Você vai embora?

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Rafaella - POV

Os últimos dois dias de Bianca foram de muito trabalho, literalmente, nos dois. Tanto na missão, quanto na revista, e preciso dizer-lhes: ela realmente era um fracasso como cupido (tentou juntar mais um casal, só que não deu certo porque o cara era casado, e ela não percebeu isso antes pois o desgraçado não usava a aliança. Que ódio, acabei por dar mais chocolate a ela, o prêmio de consolação). Chegava até ser engraçado, mas pelo menos estava dando certo, eu podia ver seu esforço, e o conselho, do qual eu também faço parte, aprovaria sua ''reabilitação'' no amor, em breve. Hoje era quarta-feira, e faltava apenas 7 dias para ela aumentar sua pontuação ao máximo, ou, pelo menos até 80% dela, eu iria sentir sua falta... Mas enfim, não vem ao caso agora, porque eu acabei de ver um carrinho de hot dog do outro lado da rua, e QUASE, quase fiz com que todos me vissem só para comprar um, mas me contive em esperar Bia sair da Vogue e fazer isso por mim. A comida terrestre era a melhor do mundo! 

Não tive que me segurar por muito tempo, logo ela saiu pela enorme porta de vidro e eu acenei do outro lado na rua, perto da barraca, a qual eu apontei e ela sorriu, já sabendo como aquela história iria terminar. Ela esperou o sinal fechar para atravessar a rua, e então pediu para o homem da barraquinha preparar dois para a viagem. 

— Vamos a pé?  — Ela perguntou baixo se afastando da barraca. Não via mal naquilo, além do fato dela ir conversando comigo e todo mundo achar que ela é louca por falar ''sozinha''.  — Você que sabe. — Ela não me respondeu, apenas assentiu e pegou a sacola com os hot dogs para que pudéssemos seguir. Não era longe d'ali até seu loft, uns 5 a 10 minutos de caminhada mais ou menos, e então fomos conversando pelo caminho. 

— Tenho novidades. — Ela comentou. — A primeira é que sexta tem um evento da Vogue muito importante e, a segunda é que...

— Continue. Não me deixe curiosa. 

— Eu fiz Mari ir pra um encontro com a Manu segunda-feira.

— QUE? Jura? Isso é ótimo. — Olhei para ela e sorrí. Apertei meu relógio e pude ver a ficha das duas. Xeque Mate.

— Sim, eu marquei com as duas pra gente jantar depois da palestra, mas eu não iria aparecer, claro. Armei todo cerco, joguei a bomba e saí correndo. Elas me mandaram várias fotos depois, acho que se divertiram. Eu espero que dê certo, Rafa .

— Vai dar! — Fiz uma pausa. — Bia... — A chamei e ela me olhou com aqueles olhos que emanavam calmaria. — Elas foram feitas uma para outra. Algumas pessoas nascem destinadas a ficarem juntas, o que complica, é que ninguém saí por ai com uma plaquinha escrita ''Sou o amor da sua vida''. 

— Penso assim também. Essa experiência tá sendo incrível, sério, eu não poderia ter alguém melhor do que você para me ensinar sobre amor.  — Eu quase derreti com suas palavras.

— Boba. 

Entramos em casa e Bianca pos a sacola em cima da mesa, eu tirei a comida de dentro enquanto ela foi até a geladeira buscar uma garrafa de suco. Peguei os copos e então sentamos para comer.  — Caras, eu amo qualquer comida daqui, já disse isso umas três vezes, não foi? — Ela riu de mim fazendo a maior cara de satisfação ao morder um pedaço do lanche.

— Você nunca me contou como é onde mora. Não quer fazer isso agora? 

— Ah, lá é uma cidade comum, a diferença é que tem anjos voando, tem deuses, bestas, cupidos, temos escolas com aulas de voo, propriedades mágicas, etc e etc. Se eu ficar detalhando pra você vou levar a noite inteira.

— Não me importaria de ficar ouvindo. — Ela queria me deixar doida? Eu ficava completamente sem jeito. Pigarreei com a garganta tentei focar em outros assuntos. — E como vai ser esse evento da revista? Está animada?

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