O29. the end.

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Oh, creio que chegamos no fim da história, não?

Aqui, relembro todas as vezes que meu coração acelerava, por tantos e tantos motivos. Que se acelerava graças às lágrimas, cujas caíam no solo firme da quadra escura em ritmo contínuo. Que se acelerava por medo, pois cheguei, mais de uma vez, muito perto de perdê-lo. Que se acelerava com pudor, na primeira vez que tomei coragem para beijá-lo e dizer que não estava só. Acelerava tanto que um dia chegou à quase congelar, mas por ele. E assim, pouco a pouco, sem sequer perceber, era ele e sempre ele. Com ele ou por ele, era ele.

Me assustava tê-lo conhecido em um dia tão descontente e tenebroso, onde eu me encontrava acanhada por carinho. Talvez tenha sido rápido, talvez tenha sido impensável. Mas não pensei muito quando abracei-o em meio à suas lágrimas, não pensei muito enquanto acariciava seus cabelos e ouvia seus soluços. Sequer pensei, mas por que mais pensaria? Novamente, com ele ou por ele, era ele.

Assim como o Sol e a Lua, amei-o. O fiz brilhar, e Lix, despercebidamente, trouxe meu brilho de volta. Os dias dolorosos pareciam apenas níveis de videogame ao seu lado, que cedo ou tarde, passariam.

Não muito depois, finalmente abri meu consultório e agora permanecia dando consultas, e trazendo de volta o brilho do sorriso de pessoas semanalmente. YongBok e Chris, agora trabalhavam no pub junto à Lisa e SeungMin, e aparentemente estavam se dando bem.

A falta que sentia de meu pai nunca de fato se estacou, mas como prometido, o velho Yang costumava aparecer em meus sonhos, para matar pelo menos um tantinho da saudade de vez em quando.

Ter perdido o mais velho foi um marco doloroso, mas consigo, trouxe um alguém que me faria superar tais dores e até mesmo, com que curasse as dores próprias — está bem, digamos que esse alguém tenha vindo com alguns bônus e checkmate, mas relevemos.

Costumo ser a tal garota calorosa e sorridente, mas me conheceu quando estava fria e desnorteada. Conheceu minha escuridão, e mesmo estando escuro, não se importou em me partir o resto de sua luz para me iluminar.

A quadra escura e gélida, que era iluminada apenas pela luz do luar não pedia para que focássemos que o Sol não estava ali. Não pedia para que notássemos a falta de seu brilho, e muito menos que notássemos sua luz pálida. Queria nos dizer que não estava sozinha.

Ali, trás do círculo redondo e branco, se encontrava o Sol, tinindo seu brilho pouco reluzente. Que guardava e fazia seu melhor, mesmo que brilhasse durante todo o dia, se esforçando e ajudando sua amada Lua à brilhar pela noite. No mesmo horário, na mesma colina, no mesmo entardecer; Ele estaria lá.

Durante o dia, não se importava em brilhar pouco menos, assim, guardando grande parte de sua luz e energia para fazer com que Lua brilhasse mais. Pois então, não é apenas "o Sol". Sua luz é a paixão, a resistência. A guerra, mas também a paz. Por trás de uma luz tão clara e bela, torce para que sua amada fique até o amanhecer, e que espere-o voltar a noite. No mesmo horário, na mesma colina, no mesmo entardecer; Ele estaria lá.

Afinal, o que seria do um sem o outro? O que seria da Lua sem o Sol? O que seria de mim sem você, Lix?

Então não, não é o fim. É o começo. Pois como uma cachoeira em um ciclo vicioso, nos encheríamos e traçaríamos nossa vida passo à passo, de pouco à pouco. Pois a Lua e sua história de amor nos incentiva á continuar todos os dias.

Não é o fim, é a continuidade. E a espera de que o eclipse se faça presente no céu o quanto antes, pois a saudade pula fora do peito. Pois somos assim, Lix. Como a Lua e o Sol, como cachoeiras correntes, como prédios altos. Somos nós, em nosso pequeno mundinho. E eu sei que continuará sendo assim até o fim, para todo e todo o sempre.

— Xuxu, olhe! — o loiro exclamou com entusiasmo, fitando algo do lado de fora da janela no qual se apoiava — A Lua já está ali.

Não hesitei em abrir um sorriso largo e puxar o garoto para fora do apartamento, nos direcionando à praça que se encontrava à frente do condomínio. A mesma praça cuja descobrimos com poucas análises, a força do Sol e da Lua. Sem demora, chegamos até a citada e logo nos pomos sentados na grama úmida e pouco gélida.

Em uma longa puxada de ar trazendo calmaria, pousei minha cabeça sobre o ombro de YongBok e me aconcheguei ao lado de seu corpo quente. Ali, cumpríamos nossa promessa diária — que mais havia virado parte da rotina —, de apreciar a beleza do satélite ali posto. Ouvia ao redor o canto baixo e sereno dos grilos e cigarras. Sentia vagamente o cheiro da mata molhada e flores cheirosas ao nosso redor, enquanto fitava o astro noturno e aproveitava para passear o olhar entre as estrelas, que se amostravam brevemente.

Não sei ao certo como se finaliza uma história tal como essa. Um belo clichê de dias tristes e dolorosos, onde em um belo dia, a princesa ilumina seu príncipe ou, sei lá, onde o Sol ilumina sua Lua. Não sei palavras que expliquem com clareza o que sinto ao seu lado, nem dicionários que exemplifiquem a sensação de tê-lo para mim dia após dia, noite após noite ou, seja lá, eclipse após eclipse.

Não sei ao certo como finalizar nossa história dizendo e lhe contando todas as borboletas que abrigam em meu estômago diariamente graças á ti, Lix. Mas seja no começo, no meio ou fim...

Você foi, é e sempre será, o meu final feliz, sunshine.

     Você foi, é e sempre será, o meu final feliz, sunshine

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- 𝐭𝐡𝐞 𝐞𝐧𝐝 -

𝓢𝗎𝗇𝗌𝗁𝗂𝗇𝖾, 𝗹𝗲𝗲 𝗳𝗲𝗹𝗶𝘅.Onde histórias criam vida. Descubra agora