segredos do universo

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"And all I ever needed was somebody
With some reason who can keep me sane
Ever since I can remember
I been keeping it together
but I'm feeling strange"

Tentava criar ideias para feira de artes mas estava cochilando em cima dos cadernos. Foi uma péssima ideia estudar na grama, o sol começava a se por e o clima estava relaxante demais para me concentrar.

Acabo caindo no sono, não teve jeito. Quando abro olho, o céu já estava escuro, fico surpresa e só queria me xingar de todos os nomes possíveis por ter dormido.

Bufo esfregando os olhos e me sentando na grama. Ainda estava sonolenta e incapaz de raciocinar, vejo uma sombra por cima de mim e tento entender de onde vinha, procuro árvores, postes, qualquer coisa, quando olho o outro lado dou de cara com Calum sentado ao meu lado.

– Puta que pariu! – exclamo com o inesperado e ele cai na gargalhada.

– Oi – diz alegre depois de recuperar o fôlego.

– Oi – soou seca, estava preocupada em ajeitar minhas folhas e cadernos que estavam espalhados na grama.

Ele me observa guardar dentro do portfólio e olha curioso.

– O que é isso tudo?

– São meus desenhos e ideias.

– Tem muita coisa. – diz voltando a olhar para os materiais – Eu posso ver?

– Não. – ele reage como quem diz que estava tudo bem e volta a olhar para frente.

Não queria parecer durona ou chata mas tem coisas realmente pessoais aqui dentro que passam de só um desenho. Mostrar tudo para ele seria mostrar todas minhas partes mais vulneráveis e não sei se gosto disso.

– O que vai fazer esse fim de semana? – pergunta depois de algum silêncio.

– Acho que nada. Tenho aula esse sábado.

– Quero sair um pouco do campus, devo ir para casa.

– A Mali já foi embora? – Hood concorda com a cabeça.

– Deixei ela no aeroporto ontem. – conclui – Tem alguma coisa domingo? – nego com a cabeça – Quer sair?

– Tudo bem.

A semana passou rápido e sem muita coisa para fazer. Tinha conseguido uma ideia de pintura para a feira e estava satisfeita e animada para começar.

Consegui relaxar um pouco mais no final de semana, já que tirei aquele peso das costas, até dormi em uma das aulas de sábado.

Vi o Calum algumas vezes durante esses dias, conversamos pouco. Toda manhã ele me dava bom dia com um beijo na clavícula como fez uma vez ano passado, e todas as outras vezes que nos encontrávamos sentia necessidade de abraçá-lo.

Domingo seria a primeira vez que passaria o dia todo com ele de novo e não sabia o que sentir.

Cal parou no portão da faculdade com um carro que não era dele, parecia velho e tinha uma caçamba atrás. Acho graça.

– De onde surgiu esse carro? – pergunto enquanto entrava no lado do passageiro e me ajeitava no banco.

– Gostou? – ele ri e deixa um beijo na minha bochecha – Eu pedi a um amigo emprestado, acho que vai ser mais util para o que quero fazer hoje.

– Devo me preocupar? – o encaro realmente curiosa.

– Nunca. – ri sapeca e da partida.

Como de costume, não sabia para onde estávamos indo, já começava a anoitecer. Tudo bem que havíamos parado na cidade e passeado por um tempo, isso gasta tempo.

burn too bright - cthOnde histórias criam vida. Descubra agora