bem-vindos

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"I'm rollin' around the city
Hopin' that the cops don't get me"

Avistei já de longe o grande letreiro e a entrada para a escola de artes, sinto meu coração saltar para fora do peito e não sei exatamente como reagir. Me ajeito no banco do passageiro e quando menos espero já estamos dentro do campus.

Já havia visto fotos do local no site mas pessoalmente parecia muito mais bonito. O chão era de terra, apenas asfaltado nas pequenas ruas onde passam os carros por dentro da universidade. Não eram prédios com dormitórios, na verdade era algo bem original, haviam varias casinhas de madeira, me lembrou um pouco a cidade natal dos meus pais, a única grande diferença é que em Isabela, as casas eram todas coloridas e bem mais vivas. Mas o que me assustou mesmo foi a quantidade de pessoas que estudavam ali, dessa parte eu não tinha noção nenhuma.

Mama estacionou no primeiro lugar que encontramos, enquanto eu desci do carro para procurar o meu "quarto" e conseguirmos ir para mais perto dele despachar as malas. Parecia uma tarefa difícil já que resolveram me por no 429, e haviam 500 dormitórios. Guiei o meu olhar pelas placas que estavam no meu campo de visão, avistei a que dizia do "350 a 400". Fui até lá e procurei por onde estaria do "401 a 450". Olhei de um lado a outro e não encontrei nada, não é possível, já estava frustada e aquele monte de gente só me deixava mais nervosa. Bufei andando de um lado pro outro até que esbarrei com um distraído.

– Meu deus, desculpa. – eu estava tão agitada que quase gritei aquelas palavras, balancei minha cabeça.

– Tá tudo bem. – o loiro de olhos verdes apenas sorriu. – Parece perdida, precisa de ajuda?

– Na verdade preciso sim. – digo ainda meio tímida – Não consigo encontrar meu dormitório. É o 429, imaginei que fosse achar com mais facilidade por aqui.

– É por aqui, vem comigo. – o menino branquelo simpático saiu pela frente me guiando pela multidão.

– Me desculpa, nem perguntei seu nome. Eu sou Isabela. – dou alguns passos longos para alcançar o seu lado.

– Eu sou Michael, prazer. – ele sorri para mim – E aqui está, seu dormitório é logo ali. – aponta para alguma das casas.

– Muito obrigada Michael, sinto que salvou minha vida. – brinco.

– Sem problemas, quarto 300 se precisar de mais alguma ajuda. – me vejo sorrindo sozinha com sua gentileza. – Eu vou indo, tchau Isabela! – apenas aceno e ele vira as costas.

Majorie já havia parado o carro perto da minha cabine e as malas estavam todas despachadas. Paro em frente a porta de madeira com o quatrocentos e vinte e nove escrito pequeno em tinta branca. Respiro fundo e giro a chave, entro com as minhas coisas e parecia bem aconchegante. O banheiro havia duas pias, o quarto duas camas com mesinha de estudos do lado de cada uma. Era simples e eu adorei.

– Filha, meu amor, é melhor eu já ir embora, não quero chegar tarde em casa. – diz me acordando dos pensamentos.

– Tudo bem, mama. É melhor você ir mesmo, está ficando tarde. Mande uma mensagem ou me ligue quando chegar.
– ela concorda com a cabeça e me dá um abraço.

– Se cuida, meu amor. Qualquer coisa que precisar sabe que pode me procurar, não é? – ela segura meu rosto com as duas mãos.

– Eu vou ficar bem. – dou um último abraço e recebo um beijo molhado na bochecha. – Te amo.

– Também te amo, Isabela.

...

Estava tão distraída ajeitando minhas coisas que levei um susto enorme quando a menina que dividiria o dormitório comigo destrancou a porta.

burn too bright - cthOnde histórias criam vida. Descubra agora