OO9. free weed.

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     Depois de ter chegado em outro ponto de ônibus, logo subi em um com partida para o meu bairro. Assim que me aconcheguei no estofado do transporte, meu celular vibrou em meu bolso, mostrando no visor o contato do Hwang.

E aí, Lixie. Tudo bem? — perguntou simples por trás da linha.

— Tudo sim. — respondi com entusiasmo, encarando o trânsito lá fora.

     HyunJin costumava me ligar em horas aleatórias para saber como eu estava, isso se tornou cotidiano já que ele é o único a saber sobre minhas crises de pânico e ansiedade.

Ah que bom. — pareceu sorrir brevemente — E essa voz feliz? Te deram maconha de graça?

— Haha, quem dera. — rolei as pupilas pelo olho, com um sorriso sarcástico.

Hm, sei bem. — ele riu nasaladamente — Nem maconha te faz sorrir igual ela faz.

     Eu apenas fiquei quieto, assistindo minhas bochechas esquentarem e um sorriso tímido se alargar lentamente em meu rosto.

Eu sei que tô certo, pode poupar voz.

— Ok, agradeço. — ri.

E por onde você tá? — ele perguntou, tinha dessas também.

— Passando pelo Rio Han. — eu disse simples, encarando o rio através do vidro.

O QUÊ? FELIX, CARALHO! — ele pareceu ter levantado do sofá onde pouco antes estava relaxado, e se preparado pra correr.

— De ônibus, HyunJin! Estou voltando pra casa. — eu disse rindo de seu desespero e ele soltou um suspiro de alívio.

Ah, sim. — disse calmo dessa vez — Então está tudo bem. Posso desligar?

— Pode, pode.

Beleza, a gente se fala depois. — ele se despediu, logo encerrando a chamada.

     Eu descansei o celular sobre minhas pernas e me apoiei na janela do ônibus, assistindo os carros passarem velozmente, pessoas indo e vindo de lá pra cá e a rotina de todos os outros ao redor.

     Perdido em meus pensamentos, torci para que Mi conseguisse passar nessa prova com a melhor nota possível. Afinal, ela merecia por ser tão esforçada, e principalmente pelo que estava passando esses dias.

     Fui interrompido quando meu celular voltou á tocar em cima de minhas pernas.

— Oi, hyung. — atendi a chamada, vendo que se tratava de Chan.

Lix... — ele me chamou com a voz trêmula, parecia estar chorando.

— Hyung? — me preocupei — O que houve? Está tudo bem? — questionei-o rapidamente.

Solzinho, vem pra casa. — ele disse com a voz falha, vagamente.

— Byung, dá pra me dizer o que tá acontecendo? — eu perguntei impaciente.

     O loiro suspirou através da linha.

Ele bateu na mamãe de novo. — disse em um tom exausto — Dessa vez foi mais sério.

— 'Sério' como? — perguntei descendo as escadas do ônibus.

Ele esfaqueou ela, Lix. — ele disse baixo, entre um suspiro fundo.

     Meus passos pararam na hora e meus olhos se arregalaram por um momento. Achei que tivesse ouvido errado, mas eu realmente não duvidava nem um pouco do que Jong-Kyun era possível.

𝓢𝗎𝗇𝗌𝗁𝗂𝗇𝖾, 𝗹𝗲𝗲 𝗳𝗲𝗹𝗶𝘅.Onde histórias criam vida. Descubra agora