que existem dentro dele, ele tentou fugir, mas todos sabemos que não se pode fugir de quem realmente é.

— Ele é parte da nossa família agora.
— Angela disse, colocando as mãos no ombro do homem.

Entrei em completo pânico, não consegui conter as lágrimas e nem os sons que sairam da minha boca.

Todos os olhares estavam em mim agora.

Eu tinha certeza que iria morrer ali.

Our Only Hope (Titans) Onde histórias criam vida. Descubra agora