burn too bright - cth

o primeiro

"They say the road gets hard
and you get lost
When you're led by blind faith
(...)
Make confessions
and we're begging for forgiveness"

Hoje seria oficialmente meu primeiro dia na escola de artes. Acordei animada. No meu calendário, a primeira aula da semana é desenho e saberia que pro resto do ano aquele seria meu ânimo para acordar às segundas-feiras.

Kaykay me apresentou o resto do campus antes de irmos até a o refeitório pegar um café. Nos sentamos em uma mesa qualquer, de longe vi o menino dos olhos incrivelmente bonitos mas que não ligava para eu ter sido quase atropelada entrar pela porta. Ele vem em nossa direção, larga um beijo na bochecha da menina na minha frente e se senta ao seu lado.

Desde que conheci Kaykay, a vi de bastante formas possíveis para quem se conhece tem dois dias mas daquele jeito ainda não tinha visto. Seu coração parecia que havia derretido e sua boca parecia presa a dois grampos, um de cada lado da bochecha, forçando-a dar seu maior sorriso.

– Bom dia. – o menino diz assim que se acomoda na cadeira.

– Bom dia, babe. – kaykay dá um selinho em sua boca, agora entendi tudo.

– Bom dia. – digo com certa indiferença.

– Ei, nem te agradeci direito por ontem e desculpa pela pressa, como você tá? Se machucou com o incidente?

– Ah, não tem problema. Na verdade nem sabia que estava ajudando. E estou bem mas é meio tarde pra perguntar.

– Ah... – ele pareceu sem graça e confesso que podia ter pegado mais leve – Tudo bem, então. Eu sou o Ashton, prazer.

– Isabela – balanço a cabeça e devolvo o sorriso.

– Bom, eu tenho aula para assistir e vocês também, acho melhor não se atrasarem. Eu vou indo, vejo vocês depois. – kaykay se despede e nos larga sozinhos.

– Qual sua aula agora? – Ashton pergunta quando já estávamos só nós, parecendo querer puxar assunto.

– Desenho e você?

– Eu também! – ele diz tão animado que acaba me animando também, a esse ponto já abaixei a guarda a muito tempo.

– Que bom por que eu não faço ideia de como achar as salas certas aqui.

– Vem eu te levo até lá e aproveito pra te ajudar nas direções.

Uma construção enorme no meio do campus onde temos as aulas, como em uma universidade normal. Ashton me explicou que o primeiro andar não tem muita coisa, e que as salas de dança ficavam em outro lugar fora do prédio mas essa parte não era do meu interesse já que sou péssima em dança. O segundo andar era as aulas de música, achei interessante por ser toda coberta de isolamento acústico para não atrapalhar os outros andares. O terceiro era a parte de pintura, desenho e arte plásticas, era ali que moraria o resto dos semestres,
o quarto andar era para as aulas de escrita, redação e literatura. E por ultimo, no quinto andar ficava as aulas de artes gráficas, fotografia e edição.

Nada de especial aconteceu o resto da manhã e assim continuou o resto do dia. Quando me dei conta o sol já estava se pondo, os dias aqui parecem acabar em poucas horas, a vida já é muito mais agitada do que costumava ser. Segundo dia e ja me pego com saudades de casa mas isso faz parte de mudança, não é? Com tempo sei que vou me acostumar.

Vou até a biblioteca procurar algum livro para alugar, já conhecia por fora mas ainda não tinha a visto por dentro. É enorme e consigo me vê perdida na quantidade de livros e diversidades ali dentro. Paro em um dos corredores e olho as opções de livros com mais cuidado.