Pós-Guerra.

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Para Harry não parecia ser algo sério ele terminado com Ginny. Na verdade, quando que ele voltou com ela?

Havia terminado com ela antes da loucura do sétimo ano em que teve que caçar as horcruxes e bom, ele não ficou com vontade de retomar de onde haviam parado. Todos esperavam isso deles, que fossem o casal perfeito e que logo se casassem, mas...Não foi bem assim, nunca foi.

Ele e Ginny eram diferentes e eram muito próximos. Harry havia crescido com os Weasleys e era amigo dela, sempre foi. Como transformar a irmã do seu melhor amigo em namorada? Ela não era. Ela era a garota que fazia piadas, o defendia e conversava com ele sobre bobagens. Ginny não estava sempre lá por ele, não lhe dava conselhos muito bons e nossa, eles não conseguiam adequar o gosto um do outro. Eles sempre discutiam, não aceitavam as diferenças e se irritavam com a mania um do outro. Eles até tentaram no pós-guerra, Gina o ajudou a se mudar pro Largo Grimmauld e até dormiu lá por alguns dias, mas, apesar dos pequenos esforços dos dois, não havia funcionado.

E eles seguiram em frente. Os anos se passaram. Harry finalmente terminou o treinamento para se tornar auror e fazia outro curso de licenciatura, enquanto Gina havia conseguido finalmente a entrada para um time profissional de quadribol.

Mas...A mídia não havia percebido que eles haviam seguido em frente. Ninguém disse pra eles que eram os queridinhos, que as pessoas esperavam fotos deles saindo juntos ou aos beijos. Então, começou a surgir as fofocas e mais fofocas. Até que o time de Gina pediu que ela levasse o Harry pro jogo, para chamar atenção de patrocinadores e coisas do tipo. No entanto, ela não podia fazer isso, até mesmo moralmente. Então, eles tiveram que dar o segundo passo. Ambos escreveram cartas, praticamente idênticas, dizendo que não estavam juntos fazia anos.

Pra Gin, as coisas melhoraram, não haviam tantas fofocas sobre ela. Só não havia dado certo. Ok, Rita até tentou falar mal dela, dizendo coisas como que a ruiva não havia feito seu papel ou não satisfeito o grande herói. Mas com uma breve ameaça de Harry, ela nunca mais falou da ruiva nos jornais.
Sobre o próprio Harry? Era outra história. Ele não se importava muito e não sentiu necessidade de ameaçar a jornalista ou o jornal por causa das coisas. Ele não ligava para as fofocas de que ele era um péssimo namorado ou que era um pobre coitado. Harry estava ocupado demais pra se importar.

Quando Harry fez 23 anos...Se tornou mais complicado.

Hermione e Ronald finalmente oficializaram, se casaram na primavera. A festa foi linda e cheia. Harry se emocionou muito. Eram seus melhores amigos e estava muito feliz por eles. Até que ele se perguntou...Quando vai ser a minha vez?

A vida não poderia ser só aquilo: lutar contra os caras maus, investigar, julgar, prender e estudar.
Ele estudava muito até, queria se tornar professor de Defesa Contra a Arte das Trevas daqui alguns anos, mas...Ele também queria...Alguém. Admitia, se sentia muito sozinho na Mansão Black.

Mansão, essa, que estava bem mais decorada, arejada e bonita. Ele achava que Sirius se sentiria muito orgulhoso das mudanças. No entanto, apesar de viver bem e com conforto, sentia falta de carinho, de outra voz e companhia. Pensou até em comprar um bichinho. Ele possuía uma coruja, Alvo, ele era velho e cinzento, sempre ficando fora por dias e dias, mas ele não conseguia pensar em comprar outro animal.

Ele só queria que as coisas mudassem. Que o mundo lhe dê-se um sinal.

XxX

-Boa noite, Potter. -Disse o parceiro de Harry.
-Boa noite, Goldstein. -Harry respondeu e ajeitou sua bolsa no ombro.

Já era tarde e Harry estava ansioso para ir para sua casa, pensava nos seus cobertores quentes e em pedir uma pizza no caminho para comer assistindo um filme. Embora a casa fosse mágica, ele havia conseguido com a ajuda de Arthur Weasley, que a tevê funcionasse.

As ruas já estavam um pouco vazias, tirando alguns casais cochichando andando de mão dadas e alguns restaurantes que possuíam seus clientes que jantavam. Mas Harry andava sozinho, até que ele viu. Na calçada mais em frente, uma garota olhava uma carta e olhava pros lados, a procura de algo. Ele se aproximou e tocou em seu ombro.
-Precisa de ajuda?-Ele perguntou e ela se virou.

"Wow" Harry pensou. O rosto da menina era lindo. Enormes olhos azuis acinzentados como tempestade, cabelos escuros, longos e ondulados. Sardas nas maçãs do rosto e uma pele branca bonita. Se Harry não soubesse que o último Black era ele mesmo e a família Malfoy, acharia que a menina era parte daquela linhagem.
-Olá...E sim...Estou procurando uma loja. Eu acho que eu tenha errado o lugar. Geminialidades Weasley, conhece?-Ela perguntou.
-Sim, conheço. A loja pertence aos meus amigos, Frederick e George Weasley...-Harry sorriu. -Está um pouco tarde, eles já devem ter fechado.
-Tudo bem, eu não irei comprar nada. -Ela pareceu ficar constrangida. -Eles são meus primos, eu vou morar com eles...Eu sou francesa, por isso não sei onde fica. -Ela riu envergonhada. -Eu recusei que eles me buscassem na estação e acabei me perdendo.
-Fica no Beco Diagonal. Eu posso te levar. -Harry admirou o sorriso dela. -Eu sou o Harry.-Esticou a mão.
-Aurora!-Ela apertou.
-Quer ajuda com a mala?-Harry perguntou.
-Se não for incômodo. -Aurora pegou a maleta e entregou a ele.

Eles começaram a andar um do lado do outro. Era uma noite fria. Os dois estavam bem agasalhados e andavam perto um do outro.
-Bom, você é filha de quem? Algum parente do Arthur?-Perguntou Harry.
-Ah, não. Sou filha de Scarlett Prewett, irmã mais nova de Molly Weasley...Você não deve conhece-la. -Disse a garota mexendo em suas luvas.
-É. Desculpe, nunca ouvi muito sobre ela...-Harry ficou pensativo. -Na verdade, eu acho que tenha ouvido sim...Auror?
Ela sorriu assentindo.
-Desde dos dezessete anos. Ela se mudou para Paris assim que a primeira guerra atingiu os recém formados, não ache estranho. -Aurora apontou pro rosto de Harry quando ele fez uma leve careta.-Mamãe disse que queria ter ajudado na guerra, saber da morte dos amigos e não poder fazer nada deve ter sido horrível pra ela, mas ela estava grávida.

Harry arregalou os olhos.
-Sinto muito. Desculpe ter feito careta, não queria ofende-la. -Disse rapidamente.
Aurora negou.
-Não ofendeu. -Sorriu fraco. -Sei que deve ser chato ouvir que alguém fugiu de uma guerra que os infligiu tanto. Eu teria vindo pra Inglaterra na segunda guerra, mas mamãe adoeceu e eu me senti mal por deixa-la.
-Ela faleceu?-Perguntou curioso e preocupado.
-Infelizmente sim. -Ela suspirou. -Tia Molly ficou preocupada comigo e tem me chamado pra morar em Londres já faz alguns anos...Então, finalmente voltei.

Eles chegaram ao Beco Diagonal.
-Boa noite, senhor Potter!-Tom acenou do bar do Caldeirão Furado.
Harry devolveu o aceno, mas ficou nervoso. Ele não havia dito seu sobrenome de propósito.
Enquanto colocava a senha no muro do restaurante, esperou a reação de Aurora, mas não veio.
-Err..-Ele tentou retomar a conversa.
-Harry, eu sabia que você era Harry Potter. -Ela disse dando um empurrãozinho nele e ele respirou aliviado. -Sei que deve ser chato ser tratado como um super herói. O escolhido.
-Mas eu sou o escolhido. -Harry sorriu maroto, com uma voz paqueradora e engraçada, ela riu.

Eles continuaram andando.
-Com que você trabalha?-Perguntou Harry.
-Auror. E você?-Aurora perguntou.
-Achei que lê-se os jornais. -Ele disse.
-Esse lixo? Nan. -Ela deu um pulinho pra não pisar na poça. -Eu tenho amor a minha sanidade.
Harry riu concordando.
-Auror também, mas irei lecionar em Hogwarts quando terminar meus estudos. -Ele disse.
-Professor parece bem mais a sua cara. -Aurora admite.
-Não tenho cara de durão?-Perguntou ele, leve.
-Sinceramente?-Ela levantou uma sobrancelha. -Você parece que preferiria ler, tomar uma xícara de café e aproveitar um dia de outono.
Harry sorriu.
-É...Eu prefiro. -Eles disseram e pararam na porta da Geminialidades Weasley.
-Entra comigo? Eu...Eu nunca falei com eles. -Aurora admitiu.

Harry sorriu e bateu na porta. Logo, essa foi escancarada.
-Potter! O que faz com a nossa priminha?!-Fred cruza os braços, George a puxou pra um abraço.
Os dois riem.
-Ele me encontrou perdida no centro e me ajudou a chegar aqui. -Aurora disse retribuindo o abraço e depois indo abraçar Fred. Depois se vira pra Harry. -Te vejo outro dia?
-Amanhã mesmo no Ministério. -Ele sorriu.

-Boa noite, Haz. -Aurora sorriu acenando pra ele.
Harry passou a mala da menina pra George.
-Boa noite, Rora!-Harry sorriu pra ela e aparatou.

O Destino Bruxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora