A Gaiola de Pássaros.

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O silêncio cobria a casa. Aurora se abraçou, notando a lareira apagada na casa. O lugar parecia que estava vazio, mas ela sabia que Andrômeda estava lá. Tirou as suas botas, cheias de neve e seu cachecol, guardando as luvas em seu bolso do casaco.

Subiu as escadas na ponta dos pés, por causa do frio e procurou a idosa pela casa. A encontrando de costas para a porta, de camisola, olhando pra janela. Aquele quarto não era dela, parecia ser de uma adolescente.
Ao entrar, a porta rangeu:
-Ninfadora?-A mulher perguntou, se virando com esperança. -Ah...Aurora. -E o rosto dela entristeceu.

-Olá, Andy. -Aurora suspirou e parou ali na entrada, não querendo desrespeitar o lugar, o quarto da filha daquela senhora.
-Veio brigar comigo como Cissy?-Perguntou Andrômeda se sentando e passando a mão pelos seus cabelos cinzentos.
-Você não tem idade pra levar bronca, Andy.-Aurora sorriu fraco. -Vim te chamar pra dar um passeio.
-Passeio?-Andrômeda pergunta.
-Sim. Venha. -Aurora esticou a mão.
-Aurora, eu não acho que...-Andrômeda começou.

-Você não vai saber ao menos que dê uma chance. Vem. -Aurora repetiu e Andrômeda suspirou, se levantando devagar e pegando a mão da garota.

Aurora percebeu quão envelhecida a mulher estava, diferente da maior parte dos bruxos de sua idade, ela possuía muitas marcas e seu corpo parecia muito frágil. Ela não parecia estar se cuidando, mas a garota não comentou, apenas a levou pro seu próprio quarto e a ajudou a se vestir adequadamente.

-Pra onde nós vamos?-Perguntou Andrômeda.
-Surpresa. -Disse Aurora, ajoelhada no chão enquanto colocava os sapatos da bruxa.

XxX

-Padfoot! Devagar!-Aurora reclamou, segurando a coleira do cachorro. Andrômeda riu.

-Onde encontrou esse cachorro?-Perguntou a idosa segurando no braço de Aurora.
-Eu estava voltando pra casa, morrendo de frio e...Ele parecia tão perdido e sozinho quanto eu meses antes de conhecer todos vocês. Achei que ele merecia uma chance. -Aurora sorriu e Andrômeda devolveu o sorriso.

Elas andavam pela neve, Aurora se encolhia. Não é que ela odiava frio, mas ele não se dava bem com ela. Na França, ela era mais acostumada com o calor e não saía tanto quanto agora fazia. Na verdade, em Paris ela praticamente ia do Ministério pro apartamento de sua mãe sem nunca sair, tanto que sua pele era pálida demais e ela precisou tomar poções de vitamina por meses. Já estava de noite, então o frio era ainda mais presente, Aurora sentia que seus dedos estavam dormentes dentro da luva.

-Onde estamos?-Andrômeda perguntou, olhando em volta.

Aurora havia a vestido com roupas quentes e seguras. Botas de neve, calças e um suéter grosso. Ela se preocupava com a saúde da mais velha e não queria piorar a situação com aquela saída.

-É uma surpresa. -Aurora disse, continuando a andar.

Padfoot latiu e Aurora olhou pra frente. Era um vendedor de flores, trouxa.

-Vamos comprar algumas!-Disse Aurora.
-Por quê?-Andrômeda perguntou.
-O dia de hoje pede flores. -Disse a garota se aproximando do vendedor e comprando algumas flores coloridas. Uma rosa, ela colocou nos cabelos de Andrômeda, que sorriu pra ela.
-Qual é o nome dessa flor? Ela é tão fofa e bonita. -Aurora disse olhando um buque de flores pequenas e azuis.
-Miosótis. É uma flor que significa um amor sincero e fiel. -Disse o vendedor.
-Acho que o meu namorado não entende muito de flores pra saber o significado. -Riu Aurora. -Normalmente são mulheres que recebem flores, não é? -Ela mordeu seus lábios. -Bom, não importa. Acho que ele gostaria de ganhar um buquê. - E ela pagou pelas flores.

Se despedindo do vendedor. As duas saíram andando, Andrômeda, às vezes, passava a mão na rosa que repousava em seus cabelos e sorria. Parecendo estar melhor, mas Aurora sabia que não era o suficiente. Então, elas pararam na frente de um parque de portões de ferro escuro.

O Destino Bruxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora