Plumas Negras

Capítulo 6 - "À guardiã dos Moors. "

━─━────────༺༻────────━─━

— O que você prefere Senhora, torta de abóbora, ou framboesa?

Diaval perguntou com a boca cheia. Ele estava deslumbrado com a quantidade de variedade de bolos, doces e banquetes do evento. Em pouco tempo já havia comido metade dos croquetes, e por um segundo Malévola se perguntou para onde ia toda aquela comida.

— Eu não estou com fome. Divirta-se. 

Ela se foi pouco tempo depois das palavras, sem dar a Diaval tempo de protestar depois de girar os dedos e limpar com magia as migalhas do canto de seus lábios.

Chegava a ser engraçado como mesmo tensa e claramente desconfortável, ela ainda cuidava dele. Talvez ela não fosse uma completa megera.
Diaval cogitou segui-la, mas levando em conta que não havia tantas tortas assim em Moors - se é que havia - ele decidiu aproveitar por ora.

Malévola se sentou em um tronco caído ali por perto, se isolando como casualmente em multidões. Era o tipo de coisa que ela gostava, que ela se acostumara; ficar sozinha. Observar o movimento em silêncio nunca fora tão agradável e oportuno como naquele momento, onde ela precisava desesperadamente pôr seus pensamentos no lugar.
Ao longe ela podia ver Aurora conversando amigavelmente com os povo Dark Fae, o seu povo, e por um segundo se impressionou com a naturalidade que Aurora podia ser empática. Uma de suas melhores escolhas na vida, de fato, era ter tornado Aurora rainha de sua terra.

Era uma pena que já não era mais assim.

— Oh, Lady Malévola! Boa tarde.

Uma voz familiar tirou a fae de seus pensamentos, e girando elegantemente a cabeça, ela se surpreendeu com o pai de Philiph surgindo de trás da árvore perto do tronco.

— Joh-... Uh, Rei John- quero dizer, majest-...

— Apenas John, por favor. Somos família.

Ele sorriu calorosamente para Malévola, e se aproximando, ele a ofereceu uma maçã provavelmente dali da árvore. Ela dispensou, mas ainda assim, agradecida.

— Me diga, fugindo da multidão também? - Ele brincou.

— Não faz ideia. Tenho muitos hobbys e socializar não é um deles. - Respondeu, com os olhos fixos na festa se desenrolando à frente.

— Tudo bem ficar nervosa. É uma decisão grande mesmo para nós de Ulstead, os Moors são nossos amigos.

O rei se sentou em um outro tronco próximo, com a mente vaga, bem como Malévola. Ela se sentiu um pouco desconfortável em ter transparecido tanto, mas logo percebeu que havia verdade nas palavras de John. Ele era um bom homem, e estava lidando com todo este turbilhão de uma forma que para um humano, a surpreendeu.
Não é qualquer um que se porta tranquilamente ao ter a esposa convertida em cabra.

Trombetas tocaram, chamando a atenção de todos. Após a nova conselheira real, uma mulher loira, magra, e alta, cujo nome Delphine, começar a pronunciar-se ao palco de galhos da ponte.
Aurora respirou fundo e descompassado. Philiph apertou sua mão. Malévola arregalou suavemente os olhos. Diaval engasgou com o ponche. Cada um parecia imerso em uma crise pessoal, e Aurora não conseguia parar de se perguntar se aquela seria de fato a decisão certa. Seu medo de tocar uma ferida era ainda maior que fosse a escolha errada, pois ela tinha certeza que não seria.

– Atenção, povo de Moors e Ulstead! A rainha Aurora, neste momento, subirá ao palco para anunciar o novo líder de Moors!

Com uma salva de palmas, Aurora se despediu de Philiph momentaneamente com uma troca de olhares rápidos. Ele assentiu em encorajamento para sua esposa, que segurou a saia do vestido e se dirigiu ao palco.