𝓢𝗎𝗇𝗌𝗁𝗂𝗇𝖾, 𝗹𝗲𝗲 𝗳𝗲𝗹𝗶𝘅.

OO2. i'm gonna help u.

— Posso perguntar o que te deixou assim? — questionei casualmente.

— Eu gostaria de não falar sobre isso. — ele disse desviando o olhar agora para a lua, que começava a surgir no céu. — Sinto que verá o sol brilhante antes de mim. — disse ele, aleatoriamente.

— A não ser que façamos isso juntos! — eu exclamei, mudando drasticamente de emoção.

     O garoto formou um semblante confuso no rosto.

— Você é aberta assim pra todo mundo? — perguntou com as sobrancelhas erguidas.

— Bem, não posso ficar simplesmente quieta vendo como você está. — eu me expliquei, mas seu semblante continuava confuso — Estou sendo muito intrometida? Desculpa, quero me tornar psicóloga então não gosto de ver as pessoas assim.

— Ah, faz sentido. — relaxou sua expressão facial — Não gosta de ver as pessoas tristes, mas não está muito diferente.

— Oh, hoje é... — eu cocei a nuca — É um dia fora do comum.

— Entendo. — foi breve — Me incomodo com sua tristeza pois você parece uma garota sorridente.

— Sério? Como descobriu?

— As rugas da sua bochecha. — ele apontou para meu rosto e eu rapidamente peguei meu celular para ver meu reflexo, enquanto ele começou a rir — Estou brincando.

      Por um breve momento, entrei em um transe com seu sorriso largo. Era contagiante, e me perguntava agora o que teria feito o ruivo escondê-lo.

— Você sorriu. — eu notei, com um sorriso pequeno — Preciso virar sua amiga. — eu objetei com rapidez.

— Isso é um tipo de cantada? Nós nem nos conhecemos, baby. — ele disse soltando uma rápida risada nasal.

— Bem, se esse é o problema... — me levantei do chão, limpando algumas das lágrimas que estavam em meu rosto — Olá, sunshine. Meu nome é Yang Mi, sou conhecida por ser uma garota que vive sorrindo, mas bem, hoje não consegui fazer isso. — abaixei um pouco a cabeça.

     Ele soltou uma risada nasalada e se levantou, ficando próximo de mim.

— Olá, Yang. Na austrália me chamavam de Felix, mas aqui na Coréia sou conhecido como YongBok. — ele se apresentou, estendendo a mão em minha direção.

— É um prazer conhecê-lo nesse dia escuro sem sol brilhante, Lix. — eu sorri brevemente, retribuindo o aceno de mãos.

— O prazer é todo meu, Mi. — o garoto sorriu fraco, e logo voltou á se sentar no chão gélido e pouco empoeirado.

— Eu queria mesmo saber o que lhe trouxe aqui. — eu suspirei, indiretamente.

     Ele respirou fundo, como se pensasse na hipótese.

— Tudo bem, irei te dizer já que insiste. — ele se deu por vencido.

— Sou toda ouvidos. — eu me ajeitei, com um sorriso satisfeito.

— Bem, acho que tudo começou quando meu pai morreu. Não demorou até que minha mãe achasse outro homem, e decidisse se casar. — ele foi direto, contando a história com paciência enquanto eu permanecia atenta — Eu ainda não aceitava isso, para mim era como uma traição, não suportava ver ela com aquele homem. Ela havia me prometido que seríamos uma nova família, mas eu não queria isso.

     Logo o ar pesado da conversa subiu, era nítido ver que o assunto deixava o ruivo um tanto desconfortável.

— Com o tempo, ela começou á me tratar mal por causa dele. — o garoto ficou cabisbaixo — Me tratava como se fossemos inimigos, tudo isso por causa do Jong-Kyun.

     Eu ouvia atentamente á sua história, e quando vi que ele estava prestes á chorar, segurei sua mão, lhe dando apoio.

— Ela tentou tanto me fazer chorar, que no fim ela conseguiu. — soltou ar pelas narinas — Eu já não via mais motivo pra sorrir, para mim era só mais uma expressão facial, não tinha importância. O que mais me machucava é que ela parecia amar isso, já que ele estava apoiando-a. Mi, se você soubesse da mudança radical dela.... — ele olhou em meus olhos, que por vez pude ver que os seus começavam á marejar — Ela virou um monstro, sendo que antes, era ela quem me protegia deles.

     Por fim, o sardento tombou a cabeça pra baixo, deixando algumas lágrimas vagarem em seu rosto. Me doía ver a tristeza do garoto, pois a esse nível, parecia não haver soluções.

     Cheguei mais perto dele e cerquei meus braços pelo mesmo, dando um apoio para que pudesse se deixar levar. O garoto, por sua vez, continuou chorando, retribuindo o abraço como um bebê que precisava de cuidado.

—  Eu vou te ajudar,Lix. — tomei uma decisão rápida, acarinhando seu cabelo — Vamos ver se alguém nesse mundo será capaz de intimidar o seu sorriso. Terá que passar por cima de mim primeiro! — exclamei, fazendo-o olhar em meus olhos e dar um sorriso fraco.

— Obrigada,Mi. — ele voltou á se encaixar no meu abraço — Obrigada mesmo.

     Bem, prefiro cuidar das pessoas do que de mim. Talvez isso seja um defeito, mas se for, eu espero que não me arrependa de tê-lo. Pois hoje, conhecendo Felix, tive a certeza que devo continuar assim.

━ 𝐭𝐨 𝐛𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞𝐝 ━