burn too bright - cth

the otherside

"Come out of the things unsaid
Shoot an apple off my head
And a trouble that can't be named
A tiger's waiting to be tamed"

No dia seguinte vou até o quarto de Calum. Bato uma vez e ninguém responde, sou obrigada a me render, três vezes ritmadas.

Hood abre a porta.

– Oi, eu vim devolver o moletom e agradecer por ontem.

– Entra. – ele sorri e abre espaço – Espere um pouco, pode ficar à vontade.

Calum me deixa sozinha ali, no começo fico meio receosa, estava parada no meio do pequeno corredor, não sei se fico aqui esperando ou se devo entrar.

Olho em volta do espaço em que estava, tinha sapatos desorganizados pelo chão perto da porta e um cabideiro preso na parede, haviam varias roupas penduradas então resolvo colocar o moletom que vim devolver ali também.

O banheiro do meu lado tinha seu cheiro, de sabonete, perfume forte e cigarro, rio sozinha imaginando quantas vezes ele não ficou ali fumando escondido, longe do campus.

Enfim tomo coragem para entrar no dormitório, Cal conversava com duas pessoas na face cam do computador, olho de longe, eram duas mulheres, uma mais velha e outra que parecia ter a idade dele, elas são idênticas a ele, concluo que possa ser sua mãe e irmã.

O chão estava rodeado de caixas de papelão e diversas coisas jogadas.

Uma das caixas estava cheia de livros, nessa hora sou incapaz de conter a curiosidade, me sento de frente para o pedaço de papelão e começo a olhar os livros ali dentro e os empilhados do lado enquanto esperava por ele.

– Joy, Mali, quero que conheçam a Isabela. – ele diz e eu sou pega de surpresa.

Senta do meu lado apoiando o computador nas pernas e eu só consigo sorrir e dar um tchauzinho para as duas do outro lado. Espero não ter soado antipática.

– Essa aqui é minha mãe e minha irmã – ele aponta indicando na tela cada uma delas, tinha um sorriso enorme no rosto, imagino que sua família seja extremamente importante para ele assim como a minha é para mim. Lembro da minha casa e sinto meu coração apertar de saudade.

– Oi! – elas respondem simpáticas, essa família com certeza tinha o poder de transformar a energia do ambiente.

– Como está, querida? – a senhora pergunta.

– Eu to bem e a senhora? – ela era uma fofa.

– Estou bem!

– Ela é a nova colega de quarto da kaykay. – Calum explica.

– Gostei dela, meu filho! Tudo menos aquela...

– Tá bom, dona Joy! – Calum interrompe e Mali dá uma gargalhada do lado da mãe. – Como está duke? Tenho saudades dele.

– Estou cuidando dele, maninho. Ele também está com saudade. – Mali responde e o moreno sorri.

– Que bom! Agora vou indo, depois conversamos mais, ok? – elas concordam e os três de despedem.

– Duke? – pergunto curiosa assim que termina a ligação.

– É o meu filho. – ele diz seco.

– Filho? – no momento me assusto mas ele ri negando com a cabeça.

– Sim, meu filho, Isabela! De quatro patas e um focinho. – ele pega o telefone no bolso e me mostra uma foto do bichinho.

– Aí meu deus, ele é tão fofo! – digo assim que ele me entrega o aparelho, eu tenho certeza de que fiz voz de criança mas a culpa não é minha, animais são meu ponto fraco – Um dia você vai me levar para conhecer ele, eu exijo!