OO4. it's u, sunshine.

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— Como sabia que eu estava aqui? — perguntei, ainda abraçada ao ruivo.

— Eu não sabia. — ele disse simples — Estava vagando por aí até ver uma menina agachada no meio da rua falando sozinha, então decidi ver se ela precisava ir no hospíc- hospital. — ele disse claramente tentando descontrair o clima, o que funcionou, me fazendo rir.

— Tudo bem, já pode ir. — falei gentilmente saindo de seu abraço — Irei pra casa agora, comer o kimchi que eu deveria estar comendo com o meu pai á trinta minutos atrás.

— Hm... Não quer companhia? — ele perguntou timidamente, como se não fosse uma pergunta que costumava fazer.

     Eu apenas encarei suas pupilas, como se estivesse pensando na pergunta e ele relutou por um segundo, ficando desajeitado.

— Bem, dizem que não é muito legal ficar sozinho depois de perder alguém importante. — ele disse coçando a nuca, e eu soltei uma risada nasalada rindo de seu semblante tímido.

[...]

     Felix estava tranquilamente sentado no balcão da cozinha, me observando fazer o kimchi enquanto eu me segurava para não chorar de novo.

— Não, Chris. Agora não. — ele falava com alguém no telefone. — Tô ocupado... Certo, quando estiver indo embora eu te ligo... Tá, Christopher, tá bom. — resmungou, pouco antes de desligar a chamada e sobrepor o celular na mesa.

     O garoto começou á brincar com os dedos e eu me inclinei um pouco para olhar em seu rosto, como se estivesse perguntando com quem falava.

— Ah, meu irmão. — ele se explicou — A gente combina de chegar em casa juntos, pra não ter que aguentar nossos pais sozinhos.

— Hmm, entendi. — assenti com a cabeça — Ele te ligou porque queria voltar pra casa?

— Exato, mas não vai voltar já que não estou. Disse que vai ficar perambulando até eu ligar pra ele.

— Não quer chamar ele pra cá? — perguntei colocando o kimchi sobre a mesa.

— Ya, não precisa ser tão boazinha assim. — ele disse com estranheza — Isso chega á ser trouxisse, você nem conhece ele.

— Eu também não te conheço. — eu disse dando de ombros, enquanto servia o kimchi no prato de cada um.

— Ah, não. — o garoto soltou uma risada irônica — Então você é acostumada á abraçar estranhos quando eles choram e trazer eles pra sua casa pra comer kimchi? — cruzou os braços me olhando com deboche.

— Ok, ok! Não está mais aqui quem falou. — me rendi rindo, e sentando ao seu lado.

— O que te garante que ele não viria aqui pra arrancar seus órgãos e vender seus rins? — o ruivo perguntou, ficando de bruços na mesa do balcão enquanto me encarava.

— O que me garante que você não vá fazer isso também? — perguntei ficando de bruços para o mesmo, e ele lentamente arrumou sua postura, sem argumentos.

— Vamos comer. — ele limpou a garganta, com um semblante embaraçoso — O kimchi vai esfriar.

     Eu apenas ri e logo fiz o que foi dito, pegando os hashis e logo afundando-os sobre a massa, não demorando á colocá-los em minha boca e apreciar a comida apimentada.

— Ficou bom. — comentei.

— Bom? Ficou divino! — o garoto exclamou, me fazendo sorrir — Quem te ensinou a fazer? — perguntou, e logo que terminou a frase, retirou-a. — Ah, me perdoa.

𝓢𝗎𝗇𝗌𝗁𝗂𝗇𝖾, 𝗹𝗲𝗲 𝗳𝗲𝗹𝗶𝘅.Onde histórias criam vida. Descubra agora