Brigdes

6 meses depois...

6 meses depois...

Janeiro/2021 - Rafaella - POV

Parece besteira, mas para mim, era como olhar o por do sol sempre que vinha para a Terra. E eu nunca, repito, NUNCA, tinha me dado ao luxo de ir até uma praia, acho que porque nunca gostei de demorar nas missões, eu sempre as acabava e ia direto para casa. Quase tudo que fiz nesses últimos 7 meses foram as primeiras vezes que os fazia, e eu estava amando viver aqui, viver ao lado de Bianca

Não consigo nem descrever qual foi a sensação que tive ao pisar na areia, basicamente, me senti tão solta quando naqueles sonhos que eu tive. Era macia, quente, e terminava na imensidão azul de um mar incrível. LA era incrível. 

 — Tá muito gelada!! 

 — Para de ser mole. Entra logo. — Manu gritou. Todos já haviam entrado na água, mas eu continuava lá no raso... errr, com medo de levar 540 ''caldos''.

 — Amor, vem.

 — Calma, deixa eu me acostumar.  — Ok, Rafaella. Concentração. 

Aos poucos, fui andando e afundando cada vez mais, logo me acostumei com a temperatura, e todos continuavam olhando para mim. Não demorou muito para eu jogar o restante do meu corpo na água e nadar feito o Alfafa. 

 — MORREU? — Gizelly falou ao que me aproximei deles. 

 — Nhe nhe nhe nhe, Você é uma chata. — Brinquei e joguei um pouco d'água contra ela. E a custo de que, meu pai? Nós começamos uma guerra infinita, todo mundo contra todo mundo. Quem morrer afogado por último vence. 

Era bom estar junto deles, da minha outra família. Era bom que todos eles pudessem me ver, me conhecer, me ouvir... Era bom me dar conta de que eu estava viva pelo amor que encontrei aqui, e que ele estava bem a minha frente. 

 — A gente precisa tirar uma caralhada de fotos juntos. Quero fazer um banner depois, e colar na minha testa. — Mari falou.  Ela estava tão bem e feliz ao lado de Manu. Foi sempre como eu disse: elas eram perfeitas uma para a outra, sempre foram.

 — Vamos tirar muitas, com certeza. Eu quero guardar essa viagem para sempre. 

Não sei por quanto tempo ficamos no mar, mas fora tempo suficiente para nossas barrigas começarem a roncar.   — E vamos de ir atrás de comida.                                                      (...)

Ficamos o dia inteiro na praia, e foi um dos melhores dias da minha vida. Passar aquelas férias e aquele tempo ao lado dela, sem me preocupar com nada, sem termos um prazo final. Eu nunca mais precisaria dizer adeus novamente ou, temer se o que estávamos fazendo era proibido. Porque agora não era. Não mais. 

Nós éramos iguais, todos.

Quando chegou o fim de tarde por completo, nós fomos ver o sol se por, assim como outras pessoas presentes alí. Era um dos espectáculos mais bonitos que a terra proporcionava, e eu nunca me cansaria. 

Depois que o show acabou, já quando a noite caía, nós seguimos para a casa alugada, bem perto da praia. Estávamos um bagaço de cansados e fadigados por conta do dia inteiro pegando sol. Cada casal foi para um quarto e, eu não sei os outros, mas eu e Bianca apenas banhamos e caímos na cama, praticamente mortas. 

No dia seguinte, acordei com vários beijos no meu rosto, era dia 02. O nosso dia. 7 meses ao lado dela, e eu não podia estar mais grata por isso.  Bia me envolveu em seus braços e cochichou ao meu ouvido que me amava, aquelas palavras aqueciam meu coração por inteiro. Ela beijou meus lábios e meu corpo. E todas as vezes que fazíamos amor, era diferente da primeira vez que o fizemos desesperadamente, porque sabíamos que nunca mais teríamos aquela chance. E nesse momento, hoje, tínhamos a manhã e a vida inteira pela frente. 

A vida me fez ganhar muitas coisas e muita sabedora sendo uma cupido, acertando todas as vezes, sendo exemplar... Mas, a primeira vez que ela me fez falhar, foi com o propósito de que encontrasse Bianca. Foi para que ficássemos juntas, e já estava premeditado.  Nós fomos feitas uma para a outra, mesmo que em ''modelos'' diferentes. No final das contas, a gente sempre acaba se moldando.

Bianca Andrade era meu pacote completo de amor, e minha dose diária de alegria.