"If you walk away
I'd beg you on my knees to stay
Don't blame me, love made me crazy
If it doesn't, you ain't doin' it right
Lord, save me, my drug is my baby
I'd be usin' for the rest of my life"Naquela tarde Calum me chamou para conversar. Fui até a porta do seu dormitório, bati três vezes ritmadas mas não consegui me sentir empolgada como sempre acontecia.
Tinha nervosismo e curiosidade, acho que esperei bastante tempo para aquele momento e não saberia se seria fácil ou muito difícil. Não conseguia imaginar um meio termo.
Calum abriu a porta e se manteve como eu, sem empolgação, apenas dois rostos sérios que se encaravam.
Entrei e permaneci parada a dois passos da porta. Hood andou quarto a dentro, parou perto da mesa do lado de sua cama e começou a ajeitar todos os milhares de papéis que tinham ali em cima, juntou todos em um monte e guardou dentro de um caderno espiral com uma capa marrom que lhe dava um ar de antigo. Era o mesmo caderno que vi quando entrei no seu quarto pela primeira vez.
Também tinha uma edição antiga de Brida, com uma capa muito mais bonita do que a atual, antes de fechar o livro vi que estava aberta em uma página toda rabiscada com letras minúsculas que fui incapaz de ler. Não sei dizer se ele estava relendo ou apenas revisitando o livro que nos pôs juntos num primeiro instante.
– Você não quer se sentar? – pergunta sem jeito, guardando o caderno e os papéis dentro da gaveta.
Resolvo me sentar na ponta da cama, imóvel e com as mãos no bolso. Ele se senta na cadeira mal posicionada dando a entender que já estava ali antes de eu chegar. Estávamos um de frente para o outro.
– A gente precisa conversar. – diz o óbvio – Desculpa, não sei como começar.
– Por que não começa me contando por que não apareceu no dia em que estava indo embora?
– Mas eu apareci... Só que era tarde demais, você já tinha ido. Eu estava mal, foi só isso.
– A gente transa e depois você some, eu me senti muito mal, Calum.
– Não, pelo amor de deus! Se eu pudesse voltava para aquele dia e nunca sairia do meu apartamento, eu podia ficar o resto da minha vida nos seus braços.
– Não faz isso. – nego com a cabeça e ficamos em silêncio por um instante – Por que não atendeu minhas ligações? Eu iria entender Calum. – retomo.
– Eu esqueci de carregar o celular.
– Tudo bem. – eu queria muito perguntar por que ele estava mal, o que aconteceu, por que ele escondia tantas feridas mas não me senti no direito. Sinto que se ele quiser me contar tem que estar confortável para isso, não quero que se sinta na obrigação ou pressionado apenas por que perguntei.
Ele bufa, esfrega o rosto com as mãos, olha para baixo, para o lado, tentando achar qualquer tipo de resposta pelos cantos do cômodo. E eu permaneço calada, queria abraçá-lo e dizer que estava tudo bem mas não o faço.
– Por que isso precisa ser tão difícil? – ele se levanta e vai até a porta do banheiro – Por que as coisas precisam ser tão difíceis? – pega um maço de cigarro do bolso e ameaça acendê-lo.
– Calum – também me levanto e paro a um metro dele, deixo que traga uma vez, talvez duas – Você não precisa dizer nada se não quiser, só não desconta nisso aqui. – me aproximo retirando ao cigarro dos seus dedos.
– Eu preciso dizer sim. – ele quem diz indo em direção a cama enquanto eu jogo a nicotina privada a baixo – Eu preciso por que se não vou explodir.
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burn too bright - cth
Fiksi Penggemar"(..) hoje, em particular, estou melancólica, talvez seja a última vez que possa vivenciar momentos assim que até então eram rotina. Muita coisa vai mudar(..)"